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Retrospectiva 2016: o ano em fotos

Fotos22 Dezembro, 2016Tempo de leitura: 2 minutos

2016 pode muito bem ser lembrado por suas tumultuadas reviravoltas políticas, sua postura intransigente em relação à questão migratória e de refugiados, e seus conflitos incessantes e devastadores. Ao analisar mais de 10 mil imagens publicadas esse ano (tiradas entre outubro de 2015 e dezembro de 2016), no entanto, uma realidade diferente se revela.

Se você observá-lo na bravura e na determinação das respostas médicas de Médicos Sem Fronteiras (MSF) no Sudão do Sul, no Iêmen ou na Síria; vê-lo nos rostos dos resgatados no mar Mediterrâneo; ou senti-lo no momento mais delicado entre uma mãe e sua filha, em meio à angústia e agitação, na Nigéria; o espírito indomável da sobrevivência e do cuidado prevaleceu em 2016.

Durante o ano, nossos fotógrafos estiveram junto a médicos, enfermeiros, obstetrizes, logísticos e outros profissionais de MSF, na frente de batalha dos nossos projetos pelo mundo. Eles estiveram ali para testemunhar não só o trabalho realizado por nossas dedicadas equipes médicas como também as circunstâncias mais íntimas que rodeiam a história de cada indivíduo.

Em cada fotografia dessa galeria há tanto uma história pessoal, quanto uma história por trás que levou ao evento retratado. Mas para enxergar essas histórias, você deve olhar diretamente para elas, e não para longe, e, por isso, somos gratos.

Obrigada.

Profissional de Médicos Sem Fronteiras (MSF) ajuda criança a atravessar pântano no estado de Unity, no Sudão do Sul. Desde a eclosão do conflito no país, em dezembro de 2013, a população dessa e de outras regiões tem estado sujeita a níveis alarmantes e brutais de violência. 2016 foi marcado, sobretudo, pela intensificação dos confrontos, que deslocou milhares de famílias, dificultando seu acesso a alimentos e cuidados de saúde.

Milhares de sul-sudaneses em distribuição de itens de ajuda humanitária realizada por Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Leer, no estado de Unity. Em 2016, em resposta às necessidades da população deslocada pela violência, MSF ofereceu cuidados médicos, realizou campanhas de vacinação e conduziu atividades de promoção de saúde, além de distribuições de alimentos e itens não-alimentares, como na foto acima. A organização começou a atuar no país em 1983.

Hospital de Médicos Sem Fronteiras (MSF) no Complexo de Proteção a Civis da ONU em Malakal, Sudão do Sul. Os conflitos e, por consequência, a violência contínua no país obrigam milhares de famílias a deixarem suas casas. Em Malakal, MSF mantém um hospital de 50 leitos e uma ala de emergência dentro do complexo. Em 2016, a insegurança deixou milhares de pessoas sem qualquer acesso a alimentos ou cuidados de saúde.

Operação de resgate no mar Mediterrâneo conduzida por Médicos Sem Fronteiras (MSF). Até novembro de 2016, mais de 4.600 pessoas morreram tentando atravessar o mar para chegar à costa europeia. A bordo de três navios de busca e resgate, Dignity I, Bourbon Argos e Aquarius (mantido em parceria com a SOS Meditèrranée), MSF participou do resgate direto de pelo menos 19.708 pessoas e auxiliou mais de 7.100 a chegarem em segurança até a Itália.

Uma mãe cuida de sua filha com febre no estado de Borno, na Nigéria. Em julho de 2016, Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou sobre um desastre humanitário em larga escala na região. Ao menos 500 mil pessoas que foram deslocadas ou estão isoladas em áreas fora da capital do estado, Maiduguri, por causa de confrontos entre o grupo Boko Haram e o exército local, ainda necessitam urgentemente de alimentos, assistência médica, água potável e abrigo. Equipes de MSF forneceram alimentos terapêuticos e vacinaram milhares de crianças contra o sarampo; conduziram atividades de água e saneamento; distribuíram ajuda alimentar de emergência a milhares de famílias; e seguiram oferecendo cuidados médicos e psicológicos em diversas áreas.

Família deslocada na província de Amran, no Iêmen. Desde março de 2015, o país vive uma intensa guerra civil e a consequente violência faz com que a população local sofra com a falta de acesso a cuidados de saúde e alimentos. Até setembro de 2016, equipes de Médicos Sem Fronteiras (MSF) haviam tratado quase 50 mil feridos de guerra. Além disso, a organização mantém projetos de tratamento de desnutrição infantil e de outras doenças crônicas no país.

Profissional de Médicos Sem Fronteiras (MSF) vacina menina contra o sarampo em Kolo, na República Democrática do Congo (RDC). A população do país sofre continuamente com epidemias da doença e de outras enfermidades como a cólera, a malária e a febre amarela; todas agravadas pela desnutrição, muito recorrente especialmente em crianças pequenas. Além disso, confrontos contínuos têm provocado o deslocamento da população que, por consequência, sofre com a limitação do acesso a água, alimentos e cuidados de saúde.

Foto: Diana Zeyneb Alhindawi

Pai e filho em Port Salut, região do Haiti gravemente afetada pelo furacão Matthew. Após a passagem do furacão, em outubro de 2016, equipes de Médicos Sem Fronteiras (MSF) atuaram na distribuição de água e alimentos seguros para consumo, além de terem atendido mais de 4.500 pacientes e tratado mais de 800 feridos em três províncias. Além disso, MSF assistiu partos em hospitais do país e estruturou centros de tratamento de cólera, já que a doença é uma grande ameaça em condições insalubres.

Destruição de hospital do leste de Aleppo, na Síria, após ataque aéreo realizado em abril de 2016. O país vive uma guerra civil brutal desde 2011. Em Aleppo, especificamente, as condições de vida são chocantes e desumanas. Suprimentos alimentares e de medicamentos estão acabando e a situação geral da cidade é caótica. Com contínuos ataques a áreas civis, a população dorme em ruas, mesquitas e carros, sem qualquer acesso a água ou alimentos. Médicos Sem Fronteiras (MSF) apoia oito hospitais no leste de Aleppo desde 2014. No norte da Síria, a organização mantém seis instalações de saúde e segue apoiando mais de 150 hospitais e centros médicos pelo país, sendo muitos deles em áreas sitiadas.

Criança gravemente desnutrida no hospital de Boost, mantido por Médicos Sem Fronteiras (MSF) em parceria com o Ministério da Saúde local em Lashkar Gah, Afeganistão. Na instalação, que conta com 300 leitos e mais de 700 profissionais, são oferecidos serviços como cirurgias, medicina interna, atendimento de emergência, cuidados materno-infantis, pediatria e terapia intensiva. Em 2016, a intensificação de confrontos, bloqueios nas estradas e a demora nos postos de checagem tornaram o acesso ao hospital ainda mais difícil.