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Para muitas crianças que vivem em contextos de crise, como no Iémen, a recuperação da desnutrição não passa apenas pela alimentação, mas também pela reabilitação motora
A Médicos Sem Fronteiras (MSF) iniciou, em 2023, uma nova atividade no Hospital Haydan, no Norte do Iémen, com o objetivo de integrar a reabilitação pediátrica nos cuidados médicos. A iniciativa procurou apoiar crianças com dificuldades neuromotoras, na maioria dos casos associadas à desnutrição, que é uma consequência generalizada do conflito prolongado e da insegurança alimentar, que afetou gravemente o desenvolvimento das crianças na região.
O que começou como um projeto-piloto tornou-se, entretanto, numa unidade plenamente funcional. Recentemente, uma especialista em pediatria regressou ao hospital para avaliar os progressos do programa e dar formação avançada à equipa.
A reabilitação não é apenas sobre recuperação, é sobre dar um futuro às crianças. “Na nova sala de reabilitação onde a MSF apoia o hospital em Haydan, os efeitos da desnutrição no desenvolvimento infantil são muitas vezes invisíveis à primeira vista”, explica a especialista em pediatria da MSF, Wissal Hedhli.
Mas quando entramos numa enfermaria e vemos um bebé incapaz de manter a cabeça erguida, percebemos o quão urgente é a reabilitação pediátrica.”
A reabilitação raramente é uma prioridade em contextos de emergência. É isso que torna o trabalho em Haydan tão único. Para as famílias, estes serviços prestam mais do que apoio clínico, dão esperança. Para muitas crianças em zonas de crise como o Iémen, a recuperação da desnutrição não passa apenas pela alimentação, mas também pela reabilitação motora.
A desnutrição não afeta apenas o peso, mas interrompe também o desenvolvimento. As crianças sofrem atrasos neuromotores e deficiências neuromusculares, o que torna difícil sentar, andar, ficar de pé ou até brincar.
A reabilitação precoce é essencial para que crianças em situação de desnutrição possam atingir o pleno potencial. Os primeiros dois anos de vida representam uma janela crítica para a recuperação e o desenvolvimento, numa fase em que a plasticidade cerebral está no auge.
Crianças com atrasos no desenvolvimento muitas vezes passam despercebidas. Embora não estejam doentes o suficiente para serem hospitalizadas, muitas apresentam sinais claros de crescimento atrasado. No entanto, como as consultas se focam sobretudo em sintomas médicos como diarreia ou vómitos, estes sinais podem ser ignorados e, assim, a criança acaba por não ser encaminhada para a fisioterapia.
Sem intervenção física antecipada ou estímulo adequado, condições como a hipertonia – em que há excesso de tónus muscular, o que dificulta os movimentos dos braços ou pernas – ficam por tratar e compromete-se ainda mais o crescimento e a recuperação da criança.
Para responder a este problema, a equipa do Ministério da Saúde no Hospital Haydan, em colaboração com a MSF, introduziu uma ferramenta simples mas eficaz de rastreio: um pequeno conjunto de perguntas baseadas em marcos de desenvolvimento, integrado nas consultas externas. É avaliado, por exemplo, como é que a criança anda, senta ou fala de acordo com a idade.
Esta pequena mudança levou a um aumento significativo nas referências para fisioterapia, de apenas um caso por mês para mais de 20. Um dos principais objetivos da MSF é tornar este modelo de acompanhamento físico para crianças em situação de desnutrição sustentável.
“Com o apoio da MSF, treinamos equipas locais para prestarem cuidados médicos pediátricos de qualidade aos pacientes no hospital”, avança a coordenadora do projeto da MSF em Hayden, Joanne Wong Kit Sum. “O nosso objetivo não é apenas salvar crianças suscetíveis à desnutrição, ao sarampo e a outras doenças, mas também contribuir para o desenvolvimento e crescimento. Esta é uma forma de deixarmos um impacto duradouro na vida de cada uma, mesmo em contextos frágeis e instáveis.”
Esta abordagem não só melhora a qualidade dos cuidados prestados às crianças atualmente, como também lança as bases para um sistema sustentável. A inclusão da componente de fisioterapia no projeto elevou a qualidade dos cuidados e criou novas oportunidades para as equipas médicas do Ministério da Saúde no Hospital Haydan desenvolverem competências essenciais.
À medida que as crises continuam em todo o mundo, a atenção e o financiamento frequentemente concentram-se na sobrevivência imediata. Mas o projeto de reabilitação em Haydan mostra que, com a abordagem certa, também é possível dar às crianças a oportunidade de prosperar.
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