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A Médicos Sem Fronteiras (MSF) começou a trabalhar neste arquipélago do Pacífico em outubro de 2022.
Kiribati é um dos países mais remotos e dispersos do mundo e é também um dos mais vulneráveis aos efeitos da crise climática, que está a agravar a incidência de doenças no arquipélago e a criar uma tripla ameaça para as pessoas: doenças transmissíveis, doenças não-transmissíveis e os efeitos das alterações climáticas na saúde.
Kiribati enfrenta também o aumento do nível do mar e da temperatura e é cada vez mais afetado por tempestades e inundações e pela erosão e seca, que representam ameaças diretas e indiretas para a saúde das pessoas: provocam surtos de doenças, desnutrição e ferimentos.
Em junho de 2022, o governo declarou estado de emergência devido à seca prolongada. À medida que o nível da água do mar sobe, aumenta também o risco de salinização das águas subterrâneas. A água dos lençois freáticos é restabelecida através da chuva e quando não chove, o acesso das pessoas a água potável torna-se limitado.
“A água nos poços está a ficar mais salobra [salgada] e deixou de ser adequada para beber”, sublinha a pediatra da MSF, Jo Clarke. “A falta de água fresca piora as condições de saneamento na comunidade, o que aumenta o risco de diarreia, infeções na pele e dificulta a produção de alimentos.”
Insegurança alimentar é um problema crónico
Os i-Kiribati (designação dada às pessoas nativas do país) enfrentam altas taxas de obesidade, mas, por outro lado, a equipa da MSF tem dado conta de que há também cada vez mais crianças desnutridas.
“O que é impressionante, em comparação com outros países onde trabalhei e onde também há desnutrição, é que aqui muitos adultos têm excesso de peso. É uma consequência da alimentação inadequada. Além disso, há um grande número de pessoas com doenças não-transmissíveis relacionadas com a alimentação, como a diabetes tipo 2. É difícil cultivar fruta e legumes e aceder a alimentos saudáveis, ricos em nutrientes. Grande parte da comida é importada, e tem um elevado teor de gordura e açucar”, explica Clarke.
O impacto das doenças
Kiribati tem uma das maiores cargas de doenças no mundo, incluindo a mais alta incidência de doenças transmissíveis do Pacífico, como a tuberculose e a lepra. O país está a atravessar uma crise de doenças não-transmissíveis e regista a segunda maior taxa de mortes prematuras, entre os países de baixos e médios rendimentos. Além disso, as taxas de mortalidade infantil são das mais elevadas na região.
“O impacto das doenças é imenso, para um país tão pequeno”, frisa o Ministro da Saúde e Serviços Médicos de Kiribati, Tinte Itinteang. “Em termos de mortalidade materna, temos uma das situações mais graves da região; a mortalidade infantil é cerca de dez superior à da Austrália e Nova Zelândia. Estas coisas não aconteceram do dia para a noite e algumas têm estado a piorar nos últimos dez anos.”
Limitações devido ao tamanho
Metade da população total de Kiribati (cerca de 120 000 pessoas) vive apenas numa ilha: Tarawa do Sul, onde fica a capital do país, Tarawa. A outra metade está distribuida pelas 33 ilhas do arquipélago.
A localização remota e o pequeno tamanho do território de Kiribati são obstáculos para o governo conseguir providenciar cuidados de saúde, visto que faltam profissionais médicos qualificados no país.
Nos últimos 12 meses, Kiribati perdeu 30 dos profissionais de enfermagem mais experientes do país para projetos de mobilidade laboral na Austrália e Nova Zelândia. Conforme o Diretor Geral de Saúde, Revite Kiriton, uma grande parte dos profissionais migra para outros países em busca de melhores oportunidades profissionais: “tivemos pessoal médico que nunca voltou após a formação. Terminaram o curso e decidiram deixar Kiribati”.
A Médicos Sem Fronteiras trabalha em Kiribati desde outubro de 2022, em colaboração com o Ministério da Saúde e Serviços Médicos, para reforçar a prestação de cuidados maternos e pediátricos.
A equipa da MSF, composta por profissionais de pediatria, obstetrícia, enfermagem e uma parteira, está a trabalhar com o Ministério da Saúde de Kiribati, para prestar cuidados médicos no principal hospital do país e providenciar formação a profissionais de saúde locais. Uma equipa da MSF também trabalhou noutras ilhas do arquipélago, providenciando formação a profissionais de enfermagem sobre cuidados neonatais e triagem de mulheres que têm gravidezes de alto risco, devido às elevadas taxas de diabetes gestacionais.
O isolamento tem impactos no acesso a provisões médicas essenciais
A pediatra da MSF, Jo Clarke, tem visto em primeira mão o quão difícil poder ser para o Ministério da Saúde e Serviços Médicos assegurar provisões médicas essenciais e os medicamentos necessários.
“Têm existido problemas com o fornecimento de artigos de farmácia e equipamentos. Estamos num sítio remoto, por isso demora imenso tempo até que algo chegue aqui de barco, ou de avião. Enfrentámos recentemente um problema com falta de comida terapêutica para crianças desnutridas, numa altura em que era necessária.”
Moannara Benete, que coordena as lojas centrais de fornecimento de artigos médicos, explica que é muito difícil para o país aceder a medicamentos essenciais a tempo e a um preço justo. “Quando o F75 e o F100, que é o leite terapêutico com que alimentamos bebés desnutridos, chegou finalmente a Kiribati, já estava fora de validade, porque demorou oito meses a chegar da Europa.”
“Não creio que tenhamos poder de aquisição ou negociação. Devíamos colaborar com os nossos vizinhos do Pacífico, para podermos assegurar o fornecimento de artigos médicos que precisamos na região. Esta situação que atravessamos é grave. Precisamos urgentemente de assistência.”
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