A Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização humanitária internacional que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por graves crises humanitárias. Também é missão da MSF chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelos pacientes atendidos em seus projetos.
Como organização médica, buscamos sempre oferecer o melhor tratamento disponível aos nossos pacientes. O trabalho de MSF envolve uma grande variedade de atividades, desde a organização de campanhas…
Veja as principais atualidades sobre as atividades da Médicos Sem Fronteiras.
Saiba mais sobre os nossos projetos no terreno e as nossas atividades em todo o mundo.
Assista aos vídeos sobre o trabalho da Médicos Sem Fronteiras em diversos projetos pelo mundo.
Ouça as histórias e as experiências vividas por quem está nas linhas da frente das emergências humanitárias.
O que vemos e registamos sobre o trabalho das nossas equipas e as populações que apoiamos.
Participe nos nossos eventos, online ou presenciais, para apoiar e saber mais sobre o nosso trabalho.
Profissionais portugueses contam as experiências nos diversos projetos da MSF.
Pode ajudar a MSF de várias formas, fazendo donativos, divulgando o trabalho e angariando fundos para a concretização dos projetos.
O seu donativo faz a diferença, ajuda-nos a levar cuidados médicos a quem mais precisa.
Faça a consignação do seu IRS à Médicos Sem Fronteiras e ajude-nos a salvar vidas!
A MSF depende inteiramente de donativos privados para fazer chegar assistência médica-humanitária a quem mais precisa.
Procuramos novas formas de chegar a cada vez mais pessoas, com o objetivo de envolvê-las com a nossa missão.
Faça do seu testamento, um testamento solidário incluindo a Médicos Sem Fronteiras.
A sua empresa pode fazer a diferença. Juntos podemos fazer ainda mais.
Se tem uma multa ou uma contra-ordenação, saiba que pode fazer o pagamento à Médicos Sem Fronteiras Portugal.
É urgente reforçar o apoio para travar o surto e garantir que mais pessoas têm acesso a cuidados de saúde e a serviços de água e saneamento essenciais
Enquanto o Iémen continua a enfrentar uma das crises humanitárias mais prolongadas do mundo, o recente aumento de casos de diarreia aguda nos governorados de Ibb e Al-Hodeidah voltou a expor a fragilidade do sistema de saúde do país. É urgente garantir apoio humanitário sustentado, para que as pessoas mais afetadas pelo surto possam aceder atempadamente a cuidados de saúde. Por detrás dos números crescentes estão histórias de perda e sobrevivência – famílias que lutam para salvar os entes queridos em condições difíceis.
Rawdah, uma mãe da província de Taiz, conhece bem a dor da perda. Três dos filhos morreram devido à doença e, quando a filha mais nova, Malak, começou a sentir sintomas de diarreia aguda, foi invadida pelo medo. Com o marido noutra cidade à procura de trabalho, enfrentou a crise sozinha.
Determinada a salvar a filha, decidiu atravessar os limites do governorado até Ibb, lembrando-se de que a Médicos Sem Fronteiras (MSF) já tinha tratado um dos filhos com sucesso. Quando chegou ao centro de tratamento de diarreia na cidade de Al-Qaeda, onde trabalha uma equipa da MSF, Malak foi imediatamente recebida e tratada pelos profissionais de saúde.
“Estava muito triste e não comi durante dois dias”, recorda Rawdah. “Senti que estava prestes a perder a cabeça e a minha filha. Estava sobrecarregada, mas quando chegámos e os médicos começaram a tratá-la, vi melhorias. Fiquei aliviada.”
Estava sobrecarregada, mas quando chegámos e os médicos começaram a tratá-la, vi melhorias. Fiquei aliviada.” – Rawdah, mãe de paciente da MSF
Estava sobrecarregada, mas quando chegámos e os médicos começaram a tratá-la, vi melhorias. Fiquei aliviada.”
– Rawdah, mãe de paciente da MSF
Hoje, Malak está em recuperação. Esta história mostra o impacto vital do acesso atempado a cuidados de saúde e lembra as dificuldades que muitas pessoas no Iémen enfrentam para conseguir chegar até eles.
Em Al-Qaeda, a MSF gere um dos dois únicos centros de tratamento de diarreia existentes no governorado de Ibb, um recurso essencial para os pacientes com diarreia aguda. Entre abril e o final de agosto de 2025, o centro tratou mais de 4 mil pacientes, dos quais 81 por cento apresentavam desidratação moderada a grave. Com a chegada da época das chuvas, em meados de julho, verificou-se um aumento acentuado de casos, o que levou a MSF a expandir a capacidade do centro de 50 para 100 camas. A taxa de ocupação variou entre 80 e 90 camas por dia.
Para reforçar o tratamento atempado e reduzir o risco de complicações, a MSF criou pontos de reidratação oral em três centros de saúde distribuídos por três distritos de Ibb, o que permitiu que pacientes com sintomas ligeiros iniciassem o tratamento mais perto de casa e que, consequentemente, seja diminuida a pressão sobre o centro principal.
No governorado de Al-Hodeidah, a MSF apoia o hospital rural de Al-Zaydiyah, que agora dispõe de um centro de tratamento de diarreia com 30 camas. A organização apoia ainda dois pontos de reidratação oral nos distritos de Az-Zaidiyah e Ad-Dahi. Entre abril e o final de agosto de 2025, o hospital tratou mais de 990 pessoas com diarreia aguda. Este número demonstra a crescente pressão sobre os serviços locais de saúde e a importância do cuidado descentralizado.
A experiência de Ali, paciente com diarreia aguda, revela outra realidade: as barreiras financeiras que impedem muitos iemenitas de aceder a cuidados de saúde. Ali esteve acamado durante três dias, a enfraquecer a cada hora, e queria procurar ajuda, mas não tinha dinheiro para o transporte.
“Não tinha dinheiro para o transporte”, conta Ali. “Só consegui pagar uma viagem de motorizada depois de três dias acamado com diarreia aguda.”
Quando finalmente chegou ao centro de tratamento em Al-Qaeda, foi logo tratado e começou a recuperar.
Os surtos de diarreia aguda no Iémen não são novos, mas estão a tornar-se mais graves e frequentes. O saneamento, água e higiene inadequados, são um dos principais fatores de transmissão. As cheias e a água estagnada durante a época das chuvas agravam a situação, o que pressiona ainda mais infraestruturas frágeis e contamina fontes de água, aumentando assim o risco de infeções em larga escala.
(…) As lacunas entre as necessidades e os serviços disponíveis não param de aumentar” – Desma Maina, MSF
(…) As lacunas entre as necessidades e os serviços disponíveis não param de aumentar”
– Desma Maina, MSF
“Embora a MSF continue a prestar cuidados que salvam vidas e a responder a emergências para pacientes com diarreia aguda, estamos profundamente preocupados com a crescente pressão sobre o frágil sistema de saúde do Iémen”, frisa Desma Maina, coordenadora do projeto da MSF no país. “Sem um apoio humanitário sustentado e reforçado, as comunidades continuarão a enfrentar barreiras que colocam em risco a vida no acesso a cuidados essenciais. Infelizmente, o que vemos, sobretudo no último ano, é uma redução drástica da ajuda humanitária ao Iémen, e as lacunas entre as necessidades e os serviços disponíveis não param de aumentar.”
O acesso a cuidados de saúde é vital, mas os serviços de água, saneamento e higiene são igualmente cruciais para conter o surto. É urgente uma intensificação destes serviços nas áreas afetadas para evitar uma propagação maior.
O sistema de saúde do Iémen continua sobrecarregado e subfinanciado após mais de uma década de conflito, instabilidade e cortes de financiamento. Apesar da escala das necessidades, a atenção internacional e o financiamento continuam a diminuir.
As histórias de Rawdah, Malak e Ali não são casos isolados, refletem as lutas diárias de milhares de iemenitas que enfrentam barreiras enormes para aceder a cuidados essenciais.
Com o aumento dos casos de diarreia aguda e a aceleração da transmissão durante a época das chuvas, é necessária uma ação urgente. As entidades humanitárias e os doadores devem dar prioridade ao Iémen, aumentar o financiamento e investir em soluções sustentáveis que reforcem o sistema de saúde do país.
A MSF está a responder ativamente ao aumento de casos de diarreia aguda em seis governorados do Iémen, ao prestar cuidados médicos essenciais e apoio às comunidades afetadas.
Como a maioria dos websites, o nosso website coloca cookies – um pequeno ficheiro de texto – no browser do seu computador. Os cookies ajudam-nos a fazer o website funcionar como esperado, a recolher informações sobre a forma como utiliza o nosso website e a analisar o tráfego do site. Para mais informações, consulte a nossa Política de Cookies.