Brasil: MSF ajuda população afetada pelas enchentes em Alagoas

A resposta de MSF foca em saúde mental e na distribuição de itens de ajuda emergencial

Em junho, fortes enchentes atingiram os estados de Pernambuco e Alagoas no nordeste do Brasil. As inundações deixaram milhares de casas completamente destruídas. As quatro áreas mais afetadas foram Branquinha, Santana do Mundaú, União dos Palmares e Murici. Em alguns lugares, a população inteira foi afetada pelo desastre e muitas famílias perderam todos os seus pertences.

Uma equipe de MSF já está prestando assistência no local e avaliando as necessidades humanitárias em parceria com o Comitê Estadual de Emergência brasileiro. Nas unidades de saúde locais, os principais sintomas expressados pelas pessoas são ansiedade, depressão, intenções suicidas, insônia e pesadelos. Dois psicólogos de MSF têm providenciado consultas individuais em unidades de saúde em Branquinha.

Futuramente, eles vão oferecer treinamento em cuidados de saúde mental para o pessoal médico e não-médico local, para ajudá-los a identificar problemas psicológicos nos pacientes. Essa equipe também vai conduzir terapias em grupo e sessões de aconselhamento individual para aqueles que necessitarem.

Aproximadamente 25 mil pessoas estão desabrigadas atualmente, vivendo em abrigos coletivos.

“A situação nos abrigos maiores é caótica e insuportável,” diz a psicóloga de MSF Christina Sutter. “Algumas famílias não possuem espaço para guardar seus pertences. Outros não têm nada, dormem no chão, no meio de todo mundo. O cheiro de urina e suor é muito forte. Há muita falta de higiene, más condições de circulação do ar e a “presença de alguns animais, o que piora a situação.”

Para melhorar as condições de vida, MSF vai distribuir 3 mil kits de higiene compostos de sabões, toalhas, bacias e outros itens de higiene; assim como 3 mil kits de auxilio com itens como coberturas plásticas, baldes, cordas e mosquiteiros. MSF também vai doar 50 conjuntos de material para limpeza de latrinas e vai avaliar as necessidades em água e saneamento.

Nos abrigos coletivos, a violência tem aumentado. “Nós visitamos centros coletivos em Branquinha e Murici e esses lugares tem se tornado cada vez mais violentos,” explica Ana Lucia Bueno, coordenadora da emergência de MSF em Alagoas. “Muitas pessoas desabrigadas começaram a se desesperar e isso gera tensões. Todo dia acontecem brigas, em alguns casos com facas. Nós estamos preocupados com as condições de segurança nos abrigos.”

A situação médica também precisa ser monitorada, dado que casos de dengue e leptospirose – uma doença bacteriana causada pelo contato direto com urina ou animais infectados – foram relatados. Um médico de MSF chegou ao terreno para fazer o monitoramento epidemiológico.

MSF tem trabalhado no Brasil desde 1991

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