Cessar-fogo em Gaza: a ajuda humanitária deve entrar imediatamente

Uma família palestiniana montou um abrigo sobre os escombros da sua casa destruída para viver na cidade de Beit Lahia, a norte da Faixa de Gaza.
© Nour Alsaqqa/MSF

O anúncio da primeira fase do cessar-fogo em Gaza traz um momento de alívio bem-vindo para os palestinianos exaustos, famintos e em luto, e um grande alívio para as famílias de todos os reféns – mas isso ocorre após mais de dois anos e mais de 67.000 vidas perdidas.

Embora saudemos o cessar-fogo, ele não marca o fim deste sofrimento horrível – as pessoas em Gaza são deixadas a sobreviver entre as ruínas do que antes era um lar, a enfrentar imensas necessidades médicas, psicológicas e materiais.

“O sentimento dos nossos colegas e das pessoas à nossa volta é de esperança, muita esperança, desejando que este pesadelo finalmente acabe e que possam estar em paz e que possam recuperar do seu trauma, tanto físico como mental. Mas também há muita incerteza sobre o que vai acontecer, sobre quais são os próximos passos”, ressalva o coordenador de emergências da MSF em Gaza, Jacob Granger.

O cessar-fogo deve ser respeitado e mantido, pois é a única forma de permitir que os cuidados sejam prestados na escala que as pessoas desesperadamente necessitam – algo que era impossível sob cerco e bombardeamentos. A longo prazo, esperamos que este cessar-fogo gere a esforços para reconstruir a Faixa de Gaza, incluindo a restauração do sistema de saúde que foi destruído.

As necessidades mais básicas continuam a ser urgentes em Gaza: equipamentos médicos, medicamentos, alimentos, água, combustível e abrigo adequado para dois milhões de pessoas que enfrentarão o inverno que se aproxima sem um teto sobre as cabeças.

Este cessar-fogo deve ser acompanhado por um aumento imediato, maciço e sustentado da ajuda na Faixa de Gaza, incluindo o Norte.

A Médicos Sem Fronteiras urge que as autoridades israelitas permitam um fluxo suficiente e sem entraves de ajuda humanitária e a autorizarem transferências médicas para pacientes que necessitem de cuidados especializados urgentes. Ao mesmo tempo, o mecanismo de coordenação humanitária liderado pela ONU deve ser restabelecido para garantir o acesso seguro e imparcial à ajuda para aqueles que precisam, onde quer que estejam na Faixa de Gaza.

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