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Em 2025, a organização Médicos Sem Fronteiras iniciou intervenções em Catatumbo e Arauca, regiões afetadas por confrontos contínuos entre grupos armados. Há uma necessidade urgente de reforçar a ajuda humanitária nas comunidades isoladas e de difícil acesso
Nas últimas semanas, a Médicos Sem Fronteiras (MSF) tem reforçado a assistência em áreas afetadas pela escalada de conflito mais grave dos últimos anos na Colômbia. Dezenas de milhares de pessoas estão atualmente presas em pelo menos 11 focos ativos de violência, segundo as autoridades.
Perante a crescente urgência das necessidades humanitárias, a MSF urge as entidades estatais e outras organizações humanitárias a chegarem às comunidades isoladas, onde muitas pessoas continuam sem acesso a serviços básicos, incluindo cuidados de saúde. A organização alerta as entidades armadas para a necessidade de proteger as estruturas de saúde e os trabalhadores humanitários da violência.
“Estamos profundamente preocupados com o impacto que o agravamento do conflito na Colômbia está a ter em dezenas de milhares de pessoas em várias regiões do país”, afirma o coordenador-geral da MSF na Colômbia, Francisco Otero. “As nossas equipas estão a prestar assistência médica e humanitária a comunidades vulneráveis e isoladas, em áreas de acesso muito limitado para organizações humanitárias e com escassa presença do Estado.”
Em fevereiro, as equipas da MSF lançaram uma resposta de emergência em zonas rurais da região Nordeste de Catatumbo, onde, no mês anterior, mais de 50 mil pessoas tinham sido forçadas a abandonar as casas devido às hostilidades — na que foi a maior deslocação populacional súbita em décadas. Muitas das que permaneceram enfrentam agora sérias restrições à mobilidade. Já em março, teve início um novo projeto no departamento de Arauca, igualmente situado junto à fronteira com a Venezuela.
Em meados de janeiro, a quebra de um pacto de não agressão entre dois grupos armados não estatais originou uma escalada de violência que provocou, segundo as autoridades estatais, pelo menos 98 mortos e cerca de 77 mil pessoas afetadas — entre as quais deslocadas e confinadas. As forças armadas colombianas lançaram também várias ofensivas contra esses grupos.
As equipas da MSF operam com clínicas móveis em zonas rurais onde persistem restrições à circulação tanto para as pessoas que procuram recursos e serviços, como para entidades oficiais e outras organizações humanitárias que tentam entrar. A MSF é uma das poucas organizações a quem foi concedido acesso, pelas partes em conflito, a estas áreas fortemente afetadas por essas limitações.
Entre 10 de fevereiro e 15 de março, foram realizadas cerca de 1.200 consultas médicas em áreas rurais de Ábrego, Teorama e Tibú, das quais 933 em cuidados de saúde primários e 112 em saúde mental. Para além disso, 472 pessoas participaram em atividades de saúde mental em grupo.
“Observamos um agravamento do estado de saúde da população, desde crianças com sintomas de desntrição até pessoas com doenças crónicas, como hipertensão ou diabetes, cujo tratamento foi interrompido”, explica a coordenadora médica da MSF na Colômbia, Altair Saavedra.
“A maioria das mulheres grávidas que observámos nas consultas ainda não tinha iniciado acompanhamento pré-natal, independentemente da idade gestacional, e alguns pacientes apresentaram sintomas psicológicos graves causados pela incerteza em relação à evolução do conflito.” Além disso, nas áreas visitadas pela MSF, pelo menos quatro centros de saúde primários encerraram ou suspenderam atividades devido à violência.
Na região de Arauca, vários grupos armados não estatais continuam a lutar pelo controlo do território. Na primeira semana de março, a MSF deu início a um projeto de longo prazo para pessoas com acesso extremamente limitado a cuidados de saúde, entre estas: migrantes venezuelanos, colombianos retornados e pessoas deslocadas, bem como grupos indígenas em situação de vulnerabilidade na área urbana, e comunidades afetadas pelo conflito armado nas zonas rurais.
“Vamos prestar serviços de saúde sexual e reprodutiva, cuidados integrados a sobreviventes de violência sexual, consultas de saúde mental, atenção prioritária a crianças com menos de cinco anos, apoio a estruturas de primeiro nível e reforço da capacidade técnica dos profissionais de saúde. Vamos também realizar atividades de água e saneamento”, refere o coordenador da MSF em Arauca, Alejandro Matos.
Entre 3 e 14 de março, foram realizadas 281 consultas médicas, 30 consultas individuais de saúde mental e 116 pessoas participaram em sessões de saúde mental em grupo, nos assentamentos de Jerusalém, Brisas del Puente e Clarinetero, na capital da região, cidade de Arauca.
Sete décadas de conflito tornaram a Colômbia num dos países com o maior número de pessoas deslocadas internamente em todo o mundo — quase nove milhões, segundo registos históricos. Durante a última década, o número de novas deslocações internas motivadas por violência nunca ultrapassou os 70 mil casos por ano. Em 2024, no entanto, o país registou 160 mil novos deslocamentos, de acordo com as autoridades, o valor anual mais elevado desde a assinatura, em 2016, do acordo de paz entre o Estado e as extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Apesar de estarem em curso processos de negociação entre o Governo e vários grupos armados não estatais, a Defensoría del Pueblo (equivalente a provedor de Justiça) assinalou a existência de 11 pontos críticos de emergência humanitária, sobretudo em regiões junto ao Pacífico e na fronteira com a Venezuela.
“Enquanto organização que orienta as atividades pelos princípios de neutralidade, imparcialidade e independência, instamos as partes em conflito a garantirem o acesso seguro a áreas afectadas pela violência, onde existem necessidades humanitárias por satisfazer”, refere Otero.
A Colômbia continua a ser o principal destinatário de fundos da USAID na América Latina. Em 2024, os Estados Unidos forneceram cerca de 68 por cento dos recursos da resposta humanitária coordenada por trabalhadores humanitários no país. No entanto, em 2025, dezenas de ONG e agências das Nações Unidas já foram afetadas por cortes orçamentais. No sector da saúde, mais de 183 mil pessoas perderam acesso a assistência, e outras 683 mil correm o risco de ser afetadas, segundo dados da equipa de organizações de saúde humanitária.
“Perante o agravamento das necessidades provocado pelo conflito, a MSF urge as entidades estatais e outras organizações humanitárias a chegarem às comunidades onde o acesso a serviços básicos como os cuidados de saúde foi comprometido, e às partes em conflito para que protejam as estruturas de saúde e os trabalhadores humanitários da violência”, conclui Otero.
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