A Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização humanitária internacional que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por graves crises humanitárias. Também é missão da MSF chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelos pacientes atendidos em seus projetos.
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A MSF, em colaboração com parceiros locais, está a reforçar o acesso a cuidados médicos no governorado de Assuão, no Egito, onde vivem comunidades egípcias e sudanesas com necessidades de saúde diversas e múltiplas barreiras sociais
Khaled* está sentado num canto da sala de espera, com o cartão de registo da ACNUR numa mão e um pequeno saco de plástico cheio de embalagens vazias de medicamentos na outra. É a terceira visita dele à clínica em Daraw, onde recebe tratamento para a doença crónica que o afeta.
“Tínhamos uma vida confortável no Sudão e deixá-la foi muito difícil. Mas era a nossa única opção”, conta Khaled, originalmente de Jezirah, no Sudão, mas que agora está a viver em Daraw, uma pequena cidade no governorado de Assuão, no Sul do Egito. “O nosso país ficou sem cuidados de saúde, e pessoas mais velhas como eu não conseguem aguentar muito tempo sem isso.” Khaled é um dos 1.5 milhão de sudaneses a viver no Egito, muitos dos quais atravessaram a fronteira depois da guerra ter começado em 2023.
“Tínhamos uma vida confortável no Sudão e deixá-la foi muito difícil. Mas era a nossa única opção.” – Khaled, paciente da MSF
“Tínhamos uma vida confortável no Sudão e deixá-la foi muito difícil. Mas era a nossa única opção.”
– Khaled, paciente da MSF
Em Daraw, a Médicos Sem Fronteiras (MSF) gere uma clínica móvel em parceria com a Om Habibeh Foundation (OHF), uma organização egípcia com longa atividade no governorado de Assuão. As duas organizações começaram a levar a cabo clínicas móveis em janeiro de 2025, em cinco locais diferentes da região.
O objetivo desta atividade é facilitar o acesso a cuidados médicos para pessoas que deles necessitam, apoiando simultaneamente o sistema de saúde existente no governorado de Assuão. Desde então, a equipa realizou mais de 7265 consultas gerais e mais de 6600 consultas para doenças não transmissíveis. Além disso, foram fornecidas mais de 1470 consultas individuais de saúde mental e mais de 2440 sessões de promoção de saúde.
Todas as manhãs, uma equipa conjunta da MSF e da OHF, composta por médicos, enfermeiros, psicólogos e educadores de saúde, visita estes locais e fornece cuidados médicos primários a sudaneses e egípcios que não têm acesso a eles noutros sítios.
Desde o início das atividades, as duas organizações sabiam que para chegar às comunidades-alvo e adaptar-se às necessidades delas, seria essencial envolver-se de perto. Embora egípcios e sudaneses coexistam em Assuão, as necessidades das comunidades são diferentes, assim como as posições que têm em relação ao acesso à saúde.
Para os sudaneses, que deixaram as próprias casas com muito pouco, existem desafios e necessidades adicionais. Para muitos, o estatuto legal determina a sua liberdade de movimento e o acesso a cuidados de saúde, devido ao receio de intimidação ou de reações violentas.
“Fugir da guerra e abandonar as casas tem um impacto sério na saúde mental das pessoas. Vemos muitos pacientes que sofrem de ansiedade, depressão ou perturbação de stress pós-traumático (PTSD) devido ao passado, ao que viveram no Sudão ou durante a viagem até aqui, e à incerteza das suas vidas atuais”, avança o responsável pelas atividades de promoção de saúde da MSF no Egito, Moses Luhanga.
Vemos muitos pacientes que sofrem de ansiedade, depressão ou perturbação de stress pós-traumático (PTSD) devido ao passado, ao que viveram no Sudão ou durante a viagem até aqui, e à incerteza das suas vidas atuais.” – Moses Luhanga, profissional da MSF
Vemos muitos pacientes que sofrem de ansiedade, depressão ou perturbação de stress pós-traumático (PTSD) devido ao passado, ao que viveram no Sudão ou durante a viagem até aqui, e à incerteza das suas vidas atuais.”
– Moses Luhanga, profissional da MSF
Sem o envolvimento da comunidade, é difícil chegar às pessoas e compreender as necessidades que têm. As equipas trabalham com vários mobilizadores comunitários, que funcionam como ligação entre a MSF e as comunidades.
Para chegar até elas, a equipa médica está a intensificar esforços, ao mesmo tempo que colabora com organizações comunitárias para contatar egípcios e líderes comunitários para chegar aos refugiados sudaneses que se instalaram na região, ou mesmo aos que ainda estão em trânsito.
Embora as necessidades e desafios sejam diferentes, as possibilidades económicas continuam a ser a maior barreira para muitos, seja para chegar às unidades de saúde, seja para comprar os medicamentos prescritos. É o caso de Heba*, uma mãe egípcia de sete filhos, que tem dificuldade em pagar todas as despesas médicas e alimentares dos filhos ao mesmo tempo.
“Embora tenha acesso aos serviços públicos por ser egípcia, prefiro vir aqui porque recebo todos os meus medicamentos gratuitamente”, explica Heba. “Ajuda-me a poupar algum dinheiro para a minha família, em vez de gastar na farmácia.” Para muitas pessoas no governo de Assuão, tanto sudanesas como egípcias, o custo de vida está a aumentar, criando ainda mais pressão para conseguirem sustentar a família.
Cada vez mais egípcios procuram cuidados nas clínicas móveis da MSF, mas a maioria dos pacientes continua a ser sudanesa.
Em Karkar, situado a 70 quilómetros a Sul de Daraw, Aliya* conta uma história diferente. Veio pela primeira vez à clínica quando descobriu que estava grávida, pensando que poderia ter o bebé ali. Embora a equipa médica não realize partos, a nossa equipa de encaminhamento assegura que os pacientes que necessitam de cuidados adicionais são encaminhados para outras organizações ou unidades de saúde.
“Fiquei muito aliviada quando me disseram que o meu parto seria assegurado pela equipa médica, incluindo os custos de transporte até ao hospital. Não tenho dinheiro suficiente para pagar isso”, frisa Aliya, com um largo sorriso.
Todos os dias, um enfermeiro de referência da MSF acompanha os pacientes que precisam de serviços adicionais que nem a MSF nem a OHF fornecem. Muitos, como Aliya, necessitam de cuidados médicos secundários, mas muitos outros procuram serviços não médicos, como ajuda financeira, proteção ou apoio social. Desde a introdução deste novo serviço, em setembro de 2025, mais de 80 pacientes foram encaminhados para outras organizações, demonstrando a elevada necessidade destes serviços.
A ligação com os mobilizadores comunitários é também fundamental para esta componente do projeto, uma vez que a solidariedade entre a comunidade de acolhimento e os refugiados, bem como a rede interorganizacional, ajuda a aliviar o sofrimento de muitos.
Os nomes dos pacientes foram alterados para proteger as suas identidades.
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