No dia 9 de julho de 2021, o Sudão do Sul completou 10 anos desde a sua independência. Este importante acontecimento é marcado pelo legado sangrento de sua primeira década, incluindo uma guerra civil de cinco anos e a continuidade da violência intercomunitária e dos combates insurgentes. Médicos Sem Fronteiras (MSF) está presente no país desde 1983. Após a independência em 2011, respondemos à maioria das crises médicas e humanitárias da região, testemunhando com frequência o impacto de atos extremos de violência, como ataques contra civis, assassinatos motivados por causas étnicas, abusos e violência sexual.
Confira uma linha do tempo com os principais acontecimentos da última década no Sudão do Sul e as consequências do atual conflito na nação mais jovem do mundo:
1 – 2011
Em janeiro de 2011, o povo do Sudão do Sul votou a favor da independência do Sudão. Seis meses depois, a República do Sudão do Sul se tornou o mais novo país do mundo. Na independência, o Sudão do Sul continuou a carregar as cicatrizes de décadas de conflito, abandono e pobreza.
2 – 2013
Menos de dois anos e meio depois, o país mergulha em uma guerra civil marcada por massacres étnicos, assassinatos brutais e direcionados a civis, violência sexual, aliciamento de crianças-soldados e outras atrocidades.
3 – 2015
Em 2015, um acordo de paz é assinado, mas os combates entre as forças governamentais e os grupos de oposição eclodem novamente, em menos de um ano depois.
4 – 2018
Em 2018, um novo acordo de paz encerra cinco anos de guerra civil que matou aproximadamente 400 mil pessoas e forçou milhões a abandonarem suas casas.
5 – 2020
Uma unidade de governo é formada, mas a violência e os conflitos intercomunitários e subnacionais ainda são frequentes e ferozes em todo o país.
6 – 2021
Atualmente, 1,6 milhões de pessoas estão deslocadas internamente no Sudão do Sul e mais de 2,2 milhões são refugiadas na região. Isso representa mais de um terço da população que foi forçada a fugir de suas casas por causa do conflito e da insegurança contínua.
7 – 2021
Mais de dois terços da população do país – número superior a oito milhões de pessoas – precisam urgentemente de alguma forma de assistência e proteção humanitária.
8 – 2021
A assistência médica permanece insuficiente ou inexistente em muitas partes do país. Por vezes, as pessoas caminham durante dias ou cruzam fronteiras para os países vizinhos para chegar à unidade de saúde em funcionamento mais próxima.
9 – 2021
Mulheres e meninas continuam a ser submetidas à violência sexual relacionada a conflitos, assassinato e sequestro. Muitas delas enfrentam assédio, agressão e abuso sexual ao coletar água e alimentos ou ao usar latrinas comunitárias.
10 – 2021
Ataques contra civis, pacientes, instalações médicas, profissionais da saúde e agentes humanitários devem parar. MSF continuará trabalhando para garantir o acesso seguro e em tempo hábil para a assistência humanitária e para os cuidados de saúde no país.