Dia Internacional de Luta contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia

Na Beira, em Moçambique, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) tem trabalhado em conjunto com o Ministério da Saúde, com a polícia e comunidades para garantir que membros de populações-chave vulneráveis não enfrentam barreiras, discriminação, estigma, nem desafios no acesso aos serviços de saúde.
© MSF/Martim Gray Pereira

Por Jessie Ashay Kurnurkar – responsável de operações no projeto da MSF na Beira, em Moçambique

“No âmbito do Dia Internacional de Luta contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia, assinalado a 17 de maio, destacamos a importância de garantir que todas as pessoas tenham acesso a cuidados de saúde, independentemente da sua orientação sexual e/ou identidade de género.

Na Beira, no centro de Moçambique, a organização médica e humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) tem trabalhado em conjunto com o Ministério da Saúde (MISAU), com a polícia e comunidades para garantir que membros de populações-chave vulneráveis* não enfrentam barreiras, discriminação, estigma, nem desafios no acesso aos serviços de saúde. Estamos a trabalhar com grupos populacionais que enfrentam maior risco de transmissão de VIH comparado a população em geral, em particular com homens que fazem sexo com homens (HSH), mulheres trans, e profissionais do sexo. 

Desde 2016, a MSF alcançou mais de 3 000 HSH e 60 mulheres trans com várias atividades específicas lideradas por educadores e educadoras em pares dentro da comunidade para apoiar, identificar e encaminhar pessoas que precisam de serviços de saúde. A MSF também realiza clínicas comunitárias para tratar e prevenir o VIH, distribui preservativos e lubrificantes, e leva a cabo um programa de mentoria para trabalhadores dos serviços de saúde para apoiar a concretização das diretrizes nacionais de população-chave para pessoas LGBTQI+.

Moçambique é um exemplo para a região e em África por descriminalizar as relações entre pessoas do mesmo sexo, e por promover a sua inclusão nos serviços de saúde, embora persistam alguns desafios no acesso a cuidados de saúde. Para prevenir e responder ao VIH, é essencial garantir que todos e todas sejam incluídos/as – Juntos/as sempre: unidos/as na diversidade.”

 

*População-chave: grupo de pessoas com maior risco de infeção e transmissão de VIH em comparação com a população em geral, que inclui HSH, mulheres trans, profissionais do sexo, pessoas que usam drogas e pessoas em reclusão.

Partilhar