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A mais recente escalada de violência no país forçou milhares de pessoas a fugir
Shivan* ainda recorda os dias terríveis que ele e a sua família viveram quando, em dezembro de 2024, a guerra se aproximou da sua cidade, Manbij, no Norte da Síria. Durante uma visita de uma equipa da Médicos Sem Fronteiras (MSF) a uma escola no governorado de Hassakeh, que acolhe pessoas deslocadas, ele partilhou histórias sobre a perda de entes queridos e o medo de um futuro incerto.
Nunca esquecerei aquele dia; o meu amigo foi morto diante dos meus olhos.
“Ouvimos o som dos combates e das explosões em Manbij e tentámos manter-nos seguros, na esperança de que a situação acalmasse e não tivéssemos de fugir. Mas os disparos intensificaram-se e aproximaram-se”, conta Shivan.
Quando os homens armados chegaram, ordenaram-lhe, assim como a todos os habitantes do seu bairro, que abandonassem as casas. “Um dos meus amigos recusou-se a sair, dizendo: ‘Não vou deixar a minha casa’. Disse-lhe para ir embora antes que nos obrigassem, mas nunca imaginei que acabaria assim”, afirma.
Dispararam-lhe na cabeça sem hesitar. Nunca esquecerei aquele dia; o meu amigo foi morto diante dos meus olhos.”
Ao ver o sangue do amigo na rua, Shivan e a sua família juntaram-se às cerca de 100.000 pessoas que fugiram de Manbij e Tal Rifaat em busca de segurança nas regiões de Raqqa e Hassakeh, no Nordeste da Síria.
Esta vaga de deslocação faz parte de um ciclo repetido de violência e êxodo que afeta a população da Síria há 13 anos. Agora, a mais recente escalada de violência, incluindo em Tel Rifaat, Shehba e Manbij, tornou estas áreas inseguras, o que forçou milhares de pessoas a fugir novamente.
A MSF não estava presente nas áreas de onde as pessoas fugiram, mas recolheu testemunhos sobre atos de violência extrema, incluindo homicídios, assédio e agressões físicas, que as pessoas testemunharam nas localidades e ao longo do caminho para o Nordeste da Síria.
Quis reagir, fazer algo, mas apontaram-me uma arma à cabeça.
“Fomos abusadas fisicamente. Toda a gente era um alvo, assediaram as minhas irmãs e a mim, tocaram nos nossos corpos e humilharam-nos de formas que nem consigo descrever”, relata Jiyan*, uma mulher que também foi deslocada de Manbij.
Quis reagir, fazer algo, mas apontaram-me uma arma à cabeça. Não pude fazer nada além de ver enquanto violavam a minha família e destruíam a minha casa.”
Desde então, milhares de deslocados vivem em abrigos temporários. Nestes locais, as condições são difíceis durante o inverno, sem isolamento adequado, aquecimento ou privacidade. Muitas famílias lutam para encontrar um abrigo seguro e estável.
“Quando chegámos a Tabqa, percebemos que a situação ali não era boa”, avança Layla*, deslocada de Manbij.
“A área estava sobrelotada com outras pessoas deslocadas, e não podíamos ficar ali por muito tempo. Decidi trazer a minha família para Hassakeh, na esperança de encontrar um lugar melhor para viver.”
As equipas da MSF têm distribuído kits de higiene, fraldas, cobertores, almofadas, colchões e casacos quentes para melhorar a saúde, o bem-estar e a dignidade das pessoas deslocadas. Desde dezembro de 2024, foram distribuídos mais de 17.500 itens essenciais em 87 centros coletivos de emergência em todo o Nordeste da Síria.
As equipas da MSF também têm trabalhado para melhorar o acesso a água potável, fornecendo mais de 5 milhões de litros de água a centros coletivos em Tabqa, Raqqa e Hassakeh. Para melhorar as condições sanitárias e evitar surtos de doenças, as equipas também limpam latrinas nos abrigos improvisados.
Apesar do apoio das organizações locais e internacionais, alguns serviços essenciais não estão disponíveis, incluindo os cuidados para doenças não-transmissíveis. Para responder a algumas dessas necessidades urgentes, a MSF realizou atividades através de clínicas móveis em Tabqa, para prestar serviços médicos. Em Kobane/Ain Al-Arab, a MSF doou 20.000 vacinas contra o sarampo para reforçar os serviços de saúde locais.
A recente deslocação de milhares de pessoas agravou uma crise humanitária já grave e prolongada. As pessoas vivem em campos sobrelotados, com infraestruturas gravemente danificadas e há uma carência generalizada de necessidades básicas, como água, eletricidade, cuidados de saúde, alimentação e abrigo adequado ao clima.
Estou apenas a tentar sobreviver”
Até 20 de janeiro, cerca de 24.000 pessoas ainda permaneciam em abrigos improvisados em todo o Nordeste da Síria. Algumas pessoas sentiram-se seguras para regressar a outras áreas do país, enquanto outras encontraram alojamento em comunidades de acolhimento.
Sem um local seguro para onde regressar, a necessidade de apoio contínuo para os deslocados permanece urgente.
“Estou apenas a tentar sobreviver”, diz Ali*, um homem de 70 anos. “Mas já não me resta nada além das memórias de uma vida que me foi roubada. Já não tenho um lugar a que possa chamar de casa.”
*Os nomes foram alterados para proteger a privacidade e a segurança das pessoas que testemunharam.
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