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Segundo a OMS, 2 milhões de pessoas têm tuberculose multi-resistente no mundo e a cada ano 425 mil novos casos são diagnosticados. No entanto, poucos têm acesso ao tratamento que é caro, complexo, doloroso e exige um compromisso enorme do paciente
Num projeto de MSF na república separatista da Abkásia, Geórgia, diariamente os profissionais de saúde percebem como é tóxico o tratamento e enfrentam sérias dificuldades para tratar adequadamente as pessoas que vivem com tuberculose multi-resistente (resistente a vários tratamentos).
Kirukhim foi o primeiro paciente a receber tratamento em agosto de 2001, no programa de MSF criado para cuidar das pessoas com tuberculose multi-resistente na Abkásia. Por ser morador de rua, ele ficou internado num hospital por quase quatro anos para receber tratamento, que requer que o paciente tome uma quantidade enorme de comprimidos todos os dias.
Apesar dos efeitos colaterais devastadores, a esperança de se curar fez com que ele não caísse em profunda depressão. No entanto, nada disso adiantou. “Após quatro anos de tratamento o exame de TB dele voltou a dar positivo”, lembra Cathy Hewison, médica de MSF. “Tivemos que declarar falha terapêutica. E após tratamento paliativo, Kirukhim morreu”.
Tratamento quase impossível
Ao todo, 89 pacientes iniciaram tratamento para combater a tuberculose multi-resistente no projeto de MSF na Abkásia. Por sorte, todos eles não tiveram o mesmo destino que Kirukhim. Treze pacientes já podem se considerar curados. Quarenta e cinco continuam sob tratamento. No entanto, 30% deles ou morreram ou abandonaram o tratamento. Este índice alto revela como é extremamente difícil tratar a tuberculose multi-resistente.
Para começar, é necessário dois meses entre a primeira consulta e o diagnóstico final de tuberculose multi-resistente. “Os exames de laboratório são bastante complexos e os laboratórios não são capazes de realizá-los nos países onde atuamos”, explica Cathy Hewison. Para os exames feitos na Abkásia, o material coletado tem que ir para Roma, na Itália.
Uma vez que a tuberculose multi-resistente é identificada, é indispensável conversar com o paciente e com a pessoa responsável por ele. “Dizemos que o tratamento é muito longo, com muitos efeitos colaterais graves e com restrições fundamentais”, diz a médica. “Ao iniciar o tratamento, o paciente deve ser informado de que não poderá trabalhar, dormir acompanhado, ou brincar com crianças por um período enorme. Aceitando as regras, o paciente assina um acordo se comprometendo a respeitar as determinações”.
A fase intensiva, que deve ser feita num hospital, dura pelo menos seis meses. O paciente toma uma combinação de cinco remédios por dia, sendo um deles uma injeção bastante dolorosa.
A etapa subseqüente dura 18 meses. As injeções são suspensas, mas o número de comprimidos não diminui. Não é fundamental o paciente ficar internado, mas como os medicamentos devem ser tomados sob direta observação, o paciente que não se hospitalizar deve ir ao hospital duas vezes ao dia. Viajar está fora de questão.
“A duração do tratamento o torna extremamente difícil. Além disso, os medicamentos são tão tóxicos como os da quimioterapia utilizada para o combate ao câncer”, explica Cathy Hewson.
Os efeitos colaterais não são apenas insuportáveis, eles são intoleráveis e podem ser perigosos. Além de graves problemas gástricos que causam náusea, há medicamentos que podem provocar a falência dos rins e do fígado, levando o paciente a uma anorexia severa. Há ainda outros efeitos menos nocivos, como dores nas juntas e emagrecimento.
A cycloserine, um outro tipo de medicamento usado para combater a tuberculose multi-resistente, pode levar o paciente a ter sérios problemas psiquiátricos (depressão, suicídio e psicose).
“Um dos nossos pacientes cortou o estômago com uma faca porque acreditou que tinha um monstro dentro”, conta a médica que teve que suspender o cycloserine e iniciar tratamento para psicose.
Quando certos tipos de medicamentos precisam ser suspensos – mais de um terço dos pacientes suspende o uso de pelo menos um dos medicamentos prescritos no tratamento – não há outra alternativa disponível.
Pesquisas já
Hoje em dia, ninguém sabe ao certo quantas pessoas têm tuberculose multi-resistente no mundo. A Organização Mundial de Saúde fala em 2 milhões de casos e 425 mil novos casos por ano. Por causa da complexidade do tratamento e do alto custo, apenas uma pequena parte deles tem acesso ao tratamento.
Dos que iniciam o tratamento, mais ou menos a metade conseguirá se recuperar.
Esta observação assustadora revela que novas pesquisas são urgentemente necessárias para que se descubram novas formas de tratamento, evitando que a tuberculose multi-resistente se alastre.
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