Líbia: conflito em Trípoli ameaça segurança de civis

MSF pede que migrantes e refugiados mantidos arbitrariamente em centros de detenção sejam evacuados

Líbia: conflito em Trípoli ameaça segurança de civis

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) está extremamente preocupada com os civis expostos ao conflito em Trípoli, incluindo os refugiados e migrantes mantidos em centros de detenção na capital da Líbia e em seu entorno.

Mesmo em tempos de relativa calmaria, os refugiados e migrantes detidos estão sujeitos a condições perigosas e degradantes, que afetam negativamente sua saúde física e mental. Os combates recentes tornaram os refugiados e migrantes em detenção ainda mais vulneráveis e reduziram amplamente a capacidade de organizações humanitárias de fornecer ajuda imediata e de realizar evacuações urgentemente necessárias.

O centro de detenção de Ain Zara, onde o Secretário Geral da ONU, Antonio Guterres, observou o “sofrimento e desespero” de refugiados e migrantes há alguns dias, está no interior de uma área de combates ativos, encurralando mais de 600 pessoas vulneráveis, incluindo mulheres e crianças. Em outro centro de detenção, relatórios sugerem que algumas pessoas estão sendo recrutadas para trabalhar em grupos armados.

MSF reitera seu apelo para que todos os refugiados e migrantes detidos sejam evacuados o mais rapidamente possível e, até que sejam libertados, que suas necessidades básicas e de segurança sejam atendidas. Esta é a terceira vez nos últimos sete meses em que Trípoli entrou em conflito. Muitas pessoas estão na prisão por causa das políticas dos Estados-membros europeus que permitem à Guarda Costeira da Líbia interceptar pessoas no mar e retorná-las forçadamente à Líbia, violando o direito internacional. O conflito atual só reforça que a Líbia claramente não é um lugar seguro onde a proteção de refugiados e migrantes possa ser garantida.

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