Líbia: A integridade das instalações médicas tem que ser respeitada

Médicos Sem Fronteiras pede aos envolvidos no conflito que não ataquem hospitais

A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) pediu a todos os envolvidos no conflito da Líbia que parem imediatamente com os ataques e invasões das instalações médicas da cidade de Sirte, na Líbia. Todos os pacientes feridos devem ter acesso a cuidados de saúde e devem poder receber tratamento médico, sem nenhum tipo de discriminação e sem medo de represália.

O Hospital de Ibn Sina, em Sirte, vem sofrendo muito com os ataques que acontecem na cidade. Na semana passada, equipes de MSF baseadas em Misrata foram até Sirte e verificaram os danos causados ao hospital.

“O hospital foi alvejado e sofreu com os ataques”, disse Barbara Frederick, coordenadora de emergência de MSF. “Uma explosão destruiu uma sala de cirurgia, e a maioria das janelas foi danificada. Como resultado dos conflitos nas últimas semanas, os pacientes tiveram que ser transferidos para os corredores.”

Não havia garantia de segurança no hospital. “Na semana passada, muitos combatentes entravam e saíam daqui armados, e investigavam os pacientes”, disse Frederick. “Nós não sabemos quem eles estavam procurando.”

Após avaliar as necessidades do hospital de Ibn Sina, MSF forneceu suprimentos cirúrgicos, restabeleceu as atividades em duas novas salas de cirurgia e entregou 150 mil litros de água. O hospital, que estava sem água ou eletricidade, voltou a operar com capacidade plena. As equipes médicas chegaram para dar assistência, possibilitando o reinício das atividades cirúrgicas. A segurança, no entanto, continua sendo uma condição fundamental para garantir que todos os pacientes feridos tenham acesso a cuidados médicos, independente do lado do conflito em que estejam, como determina a legislação humanitária internacional.

A maioria da população de Sirte fugiu, e o local agora parece uma cidade fantasma. Alguns civis ainda não conseguem sair, pois o conflito continua no norte da cidade. MSF está pedindo aos envolvidos no conflito que garantam que os civis tenham acesso a cuidados de saúde e que respeitem a segurança e a integridades de pacientes e profissionais que estiverem nas instalações médicas.

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