Médicos Sem Fronteiras atende haitianos em Tabatinga (AM)

Organização distribui itens de higiene e limpeza e pede às autoridades brasileiras que garantam assistência a essa população

A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) está oferecendo assistência aos cerca de mil requerentes de asilo haitianos que chegaram a Tabatinga (AM). O Haiti ainda está se recuperando da devastação causada pelo terremoto de 2010 e pelo surto de cólera que começou em outubro do mesmo ano. Desde novembro, equipes de MSF vêm acompanhando a situação dessas pessoas nesse pequeno município, localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. No dia 20 de dezembro, a organização começou a distribuição de mais de 1,3 mil kits de higiene pessoal e de limpeza.

 
“O primeiro passo é melhorar as condições básicas de vida dessas pessoas, até que elas mesmas sejam capazes de se manter. Isto é essencial para evitar a deterioração de sua saúde e uma série de distúrbios psicológicos”, disse Renata de Oliveira, coordenadora do projeto de Médicos Sem Fronteiras em Tabatinga.
 
Os haitianos não podem sair de Tabatinga antes de receber uma definição legal sobre o pedido de asilo, um processo que pode levar meses. Enquanto esperam, não têm autorização para trabalhar. Alguns estão vivendo em condições extremamente precárias. “A ajuda que essas pessoas têm recebido até agora não é suficiente, e é oferecida principalmente por grupos da sociedade civil. Mas elas não deveriam depender apenas da solidariedade local. As autoridades governamentais precisam aumentar a assistência oferecida para essa população tão vulnerável”, diz Renata. 
 
As autoridades federais precisam se responsabilizar pela assistência a esses requerentes de asilo, enquanto eles aguardam uma decisão sobre sua permanência no Brasil. E as autoridades locais e estaduais precisam se mobilizar para encontrar soluções para a atual situação dos haitianos em Tabatinga. 
 
Médicos Sem Fronteiras é uma organização humanitária que leva ajuda médica emergencial a vítimas de conflitos armados, epidemias, desastres naturais e exclusão do acesso à saúde. Na ocasião do terremoto do Haiti, a organização montou a maior operação de sua história, na qual atendeu mais de 358 mil pessoas, realizou cerca de 16 mil cirurgias e auxiliou em 15 mil partos. Desde o início do surto de cólera no Haiti, em outubro de 2010, até outubro de 2011, MSF tratou mais de 160 mil pacientes com a doença, o que corresponde a 35% do número total de casos registrados no país.
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