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MSF amplia assistência a vítimas de violência em Burkina Faso
O número de pessoas deslocadas internamente aumentou de cerca de 47 mil pessoas em dezembro de 2018 para mais de 765 mil em fevereiro de 2020, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA); mais de 4 em cada 5 delas são mulheres e crianças com menos de 15 anos de idade. O acesso aos serviços de saúde para as populações que fugiram ou vivem nas regiões afetadas pela insegurança está seriamente comprometido. Médicos Sem Fronteiras (MSF) lançou vários projetos de emergência para atender às necessidades mais imediatas no terreno.
Sistemas de saúde regulares interrompidos devido à violência
“Estamos morando com uma família anfitriã e não temos mais nada. Felizmente, a assistência médica é gratuita aqui, caso contrário, eu não teria vindo porque não tenho dinheiro. Hoje confiamos na boa vontade dos outros para sobreviver”, explicou Amina* a uma equipe de MSF em Barsalogho – um dos primeiros locais estabelecidos para receber os deslocados, na região centro-norte do país, quando a violência começou a se espalhar, no início de 2019.
Amina estava morando em um vilarejo vizinho quando homens armados chegaram e atacaram os moradores em junho de 2019.
“Nosso quintal estava cheio de balas, causando muitos danos. Ficamos escondidos nas casas até o dia seguinte. No início da manhã, pegamos o que podíamos e caminhamos. Uma das minhas cunhadas estava grávida e perto de dar à luz. Ela teve que andar conosco e foi difícil ver isso”, continuou Amina.
Alguns dias depois de chegarem a Barsalogho, Amina e o marido tentaram voltar para casa para conseguir suprimentos, mas homens armados na estrada ordenaram que eles voltassem. Eles não tiveram escolha a não ser ficar com uma família que os acolheu em Barsalogho, sem nenhuma renda para sobreviver, com medo de ter de se mudar novamente.
De janeiro a março de 2019, a equipe de MSF lançou uma resposta de emergência em Barsalogho e Foube no centro-norte de Burkina Faso, para onde um grande número de pessoas fugiu após violentos confrontos em Yirgou, no norte do país. Quando a situação piorou novamente, a equipe voltou em agosto e montou dois centros de saúde avançados para garantir o acesso à atenção de saúde primária e para tratar casos de malária. Atualmente, cerca de 65 mil pessoas estão deslocadas em Barsalogho (de acordo com dados oficiais disponíveis em fevereiro de 2020).
“O sistema de saúde regular foi completamente afetado, o que significa, por exemplo, que não existe uma estratégia avançada de vacinação que seja feita no contexto atual. O deslocamento aumenta a vulnerabilidade da população e há um risco aumentado de epidemias. Quando nossas equipes chegam ao local, avaliam as necessidades médicas e outras necessidades que possam ter um impacto direto na saúde. Em Barsalogho, por exemplo, as pessoas não tinham acesso suficiente à água limpa”, disse Hassan Maiyaki, coordenador-geral de MSF em Burkina Faso. “Essa é a razão pela qual, por sete semanas, fornecemos à população de Barsalogho mais de 4 milhões de litros de água por dia, antes que outra organização humanitária assumisse essa atividade em setembro”.
Aumentando o volume de ações de emergência
Até hoje, as equipes de MSF ainda estão presentes em Barsalogho, mas também aumentamos as respostas de emergência em outras áreas do país. Nos últimos meses, a situação humanitária em Burkina Faso se deteriorou em uma velocidade impressionante, com um aumento no número de ataques a civis. No final de janeiro, a Human Rights Watch reportou mais de 250 mortes de civis em 2019 devido a ataques direcionados e execuções sumárias feitas por grupos armados.
Em um contexto tão volátil, a maioria das equipes médicas fugiu e pelo menos uma centena de centros de saúde teve que fechar. Mais de 100 deles estão agora operando em sua capacidade mínima. A insegurança tornou o acesso a serviços de saúde particularmente difícil para as pessoas que vivem em áreas remotas. Também dificultou o acesso de organizações humanitárias a essas populações. As regiões do Sahel e do centro-norte são as áreas com o maior número de pessoas deslocadas internamente.
Desde novembro de 2019, trabalhamos em Titao e Ouindigui, na província de Loroum, no norte do país, áreas que viram um grande afluxo de comunidades deslocadas (pelo menos 21 mil pessoas, provenientes principalmente das regiões do Sahel e do norte). Fornecemos consultas médicas para todas as faixas etárias e apoiamos atividades de saúde pediátrica e reprodutiva no centro de saúde urbano de Titao. Como o hospital distrital não está mais funcionando em Titao, montamos uma unidade adicional de 20 leitos para estabilizar os pacientes mais graves e organizar encaminhamentos quando necessário para o hospital mais próximo, em Ouahigouya, na província vizinha de Yatenga. A malária tem sido a principal morbidade entre nossos pacientes, sendo a maioria deles pessoas deslocadas. Distribuímos água e kits básicos de higiene e de itens de primeira necessidade para as comunidades deslocadas.
Em Djibo, na região do Sahel, onde MSF realiza atividades cirúrgicas desde 2018, as equipes também começaram recentemente atividades de transporte por água e montaram dois centros de saúde avançados para facilitar o acesso à assistência médica para a população deslocada das áreas. A cidade agora conta com ao menos 131 mil pessoas deslocadas.
A situação também se deteriorou na região leste do país. MSF começou a prestar assistência às populações deslocadas em Matiacoali, Gayeri, Nagare e Fada Ngourma, onde realizamos consultas médicas, distribuímos água e itens de primeira necessidade. Como muitas comunidades não têm acesso à água, reabilitamos bombas de água, cavamos poços e transportamos água. Em Matiacoali e Gayeri, MSF também apoia atividades médicas de prevenção e tratamento por meio de agentes comunitários de saúde e de parteiras tradicionais.
A violência está rapidamente se espalhando pelas áreas de Boucle du Mouhoun, onde prestamos apoio à equipe de saúde local em Tougan, Nouna e Solenzo.
Com 2,2 milhões de pessoas estimadas pela OCHA como potencialmente necessitando de assistência em 2020, a situação é crítica. MSF está muito preocupada com a deterioração da situação humanitária em Burkina Faso e com a situação das pessoas em vastas áreas atualmente excluídas da assistência humanitária.
*O nome foi alterado
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MSF trabalha em Burkina Faso desde 1995. Em 2019, as equipes de MSF forneceram mais de 110.000 consultas ambulatoriais em Burkina Faso e admitiram cerca de 4.000 pacientes em serviços de emergência.
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