MSF continua tentando ter acesso à Ossétia do Sul

Enquanto isso, a organização atende a mais de 3,2 mil refugiados e se diz pronta para prestar mais auxílio se necessário

Os ataques acalmaram dentro e ao redor da região separatista da Ossétia do Sul e ambos os lados da guerra alcançaram um acordo de paz. O curto e violento conflito deixou desalojadas muitas pessoas na Geórgia, na Ossétia do Sul e na região norte do Cáucaso na Rússia.

Hoje, ainda não é possível que Médicos Sem Fronteiras (MSF) chegue à Ossétia do Sul, área onde o conflito irrompeu, para poder conduzir uma avaliação independente das necessidades e oferecer ajuda médica e humanitária à população, caso seja preciso. Nossas equipes estão negociando com as autoridades para conseguir acesso seguro e desimpedido à região.

Nos últimos três anos, na Geórgia, MSF avaliou campos para pessoas desabrigadas dentro e ao redor da cidade de Tbilisi, onde cerca de 20 assentamentos foram estabelecidos, e na cidade de Gori. Nos dez campos visitados pela organização até agora, centenas de pessoas estavam vivendo em prédios públicos, com falta de água e saneamento básico. MSF está oferecendo suprimentos básicos de emergência e cuidados médicos através de equipes móveis em oito desses campos, prestando serviços a mais de 3,2 mil refugiados. Nossas equipes continuarão visitando outros assentamentos na região.

Uma equipe de MSF que trabalha na cidade de Zugdidi, que fica no oeste da Geórgia, também conduziu avaliações na cidade portuária de Poti e em outra região litorânea, Adjaria. A organização considerou que as autoridades de saúde locais estavam enfrentando a situação, mas está pronta para auxiliar se necessário.

MSF continua a tratar tuberculose resistente através de programas em Sukhumi (Abkházia) e Zugdidi (oeste da Geórgia). A organização está preocupada com a situação de alguns de seus pacientes em Zugdidi que foram forçados a interromper o tratamento durante a fase mais aguda do conflito, o que pode ter consequências adversas para o estado de saúde deles. Já que a tuberculose resistente é uma doença altamente contagiosa, uma interrupção no tratamento pode oferecer um risco aos que tiverem contato com pessoas infectadas.

Milhares de refugiados da Ossétia do Sul atravessaram a fronteira com a Rússia, fugindo da violência, e foram acolhidos pelas autoridades locais nas regiões fronteiriças da província separatista. MSF visitou vários campos de refugiados localizados em prédios públicos, como escolas e casas de saúde, nas regiões da Ossétia do Norte e Kabardino-Balkaria. Necessidades imediatas estavam sendo encaminhadas por autoridades locais com forte apoio da comunidade.

MSF doou itens de higiene e brinquedos a dois locais em Nalchik, Kabardino-Balkaria, onde 350 pessoas, entre elas cerca de 200 crianças, encontraram refúgio. A organização continua pronta para oferecer mais assistência à população de acordo com as necessidades.

Partilhar