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Os confrontos na fronteira entre Israel e o Líbano eclodiram em outubro passado, e não mostram sinais de diminuir à medida que as necessidades das pessoas continuam a aumentar
Mais de cinco meses de conflito armado ao longo da fronteira no Sul do Líbano resultaram em centenas de mortes e causaram enormes perturbações na vida das pessoas, forçando mais de 91 000 a deixarem as casas para trás e infligindo um custo significativo na estabilidade financeira e no bem-estar psicológico da população.
Trocas de tiros através da fronteira entre as forças israelitas e o Hezbollah e outros grupos começaram a ocorrer a 8 de outubro de 2023 e não dão quaisquer sinais de abrandarem. O conflito alargou-se recentemente à zona Nordeste do Líbano, com as forças de Israel a bombardearem a província de Baalbek-Hermel.
Muitas das pessoas deslocadas partiram de casa sem nenhuns pertences e debatem-se para conseguir satisfazer as necessidades básicas, como alimentos e cobertores. Mais de 60 famílias estão a viver no edifício de um hotel abandonado que foi transformado em abrigo, em Al-Merouaniye, a uns 60 km de distância da fronteira.
Uma das pessoas que ali se abrigou é Ali Hammoud, um barbeiro com três filhos oriundo da aldeia de Rab al-Thalathine, que tenta conter as lágrimas ao relatar as provações que a família enfrenta. “O meu filho mais velho teve já três crises mentais. Nós vamos dormir, acordamos e repetimos isto todos os dias. Preocupa-nos que os nossos filhos tenham problemas mentais por causa desta situação. Esta mesma rotina, dia após dia, é mais pesada para uma criança do que para um adulto”, conta.
“Não consigo explicar as dificuldades que enfrentámos de forma a que possam compreender exatamente como nós as vivemos: a deslocação forçada, ficar sem casa, sem dinheiro, e estar mentalmente e emocionalmente esgotado”, prossegue.
Preocupa-nos que os nossos filhos tenham problemas mentais por causa desta situação. Esta mesma rotina, dia após dia, é mais pesada para uma criança do que para um adulto.” – Ali Hammoud, deslocado
Preocupa-nos que os nossos filhos tenham problemas mentais por causa desta situação. Esta mesma rotina, dia após dia, é mais pesada para uma criança do que para um adulto.”
– Ali Hammoud, deslocado
Equipas da Médicos Sem Fronteiras estão a prestar primeiros-socorros psicológicos a pessoas deslocadas que fugiram da região fronteiriça.
A responsável da MSF pelas atividades de saúde mental Felicitas Steinhoff alerta para o custo psicológico das deslocações prolongadas: “Estamos a observar um aumento de depressões e de distúrbios de ansiedade. Em termos de saúde mental, penso que as pessoas são muito boas a lidar com o stress de curto prazo, mas o que vemos aqui são famílias que foram deslocadas das suas casas há mais de cinco meses e as quais vivem com muita incerteza sobre quando e até mesmo se poderão regressar”.
Uma equipa médica móvel da MSF está também a providenciar cuidados a pessoas com doenças crónicas e faz visitas regulares a uma clínica na província de Nabatiyeh, junto à fronteira. Esta equipa fez 373 consultas só desde o início de 2024.
Manahel Rammel, que fugiu da casa onde vivia na vila fronteiriça de Oudaisseh, a 8 de outubro, sublinha que as crianças e jovens são quem está a sofrer mais. “Os mais jovens, entre os 18 e 20 anos, ficam por aí sentados sem nenhuma ideia do que querem fazer. O futuro deles foi-se. O futuro da juventude foi-se”, lamenta.
A filha de Manahel tem a sorte de estar a estudar em Beirute, mas Manahel não a pode ir visitar porque os transportes são muito caros. Como muitas outras pessoas no Líbano, esta mulher enfrentava já muitas adversidades para sobreviver antes da atual crise, mas ao tornar-se deslocada as dificuldades financeiras ainda se agravaram mais.
O Líbano vive presentemente o quarto ano de grave turbulência económica, em que dois terços da população do país foram empurrados para a pobreza. A violência que ocorre agora interrompeu ou teve um impacto profundo nos meios de subsistência de muitas pessoas, deixando-as numa situação em que não conseguem atender nem mesmo às necessidades básicas.
Se eu pudesse esfregar uma lanterna mágica agora mesmo, desejaria estar de volta a casa na minha aldeia.” – Ali Hammoud
Se eu pudesse esfregar uma lanterna mágica agora mesmo, desejaria estar de volta a casa na minha aldeia.”
– Ali Hammoud
Ali começou por procurar refúgio em Beirute, mas, após ter gasto todas as poupanças, foi para o abrigo em Al-Merouaniye. “Partimos de casa sem mais nada além das roupas que tínhamos no corpo. Durante a trégua [quatro dias de trégua que ocorreram em novembro de 2023], voltámos para ir buscar alguns artigos essenciais e roupas para nos mantermos quentes… Eu tinha umas poupanças, mas logo se acabaram. Fiquei dois meses em Beirute e gastei todo o dinheiro que tinha antes de acabar por vir para este abrigo”, recorda.
Apesar de as paredes do hotel abandonado oferecerem alguma segurança e aconchego às famílias que ali se abrigaram, estas pessoas deslocadas – como milhares de outras forçadas a deixar a casa em todo o Líbano – necessitam claramente de assistência abrangente e duradoura enquanto enfrentam um futuro incerto.
“Se eu pudesse esfregar uma lanterna mágica agora mesmo, desejaria estar de volta a casa na minha aldeia”, assevera Ali Hammoud. “Não temos solução, só Deus sabe para onde vamos.”
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