Novos refugiados chegam ao Sudão do Sul

Após longas caminhadas, a condição nutricional dos sudaneses é uma das principais preocupações de MSF

Cerca de 2.500 sudaneses do estado de Kordofan do Sul chegaram às cidades de Kodok e Lelo, nas províncias de Fashoda e Malakal, estado do Alto Nilo, precisando de assistência humanitária.
Muitos dos deslocados são mulheres e crianças. Eles caminharam por entre cinco e dez dias, fugindo de suas casas em Warni e Kau-Nyaro, no sudeste de Kordofan do Sul. Alguns explicaram que tiveram de deixar suas casas devido ao conflito em andamento e à crescente insegurança alimentar após dois anos consecutivos de más colheitas, bem como rotas limitadas para a busca de suprimentos.

“Não tínhamos comida e, apesar do risco de sermos atacados no caminho, chegamos em Lelo na esperança de encontrar algo para nos alimentarmos e algo para levarmos para casa para as crianças, que estavam muito fracas para a caminhada”, explica a Baria El Kik, que chegou em Lelo durante o mês de setembro. “A previsão é de que muitas mais pessoas cheguem, mas está levando tempo por conta das fortes chuvas e das difíceis condições das estradas”, adiciona.

Uma das principais preocupações da equipe de MSF é a condição nutricional dessas mulheres e crianças. Elas já chegam bastante fracas e, sem ajuda humanitária, a condição vai apenas piorar. Em Kodok, mais de 200 crianças com menos de cinco anos estão agora recebendo tratamento no programa ambulatorial de nutrição terapêutica. As equipes médicas de MSF estão conduzindo clínicas móveis semanalmente, monitorando a condição de saúde da população e oferecendo cuidados de saúde primária para assistir a população mais vulnerável.
 
Além da assistência médica, MSF está pressionando outros atores para assegurar que uma ação rápida e adequada seja colocada em prática em benefício das comunidades recém-chegadas.
 
MSF atua na região que hoje constitui a República do Sudão do Sul desde 1983. MSF está presente em oito dos dez estados do país e responde a muitas emergências incluindo o deslocamento em larga escala, o influxo de refugiados, condições nutricionais alarmantes e picos de doenças como malária e calazar, além de prover serviços de saúde básicos e especializados.

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