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Desde que as forças israelitas retomaram as hostilidades a 18 de março, as equipas da MSF têm registado um aumento no número de pacientes com queimaduras – e a maioria são crianças
Um ferimento por queimadura é mais do que uma ferida – é uma sentença prolongada de sofrimento, ainda mais na Faixa de Gaza, na Palestina. Muitas pessoas têm queimaduras que lhes cobrem grande parte do corpo, algumas que chegam a cobrir 40 por cento da superfície corporal.
Após mais de 19 meses de ataques por parte das forças israelitas, que devastaram o sistema de saúde em Gaza, pacientes com queimaduras causadas por explosões de bombas e por métodos improvisados de confeção dos alimentos têm poucas opções de tratamento. Enquanto as autoridades de Israel mantêm o cerco a Gaza e bloqueiam o acesso a ajuda básica, a material médico e a provisões vitais, muitos pacientes são obrigados a suportar dores atrozes com pouco ou nenhum alívio.
Em agosto de 2024, Tayseer Mansour, de 17 anos, ficou gravemente queimado em todo o corpo na sequência de um ataque israelita que atingiu a casa onde vivia e que lhe matou a mãe e deixou o pai e irmãos feridos. Tayseer está a ser tratado pelas equipas da Médicos Sem Fronteiras (MSF) no Hospital Nasser em Khan Younis, no Sul de Gaza.
“Fiquei gravemente ferido, com queimaduras de terceiro grau. Estou internado no hospital há mais de 150 dias. Não consigo mexer as mãos, é muito doloroso”, conta este adolescente. ‘’Não consigo comer sozinho nem fazer quase nada. Isto tem tido um grande impacto em mim. Espero vir a recuperar.”
Desde que as forças israelitas retomaram as hostilidades a 18 de março, as equipas da MSF têm registado um aumento no número de pacientes com queimaduras – a maioria são crianças.
Neste mês de abril, na clinica gerida pela MSF na cidade de Gaza, no Norte da Faixa, as equipas da organização médica-humanitária têm prestado assistência a uma média de mais de cem pacientes por dia com queimaduras e ferimentos. No Hospital Nasser, o maior hospital ainda em funcionamento em Gaza, a MSF presta cuidados a pacientes com queimaduras. Desde maio de 2024, as equipas da MSF que lá trabalham realizaram mais de mil operações cirúrgicas a pacientes com queimaduras, 70 por cento dos quais crianças, e a maioria com menos de 5 anos. Muitas destas crianças sofreram queimaduras provocadas por explosões de bombas, e outras por água a ferver ou combustível utilizado para cozinhar ou para o aquecimento dos abrigos improvisados.
As crianças gritam quando nos vemos obrigados a remover tecidos queimados da pele”
Os ferimentos por queimaduras graves requerem cuidados complexos e a longo prazo, incluindo múltiplas cirurgias, mudanças diárias de curativos, fisioterapia, gestão da dor, apoio psicológico e um ambiente estéril para prevenir infeções. No entanto, após 50 dias sem a entrada de provisões em Gaza devido ao bloqueio, as equipas da MSF estão a ficar até sem analgésicos básicos, o que deixa os pacientes sem tratamento adequado para aliviar a dor. Ao mesmo tempo, e desde o inicio da guerra, apenas muito poucos cirurgiões em Gaza têm a capacidade para realizar as cirurgias plásticas complexas que são necessárias no tratamento de queimaduras graves.
“As crianças gritam quando nos vemos obrigados a remover tecidos queimados da pele”, explica o médico Ahmad Abu Warda, responsável pelas atividades médicas da MSF no Hospital Nasser. “Imploram-nos que paremos, mas se não removermos o tecido morto, infeções e sépsis podem levar à morte. Sem provisões médicas suficientes e com demasiados pacientes a necessitar de cuidados para queimaduras, não podemos prestar os devidos cuidados. Estamos apenas a adiar infeções inevitáveis.”
Os pacientes com ferimentos por queimadura necessitam de cuidados de elevada complexidade, e também precisam de mais do dobro das calorias diárias para recuperarem adequadamente. Mas como não estão a entrar alimentos em Gaza, os pacientes sobrevivem com quantidades insuficientes de comida, o que lhes compromete a recuperação.
“As condições em Gaza são extremamente complicadas. Não há comida saudável, nem carne nem nutrição adequada,’’ lamenta Tayseer Mansour.
“Os corpos dos nossos pacientes estão a consumir-se a si próprios para tentar sarar feridas que nunca se vão curar”, explica um cirurgião da MSF. “Tayseer está no hospital há oito meses. Em condições normais, teria recuperado em três meses. Sem comida, sem alívio da dor e sem água potável, está preso num ciclo de enxertos falhados, infeções e desespero.”
Desde dezembro de 2024, equipas que trabalham na clínica gerida pela MSF na Cidade de Gaza, no hospital de campanha em Deir al-Balah e no Hospital Nasser providenciaram mais de 6.518 curativos para queimaduras. Contudo, quase metade destes pacientes não regressou para receber cuidados de seguimento. Em abril de 2024, mais de metade das unidades de saúde ainda a funcionar em Gaza estão localizadas em zonas abrangidas por ordens de evacuação, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), o que torna os cuidados de saúde praticamente inacessíveis para pacientes e profissionais.
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