Sudão: MSF pode ter sua ação suspensas em Darfur Sul

Representantes do governo disseram que organização terá de parar de trabalhar na região depois do dia 31 de outubro

Médicos Sem Fronteiras (MSF) está extremamente preocupada com os comentários recentemente feitos por representantes do governo do Sudão de que as atividades da organização em Darfur Sul vão ser suspensas após o dia 31 de outubro. Em fevereiro deste ano, baseado nas necessidades sanitárias dos deslocados internos e moradores da região, a seção holandesa de MSF assinou um acordo com o governo do estado de Darfur Sul para que atividades médicas pudessem ser realizadas durante todo o ano.

O acordo foi enviado a Cartum para ser endossado nacionalmente. Por meses, MSF tem negociado com o Governo do Sudão em uma tentativa de obter as assinaturas finais, sem sucesso. Desde então, o governo pediu que MSF reduzisse o número de equipes na região, parasse de realizar alguns tipos de atendimento médicos e limitou o número de pessoas que poderiam compor a equipe. MSF continua a insistir que seja assinado um acordo para cobrir as atividades realizadas atualmente.

Desde 2004, MSF oferece assistência médica humanitária em Darfur, com total transparência e com a autorização do Governo do Sudão.

MSF trabalha no Sudão há mais de 25 anos. Nos quatro últimos anos, as clínicas e hospítais mantidos pela organização atenderam centenas de milhares de pessoas em Darfur. O trabalho de MSF ajudou a estabilizar a saúde dessas populações e a reduzir seu sofrimento.

“Por décadas, as autoridades sudanesas permitiram que MSF ficasse no país para ajudar as pessoas que precisam" contou Vincent Hoedt, ex-chefe de missão de MSF em Darfur, agora no Departamento de Operações do escritório da Holanda. "Não entendemos por que eles estão tentando impedir que ofereçamos assistência médica à população. É incrivelmente frustante, quando se vê claramente que há grandes necessidades em Darfur".

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