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Sul-sudaneses buscam refúgio em Uganda

Na segunda metade de 2016, cerca de 600 mil refugiados do Sudão do Sul chegaram a Uganda em busca de proteção. Os primeiros refugiados escaparam do país após os confrontos entre o Exército Popular de Libertação do Sudão (SPLA) e o Exército de Libertação do Povo do Sudão em Oposição (SPLA-IO), que assolaram a cidade de Juba em julho.
A grande maioria dos refugiados é do estado de Equatória Central, localizado entre a capital, Juba, e a fronteira com a República Democrática do Congo (RDC). Uma vez registrados, eles são abrigados em um centro de trânsito por, no máximo, 24 horas. Após esse período, eles são levados de caminhão a um acampamento.
As crianças são vacinadas contra sarampo e pólio. Todos os refugiados recebem tratamento para infecções parasitárias intestinais. A maioria chega esgotada, mas em estado de saúde relativamente bom. O desafio para organizações humanitárias, como MSF, é evitar o surgimento de epidemias e assegurar o bem-estar geral da população.
Equipes de MSF também examinam os níveis de desnutrição entre crianças com menos de 5 anos e tentam detectar qualquer deterioração da segurança alimentar no acampamento.
Os refugiados começaram a construir casas de barro tradicionais para substituir os abrigos temporários feitos de folhas de plástico. Muitos acreditam que terão de permanecer por lá durante anos. Por fim, os assentamentos começaram a se espalhar por uma região, até então, relativamente desabitada no norte de Uganda.
Devido ao crescimento da população, MSF iniciou a construção de um centro médico no complexo de refugiados de BidiBidi. Ali, a organização oferece assistência médica para combater as doenças mais comuns, que incluem malária e doenças diarreicas. Além disso, equipes oferecem tratamento para doenças crônicas e cuidados de saúde mental.
Os refugiados recebem itens de higiene e abrigo. Em geral, esas pessoas precisam abandonar o Sudão do Sul às pressas e não podem levar nenhum de seus pertences consigo. Uganda está alocando grandes terrenos abandonados no norte do país para os refugiados, que, por sua vez, já estão cortando árvores para construir cabanas.
Enquanto não têm condições de cozinhar para si mesmos, os refugiados recebem refeições preparadas a base de aveia e feijão. Eles chegam ao assentamento no início da manhã e têm menos de um dia para se instalar, e recebem assistência de autoridades e organizações humanitárias internacionais.
A maioria dos refugiados são mulheres e crianças. Os homens tendem a ficar em suas casas para lutar e defender sua propriedade. Devido ao grande número de recém-chegados, autoridades locais devem expandir os acampamentos.
Com o passar do tempo, a economia se desenvolveu no campo de refugiados por meio do comércio com a população local. Pequenos negócios têm começado a aparecer em Bidibidi.

Atualmente, Uganda abriga cerca de 700 mil pessoas que fugiram do conflito e da violência no Sudão do Sul. Em fevereiro, em apenas uma semana, 25 mil sul-sudaneses cruzaram a fronteira que separa os dois países. Organizações humanitárias, como Médicos Sem Fronteiras (MSF), estão trabalhando para impedir o surgimento de epidemias de doenças.

Grande parte dos recém-chegados são acolhidos no complexo de Bidibidi, onde dependem de poços e caminhões para ter acesso à água. (Fotos: Yann Libessart/MSF)
 
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