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A desnutrição atingiu níveis de crise em Baidoa, na Somália, com grandes fluxos de pessoas deslocadas devido ao conflito continuado, choques climáticos e instabilidade económica – tudo agravado pelas secas e pela falta de financiamento humanitário
“Há sete meses, a minha esposa pariu dois rapazes gémeos”, conta Kalimow Mohamed Nur, um pai cujos filhos estão agora a receber tratamento para desnutrição aguda grave no Hospital Regional de Bay, em Baidoa, na Somália. O hospital, apoiado pela Médicos Sem Fronteiras (MSF), é uma das poucas unidades na região que fornece cuidados de saúde gratuitos e de qualidade.
Durante o parto, a esposa de Kalimow sofreu uma hemorragia grave, mas, sem meios para pagar cuidados médicos, Kalimow não teve outra escolha senão cuidar dela em casa. Entretanto, os gémeos recém-nascidos, com dificuldades em alimentar-se, começaram a enfraquecer. “Eram tão pequenos e mal conseguíamos comprar comida suficiente. Estavam sempre a adoecer, a vomitar e com diarreia”, recorda.
Sem acesso a cuidados de saúde na aldeia e com os filhos cada vez mais fragilizados, Kalimow teve de tomar uma decisão difícil. “Tive de pedir um empréstimo de cerca de 130 dólares e viajar 300 quilómetros até Baidoa para encontrar cuidados médicos gratuitos”, explica. Tal como muitas outras famílias na região de Bay, a pobreza torna quase impossível pagar tratamentos médicos ou suportar os custos da deslocação até serviços que podem salvar vidas.
A ausência de unidades de saúde na aldeia de Kalimow significa que os habitantes têm de percorrer longas distâncias para receber cuidados médicos primários. Quase metade das mortes infantis por todo o mundo, em crianças com menos de cinco anos, estão associadas à desnutrição. Em regiões afetadas por conflitos, como a Somália, a insegurança, os desafios logísticos e a escassez de recursos agravaram ainda mais esta crise.
A persistência de desnutrição na Somália, especialmente nas zonas mais afetadas pelo conflito, evidencia a necessidade urgente de uma resposta descentralizada e adaptável. As condições de vida precárias nos campos de deslocados, tanto formais como informais, representam uma ameaça à saúde da população, enquanto o acesso a serviços essenciais continua a diminuir. Muitas organizações internacionais que trabalham na região foram forçadas a reduzir atividades devido à falta de financiamento, deixando sem apoio aqueles que mais necessitam.
Atualmente, os filhos de Kalimow estão a receber alimentação terapêutica e cuidados médicos no hospital apoiado pela MSF. Mas ele sabe que muitas outras famílias enfrentam a mesma luta, sem acesso sequer a cuidados de saúde básicos.
A população desta região enfrenta desafios humanitários e de saúde significativos, devido ao conflito prolongado, à instabilidade crónica e a choques climáticos que têm causado secas severas e inundações repentinas. O colapso do sistema de saúde agrava ainda mais a situação, deixando mulheres e crianças numa maior situação de vulnerabilidade e privadas de serviços de saúde essenciais.
Na movimentada ala de maternidade do Hospital do Sul de Galkayo, Nuro Farah, de 54 anos, senta-se ao lado da filha, Bishara Abdullahi, sentindo um profundo alívio. Olha para ela, depois para o neto recém-nascido, antes de sorrir. Com apenas 18 anos, o primeiro filho de Bishara nasceu por cesariana, após enfrentar um trabalho de parto obstruído. O rosto, pálido de exaustão, reflete a resiliência de tantas mulheres somali que enfrentam enormes desafios num país onde os cuidados de saúde maternos e infantis são escassos.
A caminhada destas mulheres foi tudo menos fácil. Nuro e Bishara são de Deeqlo, uma aldeia próxima da fronteira entre a Somália e a Etiópia. “O medo e a insegurança na nossa aldeia tornaram a nova unidade de saúde inacessível, deixando-nos sem alternativa senão viajar até Galkayo para procurar ajuda”, conta Nuro.
A viagem tomou um rumo ainda mais difícil quando um veículo comercial as deixou para trás na estrada por não terem dinheiro para pagar. Sem transporte à vista e com um futuro incerto, Nuro e Bishara abrigaram-se sob a copa de uma acácia, a única sombra que havia, enquanto o sol escaldante lhes dificultava a viagem.
Foi então que, por puro acaso, uma ambulância passou. Nuro ainda se lembra desse momento, um vislumbre de esperança numa estrada deserta. Acenaram desesperadamente e o condutor parou e ofereceu-lhes a ajuda de que tanto precisavam.
“Se essa ambulância não tivesse aparecido, não sei o que teria acontecido à minha filha”, conta Nuro. “Às vezes, temos de usar camelos para transportar os doentes. Não há estradas adequadas e as ambulâncias são raras.”
Não há estradas adequadas e as ambulâncias são raras.” – Nuro Farah
Não há estradas adequadas e as ambulâncias são raras.”
– Nuro Farah
Mulheres e crianças são obrigadas a percorrer centenas de quilómetros para chegar a uma unidade de saúde. A insegurança ao longo do caminho impede frequentemente o acesso aos cuidados médicos, causando atrasos críticos que agravam o estado de saúde e que, tragicamente, podem levar à morte.
Bishara, que enfrentou não só o parto, mas também a dor do divórcio, segura o bebé nos braços, grata pelos cuidados de qualidade que recebeu no Hospital de Galkayo Sul, apoiado pela MSF. Enquanto Nuro reflete sobre as dificuldades que enfrentaram, fala também da dura realidade em Deeqlo, onde a insegurança força muitas pessoas a fazer longas e perigosas viagens apenas para obter assistência médica.
As principais causas de morte entre mulheres grávidas incluem complicações relacionadas com a pressão arterial, hemorragias e sépsis, todas potencialmente fatais sem tratamento atempado. O acesso tardio aos cuidados de saúde aumenta o risco de morte tanto para a mãe como para o bebé. O débil sistema de saúde da Somália necessita urgentemente de melhorias para garantir serviços essenciais a quem mais precisa.
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