Ucrânia: chegando aos vulneráveis

Embora os confrontos no leste da Ucrânia tenham se reduzido desde o estabelecimento do cessar-fogo em 15 de fevereiro, os bombardeios continuam em algumas regiões e as necessidades médicas permanecem urgentes em ambos os lados da frente de batalha. População local e deslocados estão vivendo em meio a condições extremamente precárias. Muitas instalações médicas foram danificadas ou destruídas e há ainda uma grave falta de medicamentos básicos e específicos e suprimentos médicos.
Com as linhas de suprimentos médicos gravemente interrompidas ou completamente cortadas desde o verão passado no leste do país, e as instalações de saúde localizadas em áreas controladas pelos rebeldes não incluídas no orçamento de saúde do governo ucraniano de 2015, as pessoas enfrentam uma escassez crítica de medicamentos.
Instalações médicas têm sido alvo frequente de ataques durante todo o conflito. Este centro de saúde no vilarejo de Stepanovka foi destruído por bombardeios pesados em agosto de 2014, bem como a escola local e muitas casas.
Enfermeiros montaram uma clínica improvisada em um prédio administrativo e atualmente um médico de MSF visita a instalação duas vezes por semana para oferecer consultas e medicamentos. Apenas no primeiro mês à frente das clínicas em Donetsk e Luhansk, médicos de MSF realizaram mais de 1.700 consultas, o que denota a enorme necessidade por cuidados de saúde e medicamentos nessas regiões.
Pessoas lotam uma sala de espera na clínica móvel de MSF em Kuteynikovo. O médico do vilarejo foi transferido para outra cidade quando o conflito teve início e a comunidade está sem um médico regular há meses.
Muitos profissionais de saúde deixaram a região desde que o conflito começou e os que ficaram para trás continuaram trabalhando sem receber salário desde o verão ucraniano passado.
Os bancos fecharam e as pensões não têm sido pagas há muitos meses. Consultas médicas têm sido postergadas simplesmente porque as pessoas não podem arcar com os custos de transporte ou de medicamentos. Vavara colheu plantas para fazer chá e tratar sua hipertensão, já que não havia medicamentos disponíveis.
A farmácia local em Kuteynikovo foi fechada desde o verão passado, porque não era possível conseguir suprimentos de medicamentos. Moradores têm de viajar à cidade mais próxima para comprar medicamentos em uma das farmácias privadas, embora os preços tenham aumentado significativamente e até medicamentos básicos, como analgésicos, estejam inacessíveis.
Pacientes com doenças crônicas são particularmente afetados pela falta de medicamentos, e a maioria dos pacientes de MSF nas clínicas móveis precisam de tratamento para doenças cardíacas, hipertensão, diabetes ou asma.
Ludmila, de 66 anos, mora em Kuteynikovo com seu marido: “Eu tenho diabetes, assim como complicações com o meu coração, pressão arterial elevada e uma úlcera gástrica. Tenho insulina suficiente para o próximo mês, mas, depois disso, já não sei. O único jeito de receber nossa pensão é cruzando a frente de batalha e voltando. O problema aqui é que os medicamentos não estão disponíveis, e, quando estão, são muito caros.
Ludmila, de 66 anos, mora em Kuteynikovo com seu marido: “Eu tenho diabetes, assim como complicações com o meu coração, pressão arterial elevada e uma úlcera gástrica. Tenho insulina suficiente para o próximo mês, mas, depois disso, já não sei. O único jeito de receber nossa pensão é cruzando a frente de batalha e voltando. O problema aqui é que os medicamentos não estão disponíveis, e, quando estão, são muito caros.

Desde maio de 2014, Médicos Sem Fronteiras tem apoiado cerca de 100 instalações médicas em ambos os lados da linha de frente de batalha com suprimentos médicos. Além disso, administra um programa de suporte psicológico. Em resposta às dificuldades que pessoas de áreas rurais enfrentam para acessar cuidados de saúde e medicamentos, após mais de dez meses de conflito, a organização está operando clínicas móveis em 25 localidades nas regiões de Donetsk e Luhansk. Confira a galeria de fotos!
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