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Embora pareça que parte do mundo tenha esquecido o conflito no leste da Ucrânia, cinco anos depois, traumas e tragédias ainda afetam a população
“Eles mataram meu filho”, disse Maria, de 80 anos de idade, ou Masha, como é conhecida em seu vilarejo. Havia bombardeios naquele dia e ela implorara ao filho Vitja que ficasse em casa. Mas ele saiu. Ele queria ajudar os vizinhos a proteger os canos de gás dos danos. “De repente, Sasha (um conhecido) estava correndo em minha direção, dizendo ‘Vitja está ferido!'”, acrescentou Masha.
Seu filho foi atingido na cabeça por um pedaço de estilhaço e o sangue jorrava da ferida. “Coloquei um pouco de zeljonka (antisséptico) sobre o ferimento e envolvi sua cabeça em bandagens. Eu sempre tive um kit de primeiros socorros comigo”.
Uma corrida para salvar VitjaVizinhos e soldados vieram correndo. Eles forneceram os primeiros socorros e se ofereceram para levar Masha e Vitja a um hospital. Havia tiroteiros em Avdiivka e em Dimitrovo”, disse ela, com lágrimas nos olhos.
Finalmente, eles conseguiram levar o filho para Dnipro, a quase 250 quilômetros de distância, onde foi submetido a uma cirurgia para remover os estilhaços da cabeça. Seu estado de saúde melhorou e ele conseguiu voltar para casa, mas depois se sentiu mal novamente. “Ele teve um derrame e morreu nos meus braços. Eu estou sozinha desde então, há anos.”
De 800 a 38Opytne é um vilarejo na frente de batalha de uma área controlada pelo governo no leste da Ucrânia. Está a uma curta distância das ruínas do aeroporto de Donetsk, que agora está do outro lado da linha de contato (o termo refere-se à demarcação entre dois exércitos, ou mais, e esse contato pode ser entre exércitos beligerantes ou aliados). Há quatro ou cinco anos, confrontos violentos para obter o controle deste lugar, estrategicamente importante, eram comuns. Dos 800 moradores, apenas 38 permaneceram em suas casas danificadas, cheias de marcas de bala.
Todo mundo fugiu ou morreu. O conflito deixou os moradores sem eletricidade, água corrente e gás. Eles foram isolados do mundo, cercados pela frente de batalha de um lado e campos minados do outro.
Vida na frente de batalhaA maioria das pessoas que permanece e luta para sobreviver em meio ao conflito é idosa. Os franco-atiradores se escondem atrás de seus lares, marcados pela pobreza, e há traumas em suas almas. A única estrada que liga Opytne ao mundo exterior corre entre campos repletos de minas. Quando chove, é impossível dirigir ao longo da estrada lamacenta.
“Havia um correio aqui. Uma loja. Não há nada agora. Eles nos trazem ajuda humanitária”, explicou Masha. Sofrendo de pressão alta, Masha foi um dos pacientes atendidos em uma clínica móvel de Médicos Sem Fronteiras em Opytne na última quarta-feira de novembro.
“Deveríamos ter saído”Masha nasceu em Zakarpattia, oeste da Ucrânia. Ela se mudou para Opytne com o marido na década de 1970. Ela não queria, preferia ter ficado na região de Rostov, onde moravam antes. Mas ela foi. O irmão do marido já estava em Opytne.
Eles compraram uma casa, ficaram e, com o tempo, ela se acostumou. Ela trabalhou em uma fazenda de ordenha de vacas. Então, o marido morreu. O conflito começou. “Meu filho queria ficar. Eu deveria tê-lo convencido. Deveríamos ter partido”, ela soluçou. “Agora moro sozinha com dois gatos e um cachorro”, acrescentou com um sorriso suave. “Tenho uma irmã em Zakarpattia; nós nos ligamos de tempos em tempos. Mas não vou embora agora. Minha família está aqui. Meu marido e meu filho estão enterrados aqui.”
Lembrando MashaAlguns dias depois, a equipe de MSF descobriu que Masha havia morrido em um incêndio. A casa dela tinha pegado fogo. Ainda não se sabe o porquê. Uma teoria é de que o fogo tenha se alastrado por causa de uma lâmpada de querosene ou uma vela caídas. Em Opytne, elas são amplamente utilizadas, pois os cabos elétricos foram cortados durante o conflito.
Este artigo foi escrito em memória de Maria, que viveu no vilarejo de Opytne, na frente de batalha ucraniana. A assessora de imprensa de MSF Iveta e seu colega Zdeněk a visitaram no início de 2019.
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