Experiência em projetos na Libéria, no Quênia e na Somália

No ano em que eu estava prestando vestibular, 1999, MSF ganhou o prêmio Nobel da Paz. Para mim, foi muito significativo e lembro-me de ler reportagens na época e pensar: ‘é isso! Quero ser médico para trabalhar com Médicos Sem Fronteiras’. No dia seguinte do fim da residência em pediatria, eu estava embarcando para o meu primeiro projeto, que foi na Libéria. Até hoje, foi a experiência com MSF que mais me marcou. Eu era o único pediatra no hospital em que trabalhava, na Monróvia, capital do país. Aprendi muito sobre o manejo de crianças em estado grave, com poucos recursos, sobre a importância da amamentação para a sobrevivência dos bebês na África, etc. Mas a coisa que a gente mais aprende atuando em campo, que é uma das mais importantes para se adaptar à organização, é a ter flexibilidade. É preciso saber que nem sempre conseguirmos trabalhar em condições ideais, que o paciente não necessariamente seguirá as orientações dadas e que os tratamentos não são iguais aos que estamos habituados no Brasil, mas são os melhores diante das condições enfrentadas. Vou para onde possa ser útil, mas adoraria ir à Índia.”