Destino: República Centro-Africana

As expectativas da arquiteta Viviane Mastrangelo em relação à sua primeira atuação com MSF

2 de setembro de 2015

Olá a todos. Como começar a escrever sobre meu trabalho com Médicos Sem Fronteiras? Acho que uma pequena introdução cairia bem.

Nasci e fui criada em Nova Friburgo, no interior do Rio de Janeiro, e me mudei para o Rio para fazer faculdade de Arquitetura. Trabalhei em alguns escritórios de arquitetura, a maioria voltados para projetos residenciais, e trabalho com isso desde então. Já há algum tempo, tinha o desejo de trabalhar com Médicos Sem Fronteiras, e, há 6 meses, tive a coragem (sim, é preciso coragem) de largar tudo por um tempo e fazer um pouco de trabalho humanitário. Mas, espera: uma arquiteta com Médicos Sem Fronteiras? Sim! Muita gente não sabe, mas a organização não contrata só médicos, mas também engenheiros, administradores, contadores e muitos outros profissionais que são necessários para gerir a estrutura para o atendimento dos pacientes.

Eu fui chamada para trabalhar em Bangassou, uma cidade no interior da República Centro-Africana. Junto a outros profissionais, vou fazer a expansão do Hospital Universitário Regional. Tenho certeza de que será um grande desafio. Estarei fazendo um trabalho que não é exatamente na minha área, apesar de já ter feito projetos hospitalares, tendo que aprender as técnicas locais de construção disponíveis, além de ser tudo isso em francês e em meio a uma cultura diferente da nossa… Mas nada como um desafio para agitar a vida, não é mesmo?

A República Centro-Africana, ou RCA, é um país de colonização francesa e que atualmente passa por um processo de construção da sua democracia. Em 2013, uma terrível onda de violência decorrente de conflitos internos no país causou o deslocamento de mais de 400 mil pessoas pelo país e outras tantas fugiram para países vizinhos. Em 2015, a situação começa a se acalmar e muitas pessoas estão, agora, retornando às suas cidades de origem. Bangassou, para onde vou, é uma das muitas cidades que foi abandonada pela população local e hoje começa a se reerguer.

Bom, estou a caminho de RCA agora. Espero que eu possa contribuir com o meu máximo e que eu aprenda muito com esse povo que já sofreu além do que podemos imaginar.

Bjs,

Vivi

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