Uma experiência única e pouco provável para um engenheiro

Felipe Treitsman fala sobre seu trabalho em um dos maiores campos de refugiados do mundo

Uma experiência única e pouco provável para um engenheiro

Meu nome é Felipe, sou engenheiro de produção e acabo de retornar de um projeto em que trabalhei por seis meses. Atuei como supervisor de logística hospitalar em Doro, um dos maiores campos de refugiados da África, localizado no Sudão do Sul.

Nesse projeto, mais de 60 mil refugiados, além da comunidade local, eram assistidos em duas instalações de saúde, onde oferecemos serviços de atenção primária, internação, emergência, maternidade, vacinação e programas de combate à desnutrição. É extremamente gratificante estar em um projeto como esse: numa região onde saneamento e condições de higiene são escassos e há alta prevalência de doenças infectocontagiosas. Ali,  MSF oferece ajuda a milhares de pessoas para quem, muitas vezes, somos a única opção de acesso a cuidados de saúde.

Para funcionar, esse e outros projetos dependem não só de profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros, mas também das equipes que vão trabalhar viabilizando a operação das instalações. Dessa forma, as áreas de Logística, Suprimentos, Recursos Humanos e Finanças são também fundamentais para o bom andamento dos projetos. Assim, pessoas como eu, que não são da área de saúde, encontram espaço para atuar no setor de ajuda  humanitária, participando de iniciativas incríveis como essa.

O trabalho no Sudão do Sul foi muito cansativo, mas realizador. Juntar-se a MSF e seguir para projetos internacionais não é uma decisão fácil, mas foi, para mim, a melhor que poderia ter tomado. A oportunidade de atuar em contextos como esse, sendo desafiado pessoal e profissionalmente, aprendendo e contribuindo, não é encontrada facilmente. É uma experiência única.

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