A noma é uma infeção gangrenosa que começa na boca e que corroi os tecidos faciais, causando desfiguração e estigma social grave. Sem tratamento, a noma é fatal em 90 por cento dos casos. Afeta maioritariamente crianças com menos de 10 anos – especialmente as crianças entre os 2 e os 5 anos – em África e na Ásia. Derivada da palavra grega nomē, que significa “devorar”, a progressão da noma é veloz, causando a rápida destruição das bochechas e, potencialmente, da mandíbula, dos lábios, do nariz e/ou dos olhos, numa questão de semanas. noma.msf.org

A doença de Chagas é uma doença parasitária que se pode encontrar maioritariamente entre as pessoas na América Latina, e que causa 100.000 mortes por ano. É uma doença invisível, na qual as pessoas podem ser infetadas por um parasita, o Trypanosoma cruzi, durante anos, sem saber; estima-se que as pessoas com esta doença chegam aos sete milhões. Caso não seja detetada e/ou tratada, até 30 por cento das pessoas irão desenvolver a versão crónica e potencialmente fatal da doença, que causa danos irreversíveis no coração, no esófago, e no cólon.

A leishmaniose cutânea é a forma mais comum das três doenças da leishmaniose – sendo a mais mortífera a leishmaniose visceral (também conhecida como kala-azar). Causada por um parasita transmitido por uma espécie de mosca da areia, existe maioritariamente no Médio Oriente, no Norte de África, na Ásia central e nas Américas; ocorrem até um milhão de novos casos todos os anos. O parasita ataca a pele, deixando úlceras – ou lesões – que causam cicatrizes vitalícias e o estigma. A MSF trata a leishmaniose cutânea em diversos locais no Paquistão.

A úlcera de Buruli é uma doença que afeta a pele e, por vezes, os ossos. É causada por um grupo de bactérias da mesma família das que causam a tuberculose e a lepra; as pessoas que ficam doentes desenvolvem uma área de inchaço que, sem tratamento, vai ulcerar. Se a bactéria infetar o osso, pode causar uma mudança significativa no formato da área afetada. Anualmente, foram reportados até 5.000 casos a nível mundial até 2010, quando o número de pessoas com a doença começou a diminuir; o número chegou a pouco menos de 2.000 casos no ponto mais baixo em 2016, antes de começar a aumentar novamente, tendo sido registados quase 3.000 casos em 2018. A MSF entregou os últimos projetos relativos à úlcera de Buruli nos Camarões em 2014.