O teste mais amplamente utilizado para diagnosticar a TB ativa em países com rendimentos baixos e médios depende da examinação ao microscópio da expetoração de pacientes. Este método, desenvolvido há quase 14 anos, deteta menos de metade de todos os casos de TB e falha redondamente na deteção da doença em crianças e em pessoas co-infetadas com VIH – que normalmente não conseguem produzir a expetoração necessária –, assim como em pessoas com tipos de TB resistentes à medicação. Foi introduzido um teste de diagnóstico, o Xpert MTB/RIF, que é usado em muitos dos projetos da MSF, mas não pode ser utilizado em muitos contextos de recursos limitados.

Um programa de tratamento para a TB sem outras complicações demora o mínimo de seis meses. O tratamento da TB resistente à medicação (TB-RM) requer tomar um cocktail de medicamentos e pode demorar dois anos ou mais, mas estão a decorrer ensaios para tratar a doença entre os seis e os nove meses. É fundamental que a totalidade do programa de tratamento seja completada pelos pacientes, mesmo quando já se sintam melhor; o tratamento incompleto pode levar ao desenvolvimento de resistência à medicação. A descentralização do tratamento, tendo as pessoas a receber cuidados em casa, pode ajudá-las a aderir ao tratamento e a ultrapassar quaisquer obstáculos que poderão enfrentar.

Quando se verifica resistência por parte de pacientes aos dois antibióticos mais poderosos de primeira linha (rifampicina e isoniazida), é considerado que têm TB multi-resistente à medicação (TB-MRM). O tratamento é longo e árduo, com medicação com muitos potenciais efeitos secundários, incluindo a psicose e a surdez. As pessoas poderão ter de tomar até 20 comprimidos por dia durante dois anos – apenas para obterem uma taxa de cura um pouco mais alta do que 50 por cento. A TB extensivamente resistente à medicação (TB-XRM) ocorre quando existe resistência por parte de pacientes a medicamentos de segunda linha. Apenas um terço das pessoas com TB-XRM ficam curadas.

A maioria dos medicamentos utilizados para tratar a TB tem décadas de existência, e alguns não foram originariamente desenvolvidos para serem utilizados para a TB, e/ou têm efeitos secundários tóxicos. O tratamento para a TB-RM pode levar até dois anos. Por estas razões, é urgentemente necessária a investigação sobre regimes medicamentosos novos, mais céleres e mais eficazes. A MSF está a participar em dois ensaios clínicos, o EndTB e a PRACTECAL, para encontrar novos regimes de tratamento. O ensaio EndTB inscreveu os últimos pacientes em outubro de 2021. No mesmo mês, o ensaio PRACTECAL anunciou resultados preliminares de que o seu regime exclusivamente oral de seis meses curou nove em dez pacientes.