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A população da República Centro-Africana precisa fugir constantemente da violência
Se você olhar para a situação desesperada neste país desde o início da guerra civil em 2013, o tempo na República Centro-Africana (RCA) parece estar parado. A guerra foi seguida por desordem resultando em criminalidade e violência. Parece não haver progresso nem descanso. As pessoas deste país estão em constante movimento. Elas andam quilômetros para fazer compras, andam para receber cuidados médicos para elas e suas famílias e andam para escapar dos repetidos surtos de luta e violência. Mais de 1 milhão dos 4,6 milhões de civis dentro e fora do país estão em fuga.
Beatrice, de 20 anos de idade, também precisa caminhar. Apesar dos perigos, ela encontrou seu caminho com segurança, três quilômetros em direção ao centro de saúde de MSF em Boguila, no norte da República Centro-Africana. Desde a assinatura de um acordo de paz no início de 2019, a situação no país parece ter melhorado parcialmente. Mas a paz não é concreta e a segurançaé imprevisível. Apenas algumas semanas atrás, mais de 40 civis foram mortos em um ataque a um vilarejo cerca de 100 quilômetros a oeste de Boguila. Para Beatrice, nossa unidade de saúde é a única disponível quando um de seus filhos fica doente. Desta vez, sua filha mais nova, Ketira, de 10 meses de vida, precisa de ajuda.
Em Boguila, equipes de MSF tratam malária e desnutrição; organizam vacinações; e realizam consultas obstetrícas. A ajuda humanitária é vital neste país. MSF é o maior provedor de cuidados médicos na RCA, maior que o Ministério da Saúde. Somente em 2018, nossas equipes realizaram 800 mil exames e tratamentos médicos. No entanto, em muitas regiões, ainda existem desafios para as organizações de ajuda humanitária. O último incidente fatal ocorreu em abril de 2019. Um de nossos colegas foi morto durante um assalto a caminho de casa, a apenas 100 quilômetros de Boguila.
Admissão do paciente, um simples banco de madeira sob uma mangueira
A visita ao centro de saúde leva quase um dia inteiro para Beatrice e Ketira. Nesse meio tempo, entre 20 e 30 mães vieram com seus filhos. Às vezes são apenas crianças pequenas que trouxeram seu irmão mais novo doente. Às seis horas da manhã, a ´sala de espera´ já está cheia. Em um simples banco de madeira sob a sombra de uma mangueira, Beatrice e Ketira aguardam o começo do seu percurso por diferentes áreas do centro de saúde.
As muitas etapas do tratamento em um dia são difíceis para a pequena. Para a triagem de desnutrição, ela é colocada em uma balança e a fita MUAC – uma fita métrica – mede o seu braço. A próxima triagem é para malária; os médicos pegam uma pequena quantidade de sangue e analisam-no com um teste rápido. Ambos os resultados dão positivo para as doenças.
Entre cada etapa, elas têm que esperar pacientemente. Depois, há um exame médico para checar todos os órgãos internos. Só então as mães, com suas respectivas prescrições, podem andar até uma farmácia próxima. O maior desafio do dia de Ketira ainda está por vir: sua primeira administração de remédios e mingau. Para que o medicamento tenha efeito, é essencial que as crianças tomem a mesma quantidade da dosagem prescrita. Mas Ketira deixa claro que só faz isso porque é saudável, não significa que seja gostoso. Mãe e filha estão visivelmente exaustas depois de tomar o medicamento. O tratamento inicial no local é importante porque também ajuda as mães a administrar o remédio corretamente mais tarde, depois de sobreviverem à perigosa jornada de retorno às suas casas.
Violência, medo e resignação – um ciclo traumático
Da mesma forma que Beatrice se adaptou a percorrer rotas perigosas em busca de cuidados médicos, as crianças se adaptaram às circunstâncias em que cresceram. “O que mais me afeta durante meu trabalho na RCA é o enorme sofrimento que as crianças processam de forma estoica aqui”, diz Amadeus von der Oelsnitz. Ele é o enfermeiro que tem liderado equipes de sensibilização em Boguila, tentando oferecer cuidados básicos de saúde em áreas mais remotas. “Muitos estão claramente traumatizados com a violência contínua. O mundo os esqueceu aqui”, ele acrescentou.
Por muitos anos, as pessoas viveram na RCA com medo constante de abusos, como espancamentos, extorsões, estupros e assassinatos. Segundo as Nações Unidas (ONU-OCHA), mais de 575 mil pessoas fugiram devido a esse medo para alguns dos países vizinhos – Camarões, Chade, República do Congo e República Democrática do Congo.
Atualmente, MSF mantém 12 projetos na RCA. A assistência médica no local inclui cuidados materno-infantis, trauma ou cirurgia pós-guerra, tratamento de HIV e TB, bem como resposta a surtos e epidemias. Atualmente, cerca de 3 mil profissionais de MSF trabalham na RCA. Em 2018, as equipes realizaram mais de 800 mil exames e tratamentos médicos ambulatoriais e de internação, trataram 4 mil sobreviventes de violência e 4 mil sobreviventes de violência sexual.
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