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Uma equipe de MSF relata resposta à doença na cidade de Tumaco, na Colômbia
Nós atravessamos uma ponte estreita feita de tábuas antigas corroídas pelo tempo e pela água salgada, rodeada por casas humildes e austeras. Essa é Tumaco, uma cidade no sudoeste do departamento de Nariño, na Colômbia, onde o estado geral de abandono é claramente visível. As pessoas nos recebem com interesse, querendo saber sobre essa doença chamada chikungunya, cujo nome exótico vem do idioma africano maconde – ela foi detectada pela primeira vez na Tanzânia, em 1952 – e significa “inclinou-se ou contorceu-se de dor”, referindo-se à aparência dos pacientes que se inclinam por causa da dor nas articulações que a doença provoca.
Esse vírus pouco conhecido causa febre alta e graves dores nas articulações depois que se é mordido por um mosquito infectado. Na Colômbia, a doença já afetou 208.044 pessoas em 2015, de acordo com os Institutos Nacionais de Saúde. Os primeiros casos foram registrados em setembro do ano passado.
A equipe da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) e do Instituto de Saúde do Departamento de Nariño continuam suas visitas nesse bairro improvisado para gerar conscientização sobre a doença entre os moradores. A equipe vai de casa em casa, instruindo as pessoas a cobrir alimentos e a água potável e retirar itens que podem ser danificados quando elas deixam suas casas por, pelo menos, meia hora, para que, então, os objetos possam ser pulverizados.
Em uma humilde residência, uma senhora idosa que está deitada em sua cama, sozinha, angustiada, com olhar triste e de dor, nos conta que ela está sofrendo há um mês: “Desde o mês passado, estou arrastando meus pés quando ando pela casa, como se eles fossem feitos de ferro, e, todos os dias, eu acordo com uma nova e intensa dor. Durante todo esse tempo, não houve um dia em que eu não tenha tido febre, minha cabeça não tenha doído ou eu não tenha acordado com mãos e tornozelos inchados. Eu também sofro com dores nos ombros, joelhos e pescoço, e coceiras por todo o meu corpo. Mas o que mais me deixa em pânico é a descamação que tenho nas solas dos meus pés e cotovelos, como se eu fosse um peixe”. Esses são os sintomas da chikungunya, que acumulou 930 casos em Nariño desde 2014, embora o número, provavelmente, seja muito mais alto, já que muitos infectados não são diagnosticados, na medida em que eles não fazem um teste específico.
A pulverização manual para controle do vetor nos bairros mais vulneráveis, onde as casas são construídas na forma de palafitas sobre a água, foi realizada em 10 mil domicílios, protegendo cerca de 50 mil pessoas. Além da pulverização, MSF tem treinado profissionais médicos de emergência em diversos hospitais em diagnóstico clínico, tratamento e relatos epidemiológicos. A equipe de MSF também explicou aos farmacêuticos sobre as complicações da má gestão e a necessidade de encaminhar o paciente para centros de saúde.
Na cultura colombiana, o farmacêutico desempenha um papel fundamental, na medida em que ele é a pessoa que os pacientes se sentem próximos e confortáveis para chamar, porque confiam nele, enquanto o médico é tido como uma figura distante e inacessível. Essa situação é mais evidente em Tumaco, em parte por causa da dificuldade de acesso a cuidados de saúde. Nas farmácias locais, as pessoas encontram uma resposta eficaz e imediata a uma grande porcentagem de seus males menores.
Com a epidemia de chikungunya, as pessoas sentem que as longas esperas no departamento de emergência, para depois apenas retornarem para suas casas com uma dose de acetaminofeno (paracetamol), não justificam o sacrifício de passar por esse tormento, e elas estão buscando medicamentos alternativos para suas dores graves. Infelizmente, nesse caso, há pouco conhecimento sobre a doença, na medida em que é uma nova enfermidade em nosso país para farmacêuticos e profissionais de saúde. E também para a população, que atribui a dor à “poluição do ar”, “à água”, “Deus está nos punindo”, ou “às sete pragas”, entre outras justificativas.
Essa doença gera um grande impacto social por causa do alto número de casos; da incapacidade de trabalhar, às vezes, a longo prazo; das consequências dos efeitos colaterais de medicamentos inapropriados; e das consequências da não obtenção de um diagnóstico preciso. Portanto, outro elemento da resposta de MSF tem sido a doação de 600 testes para ajudar no diagnóstico dessa doença emergente e a ajuda aos pacientes para que recebam o tratamento apropriado.
Chikungunya é uma doença viral transmitida para humanos por mosquitos infectados. Ela causa febre e graves dores nas articulações. Outros sintomas incluem dor muscular, dor de cabeça, náusea, fadiga e erupção cutânea. A dor nas articulações é, por vezes, debilitante e pode ter duração variada. A maioria dos pacientes se recupera completamente, mas, em alguns casos, a dor nas articulações pode persistir por diversos meses, ou até mesmo anos. Alguns aspectos clínicos da doença são semelhantes aos da dengue, e ela pode ser diagnosticada incorretamente em áreas onde a dengue é comum. Não há nenhum tratamento específico com medicamentos antivirais para a chikungunya. O tratamento é direcionado principalmente para aliviar os sintomas. Não há nenhuma vacina comercial para a chikungunya. A proximidade dos locais de reprodução do mosquito das habitações humanas é um fator de risco significativo para a chikungunya. A doença foi identificada em mais de 60 países na Ásia, África, Europa e nas Américas, e ocorre na África, Ásia e no subcontinente indiano. Nas últimas décadas, os mosquitos vetores da chikungunya se espalharam pela Europa e Américas. Em 2007, a transmissão da doença foi relatada pela primeira vez durante um surto no noroeste da Itália. Desde então, surtos também foram registrados na França e na Croácia.
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