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De junho a outubro de 2024, a MSF prestou cuidados a mais de 10 mil crianças com menos de 5 anos para infeções do trato respiratório no Hospital Nasser
Entre junho e outubro de 2024, a Médicos Sem Fronteiras (MSF) tratou mais de 10 mil crianças com menos de 5 anos por infeções do trato respiratório superior no Hospital Nasser. Após mais de um ano de guerra incessante e destruição em Gaza, as equipas da MSF estão a testemunhar como as condições de vida extremas, os ataques em áreas densamente povoadas, o acesso limitado a alimentos e as deslocações repetidas estão a provocar graves problemas de saúde a crianças palestinianas, recém-nascidos e mães.
As famílias vivem em tendas sobrelotadas ou sob coberturas improvisadas de plástico e tecidos mistos, sem acesso a água limpa, saneamento, produtos de higiene e a outras necessidades básicas. As condições estão a piorar com a chegada do inverno e a queda das temperaturas, o que aumenta o risco de problemas de saúde, como infeções cutâneas e respiratórias, sarna, diarreia aguda e infeções virais, especialmente entre recém-nascidos e crianças.
Além disso, o aumento dos preços devido à drástica redução da ajuda humanitária a entrar na Faixa de Gaza impossibilita as pessoas de obterem alimentos, já insuficientes para atender às necessidades da população. Isto leva à desnutrição, em particular nos bebés e crianças. A entrada irrestrita de ajuda humanitária em Gaza é uma solução crucial para aliviar o sofrimento das pessoas presas na região. Só assim será possível melhorar a disponibilidade de provisões médicas e não médicas, que são essenciais para as comunidades.
“Estamos a tratar bebés com doenças infeciosas, respiratórias e dermatológicas. É claro que víamos isto antes da guerra, mas hoje vemos muito mais casos, e os números continuam a aumentar”, avança o pediatra da MSF, que está a trabalhar no Hospital Nasser, Mohammad Abu Tayyem. Nesta unidade médica localizada no Sul de Gaza, são atendidos diariamente mais de 300 pacientes pediátricos. “O departamento está sobrelotado, e temos imensas crianças com pneumonia aguda.”
“O departamento está sobrelotado, e temos imensas crianças com pneumonia aguda.” – Mohammad Abu Tayyem, pediatra da MSF no Hospital Nasser
“O departamento está sobrelotado, e temos imensas crianças com pneumonia aguda.”
– Mohammad Abu Tayyem, pediatra da MSF no Hospital Nasser
As equipas da MSF enfrentam um número esmagador de pacientes: entre junho e outubro de 2024, 3 421 bebés e crianças com menos de 5 anos receberam tratamento na enfermaria pediátrica do Hospital Nasser, com quase um quarto (22 por cento) dos casos decorrentes de diarreia e 8,9 por cento de meningite. No mesmo período, 168 recém-nascidos com menos de 1 mês de idade e mais de 10 800 crianças entre um e cinco anos receberam consultas na sala de urgências do Hospital Nasser, devido a infeções do trato respiratório superior. Além disso, cerca de 1 294 crianças entre um e cinco anos foram internadas no Hospital Nasser devido a infeções do trato respiratório inferior, com cerca de 459 destes casos relacionados com pneumonia.
Na chamada “zona humanitária”, onde as populações deslocadas vivem apinhadas, a MSF presta cuidados neonatais, obstétricos e pediátricos em três centros de saúde primários, bem como no Hospital Nasser, equipado com uma das poucas maternidades ainda funcionais no Sul de Gaza. Dos 36 hospitais de Gaza, apenas 17 permaneciam parcialmente funcionais, à data de 19 de novembro.
As mães em Gaza enfrentam riscos ao levar os recém-nascidos e as crianças aos poucos hospitais e centros de saúde ainda disponíveis e são obrigadas a percorrer longas distâncias por rotas inseguras, a pé ou em carros puxados por animais, em áreas poeirentas e densamente povoadas, para alcançar as instalações médicas. Esta jornada expõe as crianças e recém-nascidos a mais perigos de ataques e aumenta o risco de complicações de saúde. Mesmo após receberem tratamento, os recém-nascidos e crianças regressam a condições de vida insalubres, o que agrava os seus estados de saúde e compromete a recuperação.
Perante condições de vida inadequadas, falta de produtos de higiene e alimentos, e sob constante stress, um número significativo de mães – elas próprias desnutridas – dá à luz bebés prematuros, o que aumenta o risco de complicações pós-parto. Esta crise é agravada pela escassez aguda de provisões essenciais nas instalações e hospitais.
“Não tenho fraldas para o meu filho”, relata Yasmin, uma mãe cujo filho está a ser tratado no Hospital Nasser. “Nem sequer tenho roupa adequada para ele; sou obrigada a usar um saco de plástico, e isso expõe a pele dele a mais infeções e erupções. Viver numa tenda expõe os meus filhos a condições extremas, e eles dormem sem sequer ter uma cama adequada.”
Nem sequer tenho roupa adequada para ele [o meu filho]; sou obrigada a usar um saco de plástico, e isso expõe a pele dele a mais infeções e erupções” – Yasmin, mãe de paciente da MSF
Nem sequer tenho roupa adequada para ele [o meu filho]; sou obrigada a usar um saco de plástico, e isso expõe a pele dele a mais infeções e erupções”
– Yasmin, mãe de paciente da MSF
“Este período tem sido muito difícil e longo. Já passou mais de um ano desde o início da guerra, e isso afetou toda a gente, especialmente as crianças que estão na fase de crescimento”, frisa Abu Tayyem. “Isto deve-se à falta de alimentos nutritivos e nutrientes essenciais, que impactou a saúde e a imunidade dos recém-nascidos e crianças, tornando-os mais vulneráveis a doenças infeciosas.”
Yasmin acrescenta: “O meu filho está sempre a tossir. Passo a maior parte do meu tempo no hospital. Ele não ri, não brinca, não bebe leite. Dorme o tempo todo. O médico diz que temos de o manter afastado do fogo [para evitar a tosse], mas como podemos fazer isso? Tudo é cozinhado no fogo.”
Para responder às crescentes necessidades médicas, em Khan Younis, no Sul de Gaza, as equipas da MSF apoiam o departamento pediátrico do Hospital Nasser, o que inclui a sala de urgências, a unidade de cuidados intensivos pediátricos, que conta com nove camas, e a unidade de cuidados intensivos neonatais, com 23 camas.
As atividades da MSF em cuidados pediátricos, neonatais e obstétricos são apenas uma gota no oceano das enormes necessidades médicas em Gaza. Um cessar-fogo imediato e permanente é a única solução para aliviar o sofrimento da população e garantir o acesso aos cuidados de saúde e a ajuda humanitária.
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