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A MSF defende a integração de uma perspectiva de saúde e humanitária mais forte na agenda da conferência e apela à mobilização de ações concretas para proteger a saúde das comunidades em situação de vulnerabilidade
Os impactos da crise climática são sentidos de forma mais intensa por pessoas em situação de vulnerabilidade, cujas vozes devem ser ouvidas durante a próxima conferência das Nações Unidas, no Brasil.
Embora os impactos das alterações climáticas na saúde sejam cada vez mais evidentes, as questões de saúde têm sido historicamente secundarizadas nos debates de alto nível nas conferências das Nações Unidas sobre o clima. A COP30, que decorre de 10 a 21 de novembro em Belém, no Brasil, representa uma oportunidade crucial para aumentar a sensibilização global sobre as consequências das alterações climáticas na saúde e para avançar com estratégias eficazes de adaptação e de reforço da resiliência perante desafios relacionados com o clima.
Milhões de pessoas em todo o mundo já enfrentam graves impactos da emergência climática na saúde, mas o peso mais grave recai sobre pessoas em maior risco. A Médicos Sem Fronteiras (MSF) presta assistência a comunidades que sentem diretamente as consequências da crise climática na saúde.
“Vemos o impacto todos os dias, nos diferentes contextos onde trabalhamos, e as pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade são as mais afetadas, precisamente aquelas que menos contribuem para as emissões de gases com efeito de estufa. Estas comunidades estão a pagar com a vida e com a saúde por uma crise que não criaram”, refere a secretária médica da MSF, Dra. Maria Guevara.
A realidade observada pelas equipas da MSF é que fenómenos meteorológicos extremos repetidos e sobrepostos, como cheias, secas e tempestades, estão a aumentar a um ritmo muito acelerado em muitas zonas. As comunidades são atingidas novamente antes de terem tempo ou capacidade para recuperar do desastre anterior.
Estes eventos intensificam riscos físicos e destroem infraestruturas, mas também fragilizam a resiliência psicológica e emocional, o que causa traumas complexos, não apenas devido ao impacto imediato, mas também pela separação de famílias, insegurança alimentar e deslocações.
Recentemente, no Brasil, aconteceram episódios consecutivos de chuvas intensas, cheias e deslizamentos de terras, que afetaram o estado de Rio Grande do Sul, em 2023 e 202 – o que resultou em centenas de mortes e deixou centenas de milhares de pessoas deslocadas. A MSF desenvolveu uma resposta centrada no apoio às pessoas afetadas através de clínicas móveis, cuidados médicos e de saúde mental em abrigos, e formação a profissionais locais em primeiros socorros psicológicos.
As pessoas mais afetadas são aquelas que já não têm acesso ou são excluídas de cuidados básicos de saúde, incluindo pessoas que vivem em contextos de conflito, famílias deslocadas, comunidades rurais, pessoas em situação de pobreza e comunidades indígenas. A emergência climática agrava desigualdades sociais e em saúde já existentes e aprofunda vulnerabilidades prévias.
Alguns dos projetos da MSF respondem a fenómenos meteorológicos extremos, como ciclones e cheias, que se tornaram mais frequentes e intensos, nomeadamente os que ocorreram no ano passado em Moçambique e este ano em Madagáscar.
Os padrões de precipitação tornaram-se menos regulares, o que facilitou a propagação de doenças transmitidas por vetores, como malária e dengue. Estas e outras doenças podem tornar-se mais letais quando combinadas com desnutrição, como observado no ano passado no Norte da Nigéria.
As secas podem ser mais prolongadas, limitando o acesso à água, como acontece em Moçambique, e as ondas de calor são cada vez mais frequentes. No Zimbabwe, a seca provocou quebras de produção agrícola que, nos últimos anos, levaram agricultores a recorrer à mineração informal. Nessa fase em que acesso a água segura se tornou um problema central para estas pessoas, a MSF trabalhou no mapeamento de fontes de água contaminadas e começou a pôr soluções em prática.
As consequências da crise climática são claramente mais graves para pessoas que vivem em contextos altamente expostos ao clima. E, para algumas, até a recomendação básica de se manterem hidratadas é impossível de cumprir devido à falta de fontes de água potável seguras. Uma cheia numa cidade pode causar danos, ou pior ainda, uma cheia numa área com sistema de saneamento precário pode espalhar doenças como cólera e diarreia, como aconteceu no Haiti.
“É importante perceber que muitos destes impactos são cumulativos e recaem sobre comunidades que, em geral, têm recursos limitados para reagir de forma eficaz”, avança Maria Guevara. A secretária médica da MSF também explica que a organização está a adaptar as operações para que a resposta aos problemas causados pela crise climática seja mais eficaz. “Precisamos de mais sistemas de deteção precoce que considerem não só os padrões meteorológicos, mas também os epidemiológicos, para compreender melhor esta inter-relação e reagir de forma mais rápida e eficaz.”
É preciso que os países apresentem metas climáticas mais ambiciosas na COP30. Até agora, a falha em cumprir os compromissos de redução de emissões resultou na continuação do aquecimento global. Se as alterações climáticas continuarem a acelerar sem controlo, as condições de vida de algumas pessoas no mundo tornar-se-ão ainda mais inaceitáveis.
Para além de metas climáticas mais ambiciosas, é urgente agir. “Os países e comunidades mais afetados não estão a receber o apoio de que necessitam, que passa por apoio financeiro e técnico concreto, capaz de se traduzir em melhorias reais na saúde das pessoas e nos sistemas de saúde”, sublinha Guevara.
A MSF defende a integração de uma perspectiva de saúde e humanitária mais forte na agenda da conferência e apela à mobilização de ações concretas para proteger a saúde das comunidades em maior risco, em particular das pessoas em situação de vulnerabilidade. Outro ponto importante é garantir um acesso amplo às estratégias de adaptação climática, para evitar mecanismos que reforcem desigualdades e privilegiem países ricos. Este objetivo é especialmente desafiante, tendo em conta que o financiamento para adaptação é claramente insuficiente para cobrir as necessidades, ampliando o fosso das desigualdades.
Apesar do cenário difícil, um ponto promissor para a conferência de Belém é o papel mais forte esperado para comunidades locais e indígenas na definição e desenvolvimento de soluções, o que renova a esperança de que a tão adiada concretização de compromissos possa finalmente avançar onde mais importa.
“A nossa experiência mostra que uma abordagem top-down não seria apenas ineficaz, como seria pouco sensato não integrar o conhecimento das comunidades tradicionais para enfrentar um desafio tão complexo como a emergência climática”, explica a diretora executiva da MSF Brasil, Renata Reis, que espera que o papel destacado que os movimentos de base deverão assumir nesta edição da COP possa representar uma diferença positiva. “Se os nossos esforços desconsiderarem o conhecimento local e indígena, corremos o risco de ignorar necessidades reais e de aprofundar desigualdades já existentes”, conclui.
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