A Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização humanitária internacional que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por graves crises humanitárias. Também é missão da MSF chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelos pacientes atendidos em seus projetos.
Como organização médica, buscamos sempre oferecer o melhor tratamento disponível aos nossos pacientes. O trabalho de MSF envolve uma grande variedade de atividades, desde a organização de campanhas…
Veja as principais atualidades sobre as atividades da Médicos Sem Fronteiras.
Saiba mais sobre os nossos projetos no terreno e as nossas atividades em todo o mundo.
Assista aos vídeos sobre o trabalho da Médicos Sem Fronteiras em diversos projetos pelo mundo.
Ouça as histórias e as experiências vividas por quem está nas linhas da frente das emergências humanitárias.
O que vemos e registamos sobre o trabalho das nossas equipas e as populações que apoiamos.
Participe nos nossos eventos, online ou presenciais, para apoiar e saber mais sobre o nosso trabalho.
Profissionais portugueses contam as experiências nos diversos projetos da MSF.
Pode ajudar a MSF de várias formas, fazendo donativos, divulgando o trabalho e angariando fundos para a concretização dos projetos.
O seu donativo faz a diferença, ajuda-nos a levar cuidados médicos a quem mais precisa.
Faça a consignação do seu IRS à Médicos Sem Fronteiras e ajude-nos a salvar vidas!
A MSF depende inteiramente de donativos privados para fazer chegar assistência médica-humanitária a quem mais precisa.
Procuramos novas formas de chegar a cada vez mais pessoas, com o objetivo de envolvê-las com a nossa missão.
Faça do seu testamento, um testamento solidário incluindo a Médicos Sem Fronteiras.
A sua empresa pode fazer a diferença. Juntos podemos fazer ainda mais.
Se tem uma multa ou uma contra-ordenação, saiba que pode fazer o pagamento à Médicos Sem Fronteiras Portugal.
Atualmente, Thok Johnson trabalha com MSF na Nigéria, mas ele conheceu, em detalhes, a atuação da organização em outros países, em campos de refugiados
Quando eu tinha nove anos, minha família foi forçada a fugir do Sudão. Era 1996. Ainda me lembro do medo daquela época. Ouvíamos que cada vez mais pessoas no sul estavam sendo perseguidas e sofrendo abusos, até crianças pequenas. Então, quase todos os moradores de nosso vilarejo arrumaram suas coisas e fugiram para a Etiópia. Muitos não conseguiram chegar; morreram de fome ou sede pelo caminho. Tivemos de deixar alguns para trás por terem adoecido e não havia clínica nem médicos pelo caminho. Nossa jornada já durava quatro ou cinco meses até que chegamos ao campo de refugiados na Etiópia. Perdi minha família no caminho. Me senti muito só. Pensei que fosse o único membro de minha família que tinha sobrevivido e chegado ao acampamento, quando, oito meses depois, reencontrei minha mãe. Ela estava com minha irmã e meu irmão mais novo. Fiquei tão feliz! Meu pai, no entanto, não estava com eles. Ficamos três anos sem notícias dele até que soubemos que ele estava vivendo em Bilpam, uma cidade que fica no que hoje é o Sudão do Sul. A vida no acampamentoMinha irmã, meu irmão e eu tivemos sarampo no campo de refugiados. Felizmente, havia uma clínica e recebemos tratamento ali. Equipes de Médicos Sem Fronteiras (MSF) e da Agência Adventista de Desenvolvimento e Ajuda atuavam no acampamento. E foi, então, que pensei pela primeira vez: “talvez um dia eu possa me tornar um enfermeiro e trabalhar para uma organização humanitária”. Aquele era um sonho que estava, na época, fora de meu alcance. Nossa realidade no acampamento foi marcada pela fome e por doenças. Por outro lado, eu pude frequentar a escola. Tínhamos aulas debaixo de árvores que nos forneciam sombras. Não tínhamos canetas ou livros, mas usávamos giz para escrever em papelão. Apesar da ajuda, a vida no acampamento era muito dura. Muitas pessoas morreram, inclusive alguns de meus familiares. Meu irmão Gatkhor foi um deles. “Será que esse pesadelo vai acabar um dia?”, nos perguntávamos. O clube de futebol era a única coisa que me dava esperanças. Um de nossos professores que organizou tudo. Eu me lembro de usar a camisa de número nove, e de fazer gols em quase todos os jogos, o que me valeu alguma fama no acampamento. Quando eu tinha 14 anos, houve instabilidade política na Etiópia e eu tive de voltar ao Sudão. Passaram-se dois anos até que eu pudesse voltar à Etiópia e terminar meus estudos. Quando passei nos meus exames finais, me senti livre pela primeira vez na vida. E aquele sonho voltou a me ocorrer: me tornar um enfermeiro e ajudar as pessoas em necessidade. Fiz minha inscrição na universidade médica na capital da Etiópia, Adis Abeba, e, após 18 meses de intensos estudos, eu tinha um diploma. Projetos com MSFVoltei ao Sudão em 2000 para ajudar meu povo. Eles ainda sofriam as consequências de confrontos e deslocamentos. Me candidatei para uma vaga em MSF e fui contratado como enfermeiro. Fui a campo integrar as equipes de diversos projetos, incluindo uma epidemia de cólera em Aboko, e fui também a Leer, atualmente um dos maiores hospitais de MSF no Sudão do Sul. Trabalhei em Leer por três anos. Durante esse período, MSF me deu a oportunidade de treinar e desenvolver minhas habilidades. Aprendi, por exemplo, a tratar crianças com desnutrição. Então, fui convocado para um projeto de MSF no campo de refugiados de Jamam, no norte do país, na fronteira com o Sudão. O trabalho que MSF faz ali é muito importante. Homens, mulheres e crianças que vivem no acampamento foram forçados a deixar suas casas e são completamente dependentes de ajuda humanitária. Eles precisam de alimentos, água e cuidados médicos. Foi muito emocional para mim trabalhar ali. Constantemente, eu me pegava me lembrando da minha infância e de outras crianças, das condições limitadas, da fome e do calor no campo de refugiados. O trabalho hojeUm dia, enquanto trabalhava em Jamam, recebi um e-mail de MSF me chamando para trabalhar na Nigéria. Era a primeira vez que me ofereciam um cargo de gestão e fora do país. Foi o melhor momento da minha vida: uma demonstração de que estudo e trabalho duro compensam. Tenho muito orgulho de tudo o que alcancei. Eu era um refugiado e agora sou um agente humanitário internacional. Meu trabalho me faz muito feliz.
Como a maioria dos websites, o nosso website coloca cookies – um pequeno ficheiro de texto – no browser do seu computador. Os cookies ajudam-nos a fazer o website funcionar como esperado, a recolher informações sobre a forma como utiliza o nosso website e a analisar o tráfego do site. Para mais informações, consulte a nossa Política de Cookies.