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Coordenadora de saúde mental de MSF fala sobre sua experiência com pacientes do campo de refugiados de Elliniko, na Grécia
Como boa parte dos atenienses, quando Eleni Kotsoni passou pelo campo de refugiados de Elliniko, ela sabia muito pouco sobre as pessoas que ali viviam. Depois de trabalhar por quatro meses para a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) conduzindo atividades de saúde mental na Grécia, ela hoje sabe mais do que a maioria das pessoas sobre as dificuldades enfrentadas pelos refugiados retidos na costa da Europa.
“A primeira vez que entrei em um campo de refugiados, quatro meses atrás em Atenas, eu esperava ouvir histórias trágicas de violência e conflito. De fato, eu as ouvi, mas também me surpreendi ao escutar histórias de família e problemas de relacionamento, assim como todos nós temos.
No início, quando eu comecei a oferecer aconselhamento às pessoas, elas precisavam estabelecer uma relação de confiança mútua, então falavam de problemas diários. Conforme iam se abrindo e a situação no campo, piorando, as histórias que eles nos contavam tornavam-se cada vez mais pesadas.
Não são apenas as terríveis condições de vida nos campos como Elliniko que abalam as pessoas. É, também, a incerteza – o fato de não saber onde nem como será a próxima semana, o próximo mês ou o próximo ano.
Alguns dos refugiados estão aqui há meses. Eles perderam a noção do tempo e boa parte de sua identidade. Apesar de tudo que as Ongs fazem nos acampamentos, essas pessoas ainda não têm respostas nem para as perguntas mais básicas: será que meus filhos vão poder ir à escola? Vamos ficar aqui ou seremos transferidos para outro campo? Eles não recebem nenhuma informação e isso tem um impacto significativo em sua saúde mental.
Eu e meus colegas escutamos as pessoas dizerem coisas do tipo: ‘Eu poderia viver neste campo e aguentar essas condições de vida por até dois anos se eu soubesse que depois disso seria possível continuar minha jornada rumo ao norte da Europa.’
Depois da euforia de sua chegada à Grécia, as pessoas começaram a perceber que estavam presas aqui, sem um futuro. Vimos mulheres grávidas que não queriam mais os filhos que esperavam; vimos um aumento do número dos casos de violência doméstica e pessoas com pensamentos suicidas.
Hoje, nossas equipes se preocupam muito com os casos de violência sexual dos quais ouvimos falar, o que inclui a prostituição entre homens jovens. A tensão entre as comunidades também vem aumentando. Afegãos contam que se sentem como refugiados de segunda ou terceira classe e dizem que ‘as pessoas pensam que nosso país não está em guerra, que as nossas vidas não estão em risco com as dos sírios’.
Eu moro muito perto do campo de Elliniko. Fica no meio de um subúrbio residencial e consiste no espaço do terminal de um aeroporto vazio e dois estádios olímpicos abandonados. É como uma bolha invisível – antes de eu trabalhar para MSF, frequentemente passava por ali, sabendo que refugiados estavam vivendo no local, mas incapaz de imaginar o que acontecia ali dentro: condições de vida, número de pessoas, a dimensão dos problemas que elas enfrentavam.
Quando conto aos meus amigos as coisas que eu vejo todos os dias, eles ficam muito surpresos. É como se essas pessoas não existissem. Mas é exatamente disso que elas precisam: serem autorizadas a existirem e a serem reconhecidas integralmente como indivíduos, com suas próprias identidades e histórias de vida. A identidade dessas pessoas parece ter sido reduzida a uma única dimensão: elas são refugiadas e mais nada. Elas se sentem negligenciadas e sentem necessidade de interagir com a comunidade ao seu redor.”
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