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“A minha esperança é que um dia eles partam e possamos viver em paz”, protesta Qusay Al-Amour, palestiniano de 18 anos, face à violência constante perpetrada por colonos israelitas na Cisjordânia
O medo constante de agressões e violência, perpetradas por colonos israelitas e pelas forças armadas, tem um enorme impacto na saúde mental dos palestinianos na Cisjordânia, especialmente aqueles que vivem no Sul de Hebron, como na zona de Masafer Yatta. Nestas regiões, as ameaças diárias de transferência forçada, agressões e morte – como tem sido observado nas últimas semanas – estão sempre presentes. A Médicos Sem Fronteiras (MSF) trabalha através de clínicas móveis na área, mas várias preocupações com a segurança e o aumento da violência por parte dos colonos, têm perturbado gravemente as nossas atividades.
“Algumas aldeias já tiveram até 85 por cento das casas demolidas. – Frederieke Van Dongen, coordenadora de assuntos humanitários em Hebron
“Algumas aldeias já tiveram até 85 por cento das casas demolidas.
– Frederieke Van Dongen, coordenadora de assuntos humanitários em Hebron
“Estamos atualmente a testemunhar múltiplas demolições de casas por parte das forças israelitas, que têm atacado repetidamente aldeias em Masafer Yatta,” avança a coordenadora de assuntos humanitários em Hebron, Frederieke Van Dongen.
“Algumas aldeias já tiveram até 85 por cento das casas demolidas. As práticas e políticas do governo israelita, que visam supostamente a anexação da Cisjordânia, estão a afetar a saúde física e mental dos nossos pacientes”, frisa Van Dongen. “Os ataques dos colonos, frequentemente acompanhados pelo exército israelita, estão a ocorrer quase diariamente e tornam-se cada vez mais violentos e, por isso, temos visto mais feridos e hospitalizações.”
Nos últimos meses, os residentes palestinianos de Masafer Yatta têm enfrentado violentos ataques de colonos israelitas. Os moradores descrevem incidentes quase diários: agressões, animais soltos nos campos agrícolas, estradas bloqueadas, casas demolidas e pressão psicológica constante.
Em maio, colonos invadiram a comunidade de Jinba. Deixaram para trás corpos feridos, culturas destruídas e um medo crescente de que a paz já não seria possível.
“Deram uma pancada na cabeça de um idoso – precisou de mais de 15 pontos”, conta Ali Al Jabreen, membro da comunidade de Jinba. “Um dos feridos ainda está aqui, com a mão partida. E um homem continua a passar por traumas psicológicos, duas semanas após ter dado entrada nos cuidados intensivos. A violência não para.”
“Vieram cerca de 17 colonos em três carros” recorda Qusay Al-Amour, jovem de 18 anos, que ficou a coxear durante semanas após um ataque. “Bateram em mim, no meu pai e no meu irmão Ahmad. Mais tarde nessa noite, voltaram. Destruíram o nosso abrigo, a clínica e a mesquita. O meu pai ficou em estado crítico – o batimento cardíaco dele desceu para 35 bpm. O meu irmão passou dias inconsciente. Ficámos cercados durante mais de uma hora até uma ambulância ser autorizada a entrar.”
“Psicologicamente, é duro,” acrescenta Al-Amour. “Os colonos vêm quase todos os dias, até durante a noite. Mas será que vamos embora? Não. Vamos ficar. A minha esperança é que um dia eles partam e possamos viver em paz.”
Mas será que vamos embora? Não. Vamos ficar. A minha esperança é que um dia eles partam e possamos viver em paz.” – Qusay Al-Amour, palestiniano de 18 anos
Mas será que vamos embora? Não. Vamos ficar. A minha esperança é que um dia eles partam e possamos viver em paz.”
– Qusay Al-Amour, palestiniano de 18 anos
As crianças também são expostas desde cedo à violência, intimidação e militarização, o que leva a sinais de trauma, como pesadelos, ataques de pânico e dificuldade de concentração na escola.
“Todos são afetados,” relata Van Dongen. “A ameaça constante de violência faz com que as pessoas estejam sempre a imaginar todos os cenários. O que vai acontecer quando os colonos vierem à casa delas? Se tiverem uma esposa grávida ou filhas, conseguirão protegê-las ou não poderão fazer nada? O que vai acontecer se forem deslocadas? Se a mãe tiver uma deficiência física, conseguirá mudar-se para um novo local?” questiona a representante da MSF.
Em Hebron, a MSF presta cuidados médicos e apoio psicológico e está a responder às novas necessidades emergentes das comunidades beduínas de Masafer Yatta.
Nos últimos 12 meses, a maioria dos novos pacientes que recorreram às clínicas da MSF em Hebron para apoio de saúde mental foi atendida na sequência de incidentes violentos. Só em junho de 2025, esta foi a razão de 94 por cento das admissões.
As equipas das clínicas móveis prestam cuidados de saúde primários e apoio de saúde mental a pessoas afetadas por ataques de colonos, incluindo crianças, mulheres e idosos. As equipas da MSF também apoiam palestinianos que foram deslocados à força devido à violência dos colonos e às demolições de casas.
O acesso às comunidades afetadas, no entanto, continua a ser bastante limitado devido ao aumento das preocupações com a segurança. Para além do medo de ataques por parte dos colonos israelitas, os postos de controlo militares israelitas e a recente guerra de 12 dias entre Israel e o Irão tornaram a situação de segurança ainda mais precária. As equipas no terreno relatam atrasos nas atividades, estradas bloqueadas e necessidades crescentes por toda a Cisjordânia.
“O recente aumento da frequência e intensidade dos ataques por parte de colonos e das forças militares israelitas faz parte de uma política de deslocação forçada e anexação que tem de acabar. Israel, como potência ocupante, tem a obrigação de proteger os palestinianos. Em vez disso, as forças israelitas permitem ou até participam nos ataques dos colonos contra os palestinianos. A comunidade internacional manteve-se inativa durante demasiado tempo. É tempo de agir e aplicar uma verdadeira pressão política e económica sobre as autoridades israelitas para cessar estas práticas que têm como objetivo deliberado expulsar os palestinianos das suas terras,” afirma Frederieke Van Dongen.
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