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A leonesa Batu, de 30 anos, foi obrigada a deixar seus filhos para trás e se arriscar em perigosas jornadas para sobreviver
A vida parecia ser difícil em Serra Leoa por causa do Ebola, mas não é por isso que estou aqui.
Eu sou casada com um libanês que conheci em Serra Leoa depois que meu primeiro marido, com quem tive dois meninos, morreu há 12 anos. Nós tivemos mais três filhos juntos e, no começo, tínhamos dinheiro, mas em 2012 começamos a lutar para sobreviver. Então voltamos a morar com a família dele no Líbano.
Eles não gostavam de mim. Meu sogro, minha sogra, os irmãos e as irmãs dele, ninguém gostava de mim. Eles diziam que o filho deles não devia se casar com uma mulher negra. Quando eu dei à luz meus filhos, eles tinham a pele mais escura do que os libaneses, então a família dele me bateu. Nós sofremos muito e até mesmo a alimentação era um problema porque meu marido não tinha emprego.
Eles me mandaram de volta para Serra Leoa e só deixaram que eu levasse comigo o meu filho mais novo, Mohammed, de dois anos. Eu não tive outra escolha senão levá-lo e deixar os outros para trás.
De volta à Kailahun, um dos meus amigos me disse que sua irmã estava na Líbia e que eu deveria ir encontrá-la. Eles me deram o número de um motorista e rapidamente eu consegui dinheiro emprestado o suficiente para viajar. A viagem foi difícil, tínhamos pouca comida e as pessoas ao longo do caminho nos assediavam. Os homens pediam para fazermos sexo com eles, fizeram isso comigo várias vezes. Quando eles veem que você está com um bebê, perguntam se você é casada, e algumas vezes te deixam em paz. Mas para aquelas meninas que são solteiras… Eles fazem o que querem com elas e as agridem se elas os recusam.
Ao chegar na Líbia, eu fui para Trípoli, mas não tinha dinheiro e precisava arrumar um emprego. Eu encontrei um homem que precisava de cuidados e de uma empregada, e comecei a trabalhar para ele. Mas não é fácil para uma pessoa negra viver na Líbia. Se eles te veem na rua, levam tudo de você, às vezes te batem, te sequestram e até te matam. À noite, eles atiram, atiram, atiram. Pessoas invadem a sua casa, levam o seu dinheiro e tudo o que você tem. Elas dizem que esse é o dinheiro do país delas e que nós não temos o direito de tê-lo. É por isso que pessoas negras ficam juntas, é mais seguro assim.
Eu havia planejado ficar na Líbia, mas as condições lá eram tão ruins que, depois de um mês, eu decidi ir para a Europa. Os traficantes me cobraram 1.200 dinares, o equivalente a cerca de 600 dólares, para fazer a travessia , e me levaram a um lugar ao relento. Uma noite eles vieram até nós e nos levaram a um barco, mas era de borracha. Nós achávamos que seríamos resgatados em uma hora ou duas, mas depois de várias horas o bote começou a esvaziar; começamos a rezar e a chorar. Ninguém achava que iríamos sobreviver, mas continuamos rezando mesmo assim. Depois de um tempo, nós vimos um helicóptero, depois um avião e, finalmente, avistamos um navio e fomos resgatados.
No futuro, eu quero voltar para os meus filhos. Eu não conheço ninguém na Europa. Meus filhos Seita e Husman estão em Serra Leoa e Jad e Aloushe no Líbano.
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