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Assentamentos informais na cidade carecem de boa estrutura de higiene e saneamento
No final de agosto, a Índia ultrapassou a marca de três milhões de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus. Mais de um quarto dos casos estava no estado de Maharashtra; dois em cada três deles estavam na cidade de Mumbai.
Mumbai, anteriormente conhecida como Bombay, é uma das cidades mais densamente povoadas da Índia e tem sido um ponto de propagação de COVID-19, desde que a pandemia foi declarada no país em meados de abril. Uma gigante da economia, a cidade atraiu muitas pessoas do meio rural em busca de trabalho e a maioria acaba vivendo em circunstâncias precárias enquanto lutam para sobreviver.Os assentamentos informais de Mumbai muitas vezes carecem de água encanada, banheiros adequados e coleta de lixo. São extremamente lotados, muitas vezes com cinco ou seis pessoas morando em uma única sala de 10m² ou ainda menor. A possibilidade muito limitada de distanciamento social torna extremamente difícil reduzir a escalada da COVID-19 em favelas no distrito de M-leste, onde as equipes de MSF começaram a trabalhar no início de junho.
“Quando me disseram que meu teste era positivo para o coronavírus, fiquei com medo e entrei em pânico”, diz Radha, uma mulher de 25 anos, hospitalizada no Centro de COVID-19 de MSF. “Eu tinha tanto medo porque eu sabia quais as dificuldades que as pessoas enfrentam quando relatam seu status como positivo. Meus familiares também estavam com muito medo e minha mãe começou a chorar. Quando meus vizinhos souberam que eu estava com a doença, pararam de falar comigo e com meus familiares. Eles fecharam as portas pois sentiram que seriam infectados por minha causa. Quando eles me viram, me evitaram.”
Reações a uma pandemia
Como em tantos lugares, a comunidade foi tomada pelo medo enquanto o surto aumentava. MSF e o Ministério da Saúde, Bem-Estar e Família perceberam que era vital acelerar a triagem, os testes e o tratamento para MSFdiminuir o número de novas infecções e mortes.“Quando soubemos do primeiro caso na área onde moro, eu e o pessoal da minha comunidade estávamos com medo”, afirma Santosh Choure, que gerencia a equipe de promotores de saúde de MSF contra a COVID-19 em Mumbai. “Por medo de infecção, muitos dos meus vizinhos voltaram para seus vilarejos. Embora o tamanho das casas seja pequeno, as pessoas não estavam permitindo que seus filhos saíssem e estranhos foram impedidos de entrar.”
Uma tripla tragédia
Desde 2006, MSF trata pacientes com tuberculose resistente a medicamentos e formas complicadas do HIV em Mumbai. “A maioria dos nossos 256 pacientes com tuberculose vem de favelas onde, devido às condições precárias, o risco de contrair a doença é alto”, avalia o médico Hemant Sharma, coordenador do projeto de COVID-19 de MSF em Mumbai. “Por décadas, as duas principais epidemias de tuberculose e HIV levaram os doentes à solidão. Se a COVID-19 se estabelecer nesta comunidade, será uma tripla tragédia, cuja propagação devemos juntos mitigar rapidamente.”
Do final de junho a meados de agosto, as equipes de MSF, ao lado de autoridades de saúde pública em Mumbai, apoiaram os mais de 400 mil residentes da ala M-leste. As equipes examinaram casos suspeitos, além de melhorar a capacidade de gestão dos pacientes com sintomas de COVID-19 leves a moderados em um centro de saúde para o novo coronavírus com 100 leitos no hospital Shatabdi. A equipe também realizou atividades de promoção de saúde e ajudou a fortalecer as medidas de prevenção e controle de infecções dentro dos hospitais e na comunidade.
“Fornecemos máscaras faciais, sabonete e kits de higiene gratuitos aos residentes da ala M-leste e fornecemos atendimento hospitalar a pacientes confirmados com o novo coronavírus, para descongestionar os Centros de COVID-19”, informa Sharma. “Para melhorar os resultados do tratamento para pacientes em estado crítico usando técnicas simplificadas, MSF também instalou cinco máquinas de oxigênio nasal de alto fluxo”.
De 25 de junho a 15 de agosto, MSF testou 1.979 pacientes, dos quais 759 tiveram resultado positivo para COVID-19. De 1º de julho a 15 de agosto, 246 pacientes com sintomas leves a moderados de COVID-19 foram internados no centro de saúde de COVID-19 do hospital Shatabdi para internação, enquanto 39 pacientes foram encaminhados para atendimento especializado.
Desinformação e notícias falsas
Centenas de milhares de trabalhadores perderam seus meios de subsistência devido a toques de recolher e medidas de bloqueio, que deixaram um grupo já vulnerável com dificuldades ainda maiores. O estigma sofrido por aqueles que testam positivo para o vírus e a desinformação sobre a COVID-19 criaram desafios para quem tenta impedir a propagação da doença.
“O estigma e a desinformação estão realmente complicando nossas atividades de prevenção e tratamento de COVID-19”, diz Santosh. “Por causa do estigma, muitas pessoas não vêm para o teste, mesmo que tenham sintomas. Por causa da desinformação no WhatsApp, algumas pessoas negam a existência da pandemia, argumentando que é uma barulheira de hospitais e da indústria farmacêutica para ganhar dinheiro”.
Solidariedade
Com a ameaça de uma segunda onda mais intensa de COVID-19, Radha acredita que há necessidade de solidariedade e aceleração do investimento na pesquisa de vacinas, combate à desinformação, e na produção e distribuição equitativa de uma vacina para proteção contra COVID-19. “Eu acho que que nessa situação devemos nos preocupar com o que vai acontecer com o ser humano e agir”, diz ela. “Não é batalha de apenas uma pessoa, mas muitas vezes tendemos a esquecer isso.”
MSF na Índia
MSF trabalha na Índia com comunidades vulneráveis em nove estados e territórios: Manipur, Maharashtra, Jharkhand, Jammu e Caxemira, Bihar, Andhra Pradesh, Chhattisgarh, Telangana e Delhi. MSF oferece tratamento para tuberculose resistente a medicamentos, HIV avançado e outras doenças infecciosas. Também oferece tratamento para desnutrição e apoio e cuidados de saúde mental para sobreviventes de violência sexual.
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