MSF combate meningite entre os refugiados de Darfur, no leste do Chade

Campanhas de vacinação pretendem imunizar cerca de 70.000 refugiados sudaneses no Chade, além de residentes de cidades próximas aos campos de refugiados. A meningite é uma doença fatal que mata entre 50 e 80 por cento dos doentes

A organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) está lançando uma campanha de vacinação contra a meningite no leste do Chade, após o recente surto entre os refugiados de Darfur, Sudão, no país vizinho. A campanha visa poteger milhares de pessoas na área contra essa doença altamente infecciosa, que é particularmente ameaçadora nos campos superpopulosos.

MSF está trabalhando junto com autoridades locais de saúde e com a Cruz Vermelha Internacional. Por um período de duas semanas, MSF está planejando vacinar cerca de 70.000 refugiados sudaneses e residentes locais nos campos de Bredjing e Farchana, nos arredores e na fronteira da cidade de Adré.

“Essa é uma doença mortal que, sem tratamento, mata entre 50 e 80 por cento daqueles que a contraem”, explicou Paul van Haperen, Coordenador Geral de MSF no Chade. “A alta densidade populacional nos campos de refugiados facilita a disseminação da meningite”.

Os primeiros casos de meningite foram descobertos nos campos de refugiados em Bredjing e Trequine no começo de janeiro. Mais de um ano depois das pessoas terem fugido de Darfur – região devastada pela guerra no Sudão – as condições de vida nesses campos continuam bastante precárias.

“As autoridades de saúde do Chade nos pediram ajuda para responder à situação”, continuou Paul van Haperen. “MSF mobilizou suas equipes de vacinação o mais rápido possível”.

Além dos locais fixos de vacinação nos campos de refugiados e três outros na cidade de Adré, equipes móveis cobrirão as áreas mais distantes. MSF está também aperfeiçoando o sistema de vigilância no distrito e tratando com antibióticos os pacientes que contraíram a doença.

A meningite é uma infecção das membranas meninges que cobrem o cérebro e a medula espinhal como uma bainha. O surto atual é causado pela cepa relativamente rara “W135” da bactéria meningocócicos.

O Chade está dentro do chamado cinturão da meningite, que abrange a África subsaariana, onde epidemias ocorrem regularmente e afetam milhares de pessoas. Só no Chade, surtos ocorreram em 1998, 2000 e 2001.

MSF vem trabalhando ao longo da fronteira leste do Chade desde setembro de 2003, e está oferecendo assistência médica e cirúrgica, suporte nutricional assim como instalações de água e saneamento para 85.000 refugiados sudaneses.

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