México: MSF está cuidando de parentes e colegas de classe dos 43 estudantes desaparecidos em Iguala

Organização mantém projetos por todo o país para atender vítimas diretas da violência

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A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) está oferecendo suporte terapêutico e psicossocial por meio de atividades psicoeducacionais e consultas psicológicas a cerca de 400 parentes e colegas de classe dos 43 estudantes desaparecidos em Iguala, no estado de Guerrero, no México. Os estudantes desapareceram no dia 26 de setembro, após um incidente em que seis pessoas foram mortas e 20 ficaram feridas. Dado o enorme impacto desses incidentes na saúde mental de parentes e colegas de classe das vítimas, MSF começou a oferecer a eles suporte há um mês, após o consentimento das famílias.

“Essas pessoas estão sofrendo diretamente as consequências dos altos níveis de violência em algumas áreas do país, e nós podemos ajudá-las oferecendo suporte psicossocial emergencial, como já fazemos em outros projetos no México,” explica Marc Bosch, coordenador-geral do projeto de MSF no país.

As pessoas que estão recebendo cuidados têm se reunido há cerca de dois meses nas instalações da escola, localizada no município de Tixla, na mesma região de Iguala. O cuidado psicológico é muito importante para ajudar as vítimas a lidar com a atual incerteza em suas vidas, assim como um possível final trágico. MSF começou a oferecer cuidados por meio de uma equipe formada por quatro psicólogos, um logístico, um especialista em saúde mental e um coordenador. Toda semana, os psicólogos organizam diversas sessões de suporte em grupo e individuais.

Além do apoio psicológico, MSF também está ajudando a restaurar a Escola de Ayotzinapa, que está em péssimo estado. “O centro foi construído para receber entre 400 e 500 estudantes, mas agora está no seu limite com cerca de 2 mil ocupantes, incluindo parentes das vítimas, colegas de classe e estudantes de outros centros que foram a Tixla para prestar solidariedade,” diz Marc Bosch. A equipe de MSF adotou medidas para aumentar e melhorar a disponibilidade de chuveiros e banheiros, e para eliminar o máximo possível de áreas com água parada, em função do fraco sistema de drenagem do prédio da escola. Itens não-alimentares como colchões, cobertas ou kits de higiene também foram distribuídos entre os parentes dos 43 estudantes desaparecidos.

MSF está administrando vários projetos humanitários no México para oferecer cuidados à população afetada pelas consequências diretas da violência, como vítimas de assalto e agressão, migração forçada, violência sexual, deslocamento forçado ou desaparecimento, e todas essas ocorrências têm impacto na saúde mental das pessoas.

MSF mantém projetos no México desde 1985. Ao longo de 2013, a organização tratou mais de 12 mil pessoas.

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