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O logístico libanês Ibrahim al Laham atuou em um projeto que ajuda a prevenir doenças entre um grupo de pessoas frequentemente negligenciado: prisioneiros
Meu destino era o Malauí, onde MSF opera em duas das prisões centrais do país.
Quando recebi a ligação do escritório de MSF, nunca tinha ouvido falar do país antes, então comecei a pesquisar.
Eu li sobre a história, clima e população do Malauí. Também encontrei algumas fotos bonitas da natureza e li um artigo que descrevia as pessoas como “pacíficas e educadas”.
Pesquisei no Google para ver como seria a comida. Então pensei em procurar os tipos de doenças comuns no país.
Eu descobri que a única doença “assustadora” era a malária. A malária não era algo com que eu estava muito preocupado pessoalmente, já que a equipe de MSF toma remédios preventivos diariamente quando está trabalhando em países onde a doença está presente.
Depois que me ofereceram o emprego, nem por um momento pensei duas vezes antes de ir. Meus amigos e familiares foram os que se opuseram à ideia de eu viajar para o exterior, principalmente porque eu tinha um emprego de prestígio no Líbano.
No entanto, minha resposta foi que ingressar em MSF era uma paixão minha.
Chegando no Malauí
O voo durou 12 horas – cinco horas de Beirute a Adis Abeba, seguidas de quatro horas de viagem até o Malauí. Depois que o avião pousou em Lilongué, a capital, os outros passageiros desceram. Enquanto isso, esperávamos a bordo para sermos transferidos para uma área de MSF – minha missão no Malauí havia começado.
MSF opera na prisão de Maula, em Lilongué. A maior prisão do país, abriga 2.650 prisioneiros que cumprem sentenças curtas.
Também operamos na prisão de Chichiri, na cidade de Blantyre, no sul, que abriga mais de 2.000 prisioneiros. O deslocamento entre as duas prisões exigia uma viagem de cinco horas de carro ou meia hora de avião.
As equipes médicas de MSF são compostas por quatro funcionários em cada prisão. Como um grupo negligenciado, os presos têm necessidades de saúde que não foram atendidas, e nosso objetivo é resolver isso.
Enquanto eu os observava fazendo fila para a única refeição que seria oferecida naquele dia, o desespero dos prisioneiros se tornou imediatamente óbvio para mim. A comida era um prato de farinha de milho e, às vezes, feijão ou legumes. As proteínas estavam quase totalmente ausentes de sua dieta.
Água, saneamento e reabilitação
Começamos a trabalhar para melhorar as condições de água e saneamento nas prisões, o que é, de fato, um problema sério no Malauí.
A água não está disponível na cadeia e os serviços sanitários são cortados. Como você pode imaginar, isso tem um impacto real na higiene, que por sua vez afeta a saúde das pessoas. Assim, MSF concordou com as autoridades em trabalhar dentro da prisão, equipando os banheiros da prisão e estendendo os canos de água para que eles chegassem lá dentro.
Os termos da cooperação foram que MSF fornecesse materiais primários e treinamento necessário para que a administração penitenciária reunisse uma força de trabalho. Isso foi no lugar de trazer trabalhadores de fora da prisão, apesar de muitos presos não possuírem experiência prática em encanamento ou saneamento.
Meu papel era treinar os prisioneiros escolhidos para ajudar MSF na reforma da prisão.
Prisioneiros de diferentes origens foram escolhidos pelo governo, com base em suas sentenças – especialmente aqueles que logo seriam libertados, aqueles com boa conduta e os que aprendiam rápido.
Construção
Planejamos construir cinco blocos sanitários completos, incluindo um total de 60 banheiros, 60 chuveiros, quatro seções de lavanderia e 60 fossas. Isso significava que haveria um banheiro para cada 50 prisioneiros, conforme as recomendações do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
Além de construir os blocos de saneamento, também reformamos a rede sanitária reservada aos banheiros femininos, incluindo a extensão de mais de 850 canos em todos os banheiros das seções dos detidos.
A qualidade do ar nessas áreas também foi aprimorada para combater a disseminação de infecções, incluindo tuberculose (TB). Isso também diminuiu a temperatura e ajudou a limitar os maus cheiros.
Um simples gesto
Eu acho que é natural que alguém que comece a trabalhar em uma prisão pela primeira vez tenha algumas idéias preconcebidas sobre isso. Mas isso realmente mudou para mim quando conheci os prisioneiros com quem estava trabalhando.
Eu costumava trazer comida para os prisioneiros, como um meio de apoio de MSF. Esse gesto, embora simples, costumava colocar um sorriso no rosto deles e foi isso que nos fez amigos.
Os prisioneiros amavam MSF imensamente. Tanto eles como os guardas disseram que MSF havia ajudado a mudar completamente suas vidas.
Eu tenho que dizer que MSF mudou minha vida também.
Apesar de todo o trabalho duro, minha experiência no Malauí não esgotou todas as minhas energias. Gostaria de trabalhar em um novo projeto com MSF na primeira oportunidade que tiver.
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