MSF responde a surtos de sarampo em região isolada da República Centro-Africana

Três vilarejos do nordeste do país foram afetados pelo surto

Três vilarejos do nordeste do país foram afetados pelo surto

No final de abril, as primeiras tempestades da estação de chuvas ameaçaram o vilarejo de Ouanda-Djallé.  “Domingo é dia do mercado semanal em Ouanda-Djallé, por isso aproveitamos a oportunidade para vacinar o maior número possível de crianças”, diz Roger Gutierrez, coordenador da equipe de emergência de Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Entre 22 de abril e 13 de maio, EURECA, a equipe de emergência de MSF na República Centro-Africana (RCA), respondeu a um surto de sarampo registrado em Vakaga, no nordeste do país, a mais de 700 km da capital Bangui e perto das fronteiras com o Chade e o Sudão.  

“Quando EURECA chegou, houve três surtos de sarampo, nos vilarejos de Tiringoulou, Ndiffa e Ouanda-Djallé. Neste último, nossa equipe registrou e tratou mais de 200 crianças com sarampo, dentre uma população de 10 mil. Provavelmente, esse foi o epicentro do surto”, explica Stefano Perotti, coordenador médico da equipe de emergência. Ao contrário de outras prefeituras do país, Vakaga tem instalações de saúde operacionais. “O problema aqui não é insegurança, como em outras partes da RCA, mas sim a falta de vacinação de rotina.”

No primeiro dia da campanha de vacinação em Ouanda-Djallé, a equipe criou uma sala de isolamento improvisada no pátio de uma casa com teto de lona. “Nós nos viramos com o que temos”, observou Gaetan Go-Mandakossi, o logístico da equipe. Como resultado da ação de resposta, 62 crianças foram hospitalizadas. Além do sarampo, “seis casos de coqueluche também foram tratados, o que mostra as deficiências do programa de imunização ampla nos centros de saúde da região”, adverte Gutierrez.

Em quatro dias, a equipe de MSF vacinou 880 crianças de seis meses a 5 anos de idade contra o sarampo e administrou 1.400 vacinas pentavalentes que protegem contra difteria, tétano, coqueluche, influenza B e hepatite B.

Para melhorar o nível de atenção prestado à comunidade local, a equipe também apoiou sete instalações do Ministério da Saúde em Vakaga com doações de medicamentos e sessões de treinamento para os profissionais. “Doamos medicamentos e equipamentos para tratar as doenças mais comuns, como malária, sarampo, diarreia e infecções respiratórias, e realizamos sessões de promoção da saúde”, conclui Perotti.

EURECA, a equipe de emergência de MSF na RCA, continuará a monitorar outros alertas de epidemias e responder a emergências médicas em todo o país.

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