A Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização humanitária internacional que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por graves crises humanitárias. Também é missão da MSF chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelos pacientes atendidos em seus projetos.
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O sistema de saúde do país está colapsado e muitos pacientes estão chegando tarde demais
“No início, havia muitos médicos e enfermeiros voluntários”, lembra o dr. Nizar Jahlan. “Mas quando eles souberam que os casos estavam chegando ao hospital, todos desapareceram.” Assim teve início a história da COVID-19 na capital iemenita. Em Sanaa, Médicos Sem Fronteiras (MSF) apoia o Ministério da Saúde na gestão do principal centro de tratamento do novo coronavírus e planeja expandir suas atividades nas próximas semanas. “Logo de início já enfrentamos muitas dificuldades. O hospital não tinha quase nada do que precisávamos, mas conseguimos levar medicamentos, ventiladores e equipamentos de proteção individual para iniciar as atividades”, disse o dr. Jahlan, gestor das atividades médicas de MSF no projeto em Sanaa. “Depois, começou a dificuldade em encontrar médicos e enfermeiros suficientes dispostos a trabalhar no hospital.”
“Existe uma mistura estranha de medo e negação sobre o vírus aqui”, disse Claire HaDuong, coordenadora-geral de MSF no Iêmen. “As pessoas não queriam aceitar a possibilidade de que a COVID-19 pudesse chegar ao país ou que já estivesse circulando. Houve pânico desde o primeiro caso confirmado. O Iêmen é um país que de fato não dispõe da maioria dos meios necessários para responder à pandemia, então, é compreensível que as pessoas tenham medo.”
Infelizmente, é óbvio que o vírus circula em todo o Iêmen. Os 15 leitos da unidade de terapia intensiva em Sanaa estiveram totalmente ocupados a maior parte do tempo nas últimas quatro semanas e a equipe registrou uma alta taxa de mortalidade. Profissionais trataram centenas de pacientes com sintomas respiratórios em cada um dos centros de COVID-19 em Sanaa e Aden e em outros centros que MSF mantém ou apoia no norte do Iêmen, como Hajjah, Khamer, Ibb, Haydan e Hodeidah, que também receberam pacientes, embora em menor número.
“Trabalho em unidades de terapia intensiva há mais de 14 anos e o que é novo para mim é a maneira dramática pela qual as pessoas estão morrendo aqui”, continuou o dr. Jahlan. “Elas chegam na emergência andando, mas já com uma profunda falta de oxigênio, sem consciência disso, e morrem em um período surpreendentemente curto. Isso é chocante.”
“Infelizmente, isso parece ser uma consequência do medo do vírus”, explicou HaDuong. “As pessoas demoram muito para vir ao hospital. Muitas vezes, é tarde demais e, portanto, fica muito difícil salvá-las. Estamos tentando aumentar a conscientização; dizemos às pessoas que a maioria dos casos será leve, mas, por favor, se você tiver dificuldades respiratórias, venha o mais rápido possível.”
O dr. Jahlan agora sabe muito bem como os pacientes se sentem: depois de trabalhar semanas no centro de tratamento, ele mesmo contraiu o vírus. “Acho que foi o momento mais difícil da minha vida”, disse ele. “Eu estava sem fôlego, fiquei com medo de morrer, tive febre muito alta.” A princípio, a esposa cuidava dele, mas, depois, ela também ficou doente. Ambos, felizmente, agora estão melhores, mas ele diz que muitas pessoas que ele conhece não tiveram tanta sorte. “Muitos dos meus amigos, especialmente os médicos, estão doentes.”
“Cinco anos de conflito causaram o colapso do sistema de saúde do Iêmen”, disse HaDuong. “Agora, a COVID-19 concluiu esse colapso; muitos hospitais estão fechando por medo do vírus ou por falta de profissionais e equipamentos de proteção individual. Muitas pessoas vão morrer da doença, mas tememos que muitas outras mortes evitáveis também aconteçam porque a assistência médica simplesmente não está disponível.”
MSF está fazendo todo o possível para manter seus programas regulares de saúde enquanto responde à pandemia de COVID-19 no país. A importação de recursos humanos e de equipamentos continua difícil e a escala das necessidades é grande demais para a organização conseguir atendê-las sozinha. “Não podemos enfrentar essa crise sozinhos”, disse Claire HaDuong. A ONU e outros Estados doadores devem achar formas de ampliar a resposta com urgência, inclusive por meio do apoio ao trabalho de agências médicas humanitárias e do sistema de saúde iemenita para remunerar o pessoal médico e fornecer equipamento para proteger cuidadores e concentradores de oxigênio para pacientes. As autoridades locais devem facilitar o trabalho de organizações internacionais como MSF, que estão trabalhando com elas para responder ao vírus, garantindo a entrada de equipamentos médicos e equipe internacional para fortalecer as equipes locais.”
Já o dr. Jahlan está se preparando para voltar ao trabalho após se recuperar. “Muitos amigos e colegas meus ficaram chocados com o fato de eu voltar a trabalhar no centro de COVID-19”, disse ele. “Eles me perguntaram ‘Você está louco?’. Eu disse a eles que agora estou mais motivado do que nunca, porque, depois de ficar doente, sei o quanto esses pacientes sofrem com o vírus e o quanto precisam de nós.”
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