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Em Timergara, MSF administra a maior unidade de saúde materna em um raio de 100 km
Depois que Gulnaz começou a ter dores de parto na 31ª semana de gravidez, ela sabia que teria que fazer a viagem de duas horas até o hospital-sede do distrito de Timergara, no Paquistão, onde Médicos sem Fronteiras (MSF) cuida de mães e bebês recém-nascidos.
Gulnaz explicou que com as instalações médicas em sua área fechadas como parte do bloqueio para controlar a propagação de COVID-19, o hospital era sua única opção. A unidade de saúde materno-infantil de MSF em Timergara é a maior unidade de saúde materna em um raio de 100 km, e a equipe realiza mais de 1.200 partos todos os meses.
Os partos não param durante a pandemia
O projeto Timergara de MSF enfrentou um desafio significativo: 200 membros da equipe, que contava com 500 pessoas, tiveram que ficar isolados ou em quarentena em momentos diferentes entre abril e junho por causa da COVID-19 – eram casos confirmados ou suspeitos. Além disso, outros funcionários não puderam ir trabalhar porque as áreas onde vivem estavam bloqueadas e não tinham nenhum meio de transporte para chegar ao hospital. Isso pode ter afetado o atendimento ao paciente e, em um ponto, a equipe também temia ter que suspender as atividades. Mas eles trabalharam incansavelmente para manter os serviços funcionando.
Os demais membros da equipe trabalharam em turnos duplos por três ou quatro semanas, cancelaram feriados, contrataram profissionais diários para cargos médicos e não médicos, e contaram com apoio administrativo e logístico da equipe do escritório de coordenação de MSF em Islamabad. Também receberam apoio do Ministério da Saúde.
“Cerca de 70 % das mães que vemos em nossas instalações chegam quando já estão em trabalho de parto. Seria impossível enviá-las para outro hospital, já que nenhum estava prestando atendimento gratuito em centenas de quilômetros”, diz a referência médica do projeto de MSF, Said Raziq.
O hospital feminino de MSF em Peshawar, no entanto, não tinha a vantagem de uma equipe médica externa nem apoio do Ministério da Saúde. Depois que um membro da equipe testou positivo para COVID-19 no início de abril, o hospital perdeu quase metade de seus profissionaisdevido às medidas de quarentena e teve que suspender suas atividades. Eles pararam de aceitar novos pacientes, transferiram os pacientes atuais para um hospital público localizado na vizinhança e informaram as unidades de saúde e comunidades da aldeia sobre as mudanças. As medidas foram implementadas para tentar impedir a propagação do vírus.
Mehvish deu à luz sua filha no hospital feminino de Peshawar: “Eu estava com muito medo de ir a qualquer hospital para o meu parto. Pensei que podia pegar COVID-19. O pai do meu amigo morreu disso. Eu não fui para as consultas com meu médico, até mesmo para meus exames pré-natais. Quando finalmente vim para o hospital feminino de MSF, por recomendação dos meus parentes, fiquei aliviada ao ver as medidas de prevenção sendo tomadas para impedir que o vírus se espalhasse. Não estou mais preocupada com a COVID-19 aqui.”
Recuar nunca é fácil
Foi uma decisão difícil para MSF suspender as atividades em Peshawar, mesmo por um curto período, porque nossos pacientes, incluindo refugiados afegãos, têm poucas opções de boa qualidade, maternidade gratuita e cuidados de saúde ao recém-nascido na região. Como a equipe temia que algumas mulheres grávidas ainda pudessem chegar ao hospital em trabalho de parto ativo, prepararam uma sala para partos de emergência com equipe médica disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana.
“Fizemos melhorias estruturais na instalação para criar mais espaço, implementamos medidas de prevenção e controle de infecções e a equipe foi treinada sobre como se proteger e a seus pacientes, enquanto as taxas de transmissão local permaneceram altas”, avaliou Marion Restrepo, consultora médica de MSF no hospital feminino de Peshawar.
Após seis semanas, o hospital retomou seus serviços. O novo layout teve espaçamento aumentado entre os leitos, havia área de triagem para COVID-19 na entrada, e medidas de prevenção e controle de infecção, incluindo equipamentos de proteção individual, como máscaras, estavam disponíveis para os médicos, pacientes e cuidadores. O hospital agora também tem uma sala de parto isolada para mães com sintomas de Covid-19
No Baluchistão, MSF trabalha em Chaman, Quetta / Kuchlak e em Dera Maura Jamali, no leste da província. MSF administra três maternidades, junto com duas unidades para recém-nascidos, duas enfermarias pediátricas e uma sala de emergência para pacientes com trauma. Essas atividades de internação são complementadas por atividades ambulatoriais, incluindo atendimento pré-natal, planejamento familiar, vacinação, promoção de saúde, saúde mental, nutrição e serviços laboratoriais. Embora a COVID-19 tenha forçado uma temporária suspensão de serviços ambulatoriais de cuidados maternos e infantis, MSF estabeleceu caminhos seguros para as mães no centro de saúde infantil para permitir que suas unidades de parto permanecessem abertas, com instalações de isolamento para COVID-19, onde mulheres assintomáticas podem dar à luz. Junto com as ambulâncias de referência, MSF garantiu que esse nível constante de atendimento permanecesse acessível.
A coordenadora médica de MSF, Carmenza Galvez, explica: “Um dos maiores desafios é manter os níveis adequados de pessoal quando já houve transmissão local. Se um membro da equipe estiver exposto, toda a equipe deve ser colocada em quarentena para interromper a transmissão. Para evitar este cenário, estritos procedimentos de prevenção e controle de infecção estão em vigor. Estes são reforçados por sensibilização dos profissionais sobre a doença, sua transmissão e prevenção”.
Hepatite C e leishmaniose cutânea
Para reduzir o risco de transmissão de COVID-19, a equipe da clínica de hepatite C de MSF em Karachi só atende pacientes dois dias por semana. As pessoas que chegam à clínica são novos pacientes ou aqueles que precisam de consultas de acompanhamento pessoal. Durante a pandemia, MSF forneceu à maioria de seus pacientes três meses de medicação para cobrir o tratamento, para que possam evitar visitas frequentes à clínica.
MSF opera cinco centros de tratamento de leishmaniose cutânea em Peshawar, Bannu e Quetta. Os centros de tratamento estão localizados em instalações do governo. MSF teve que suspender esses serviços, após o Ministério da Saúde encerrar todos os serviços ambulatoriais em março e abril. Agora que os serviços ambulatoriais estão reabrindo lentamente em todo o país, MSF está gradualmente retomando os serviços de leishmaniose cutânea após implementação de novas medidas de prevenção e controle de infecções.
A prioridade de MSF é continuar as atividades essenciais para salvar vidas em todo o país. O Paquistão temia outro aumento do número de pacientes com COVID-19 em agosto, mas as equipes de MSF estão mais bem preparadas desta vez. As medidas de prevenção e controle foram implementadas levando em consideração o pior cenário possível, no qual qualquer um pode ser portador do vírus de COVID-19. Embora o medo de contrair o vírus permaneça, MSF tem o compromisso de fornecer serviços aos pacientes em um ambiente seguro.
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