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Revelação é de Paul Cawthorne, da ONG Médicos Sem Fronteiras
Apesar dos avanços em relação à ampliação das ações de prevenção e cuidado, ainda há muito a ser feito na Tailândia para que as pessoas que vivem com HIV possam ter tratamento de forma sustentável, ou seja, com medicamentos para esquemas de primeira e segunda linha, disponibilizados de forma acessível para todos que precisam. O tema surge com força agora, tendo em conta que a próxima segunda-feira, 1º de dezembro, é o Dia Mundial de Luta contra a Aids.
Há 11 anos envolvido na luta contra HIV/Aids, o representante da Campanha de Acesso a Medicamentos Essenciais da ONG internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) na Tailândia, Paul Cawthorne, foi um dos grandes envolvidos na luta travada junto com outras ONGs tailandesas para tornar o acesso ao tratamento uma realidade no país. No processo, ele revela que houve até transporte ilegal de medicamentos para pressionar o governo tailandês a lidar com a situação.
Na entrevista que vem a seguir, ele conta como foi a batalha para provar a importância da atuação da organização na questão do HIV/Aids e para mostrar às autoridades de saúde da Tailândia, onde o primeiro projeto relativo à doença foi implementado há 13 anos, como era essencial oferecer tratamento.
Pergunta – Como vocês começaram a se envolver com a questão HIV/Aids na Tailândia?
Paul Cawthorne – A MSF olhava essencialmente a situação da pandemia na África e começou a observar a situação das pessoas com HIV/Aids aqui na Tailândia somente nos meados dos anos 90. Na época, fazíamos visitas domiciliares aqui em Bangcoc e percebemos que as pessoas não tinham como tratar HIV/Aids. Não havia anti-retrovirais (ARV) e o tratamento só existia em quatro ou cinco hospitais. As pessoas tinham medo de ir aos hospitais para fazer o teste porque não existia tratamento. O médico simplesmente comunicava que o paciente estava doente e que iria morrer. Começamos então a trabalhar com ONGs locais que ajudavam esses pacientes a receber tratamento para saber por que seu acesso era difícil.
Pergunta – A falta de tratamento era um problema apenas na Tailândia?
Cawthorne – Na época, o tratamento existia nos Estados Unidos e na União Européia, nos países ricos. No Brasil, o tratamento anti-retroviral estava começando (início da década de 1990), mas ainda em pequena escala.
Pergunta – Quais eram as principais barreiras para que o paciente tivesse acesso ao tratamento?
Cawthorne – Os medicamentos eram muito caros, até mesmo para a MSF. Esse foi um dos fatores que fez com que a própria organização resistisse à idéia de abraçar a questão do HIV/Aids. Além do custo alto, o tratamento era de longa duração e a atuação da organização sempre foi em caráter emergencial. Outro problema era a falta de informação. Muitos dos pacientes sofriam infecções oportunistas, mas nem eram informados de que podiam tratá-las. A MSF-Tailândia e outras ONGs se uniram em uma campanha nacional para mostrar que esse tratamento era possível. Dessa forma, se não havia tratamento para a Aids, pelo menos as pessoas podiam lutar contra essas doenças oportunistas e ter uma maior sobrevida.
Pergunta – Como essa campanha foi recebida?
Cawthorne – Surpreendentemente tivemos uma reação muito positiva de médicos e enfermeiros, que reclamavam de não ter esses medicamentos para tratamento. As doenças oportunistas começaram a ser combatidas e MSF passou a treinar médicos e enfermeiros, em parceiria com outras ONGs como a Access Foundations e a PHP (People with HIV/Aids).
Pergunta – Qual foi a reação do governo?
Cawthorne – Nós começamos a pressionar o Ministério da Saúde em Bangcoc, mas os principais pacientes estavam no interior. Havia muito a ser feito. Na época, os trabalhadores do governo laboratório do governo, uma espécie de Farmanguinhos da Tailândia. Eles começaram a investir na produção. Fomos ao Brasil para ver como o país estava lidando com a questão, em busca de ferramentas para enfrentar o problema aqui na Tailândia. Em 2000, a MSF deu início a seu primeiro tratamento com tinham seguros de saúde, que variavam conforme seus cargos. Mas para o povo, o acesso a saúde era cobrado e caro para muitas doenças.
Pergunta – Como vocês conseguiram mudar essa situação?
Cawthorne – Começamos a trabalhar com o GPO (Organização Farmacêutica do Governo), anti-retrovirais em um hospital distrital perto de Bangcoc, mas apenas para 60 pacientes. Ao mesmo tempo, a MSF pagava ao GPO adiantado pelos anti-retrovirais, para que eles tivessem dinheiro para comprar substâncias para tentarem fabricá-los. Começamos também a tratar os ativistas, porque era fundamental que eles vivessem para manter essa batalha. Decidimos enviá-los para a Índia, onde anti-retrovirais genéricos já eram produzidos, e eles voltavam com malas cheias de remédios para que pudéssemos distribuir por aqui.
Pergunta – A importação era ilegal?
Cawthorne – Sim, mas fazíamos isso abertamente, de forma a pressionar o governo. Finalmente, o governo decidiu que se pudéssemos produzir esses medicamentos por um preço determinado, justo, mas que não dava para comprar remédios patenteados, por exemplo, os anti-retrovirais seriam distribuídos na Tailândia.
Pergunta – Depois de tantas barreiras vencidas, como está a situação hoje?
Cawthorne – Na Tailândia, quase todos os medicamentos de primeira linha têm versão genérica disponível. Apenas o efavirenz ainda é patenteado. Isso é muito bom porque o salário mínimo aqui é de cerca de 1.100 baht (US$ 32) e um genérico custa 40 baht. Se fosse um remédio patenteado, o paciente teria que pagar até cinco vezes mais. Mas ainda há a questão dos remédios de segunda linha, que custam cerca de 21.000 baht por mês.
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