Haiti - Violência de grupos armados

Paciente ferido é retirado à força por homens armados de hospital da MSF no Haiti

A organização suspendeu todas as atividades no hospital de Tabarre, em Port au Prince

Na semana passada, cerca de 20 homens armados entraram violentamente no hospital da Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Tabarre, na capital haitiana, Port au Prince, para retirar à força um paciente com ferimentos de balas que ainda estava na sala de cirurgia. A MSF repudia profundamente esta ação, que demonstra uma vez mais o nível sem precedentes de violência perpetrada atualmente na cidade. Todas as atividades de traumatologia e tratamento de queimaduras no hospital de Tabarre estão atualmente suspensas devido ao incidente.

Na passada noite de 6 de julho, um paciente com ferimentos de balas chegou ao hospital e foi rapidamente internado devido à gravidade dos ferimentos. Enquanto ainda estava na sala de cirugia, dois homens chegaram à instalação de saúde e fingiram uma emergência com risco de morte. Quando o portão do hospital foi aberto, cerca de vinte homens armados e mascarados entraram na unidade para capturar o paciente ferido.

“Há tanto desprezo pela vida humana entre as partes em conflito e tanta violência em Port au Prince, que mesmo as pessoas em situação de vulnerabilidade, doentes e feridas, não são poupadas”, sublinha o coordenador-geral dos projetos da MSF no Haiti, Mahaman Bachard Iro. “Como profissionais de saúde, como é que podemos continuar a prestar cuidados neste ambiente?”.

“Temos primeiro de entender o que aconteceu e dar algum descanso à nossa equipa médica, que foi ameaçada de morte pelos homens. Por isso, decidimos suspender as nossas atividades por enquanto, a fim de avaliar as condições para uma possível retomada.”

Estes incidentes de segurança continuam a afetar as equipas médicas da MSF e a desafiar a presença da organização, bem como o desenvolvimento de atividades na capital. A equipa médica, que trabalha diariamente para prestar apoio, está consternada com a violência e com o desprezo demonstrado pelos grupos armados em relação aos profissionais de saúde.

Há tanto desprezo pela vida humana entre as partes em conflito e tanta violência em Port au Prince, que mesmo as pessoas em situação de vulnerabilidade, doentes e feridas, não são poupadas”. – Mahaman Bachard Iro, coordenador-geral dos projetos da MSF no Haiti.

A MSF já teve de encerrar instalações médicas noutras áreas da região metropolitana de Port au Prince, como o hospital de Drouillard, em abril de 2022, ou o centro de emergência em Martissant, que foi fechado permanentemente em junho de 2021. Mais recentemente, em janeiro de 2023, a MSF teve também de suspender o apoio ao hospital de Raoul Pierre Louis, por razões de segurança.

A MSF insta mais uma vez todas as partes em conflito a respeitarem as instalações médicas, para que possam continuar a funcionar. A organização continua determinada a prestar apoio à população haitiana, que é a principal vítima da grave deterioração da situação de segurança do país nos últimos anos. À exceção das atividades no hospital de Tabarre, a MSF continua a desenvolver projetos médicos no Haiti.

Em 2022, as equipas da MSF no Haiti, em colaboração com o Ministério da Saúde, realizaram mais de 4.600 cirurgias, 34.200 consultas de emergência e 17.800 consultas em clínicas móveis. Os profissionais da MSF no país também trataram 2.600 pessoas com ferimentos de balas, 370 pessoas com queimaduras e 2.300 sobreviventes de violência sexual. Além disso, a MSF forneceu apoio em 700 partos.

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