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Pouco antes de MSF suspender atividades na cidade e imediações, um médico relata ataque sofrido no hospital local
“Ao meio-dia, ouvimos tiros nas redondezas. No início, pensamos que tinha sido uma bala perdida, fruto, talvez, da bebedeira de um jovem soldado, uma vez que o horário era bastante incomum para um ataque. As milícias armadas, geralmente, atacam sob a proteção da escuridão, pouco antes do amanhecer ou logo que o sol se põe. Mas, em seguida, ouvimos o estampido mais uma vez. E mais uma. Sabíamos, então, que o confronto havia começado.
Eu estava em meio a uma reunião da equipe no hospital de Pinga, localizado no lado oposto de nossa base. Por um segundo, pensei em correr até a base para me esconder, mas percebi que era tarde demais. Tivemos de nos abrigar no hospital junto com os pacientes e o restante da equipe. Em pânico, as pessoas correram para a sala de reunião, mas nós decidimos ir em direção ao cômodo que ficava atrás da sala. Abaixados, nos movemos colados na parede.
Pacientes recém-operados, pessoas doentes, idosos, crianças e o pessoal do hospital estavam todos sentados em um espaço muito pequeno para o número de pessoas que havia ali. Sentei-me no chão, atrás de um saco de farinha, com um menino em meus braços. Tentei ficar o mais próximo possível do chão, para evitar balas perdidas. O menino estava brincando com meus dedos enquanto eu tentava desesperadamente segurá-lo.
Ouvi os tiros se aproximarem cada vez mais. Percebemos que os homens estavam do lado de fora. As pessoas tremiam e choravam, mas todos permaneciam calados. Senti meu coração batendo nas costas do garoto. Nunca tinha sentido tanto medo. Estava escuro. A porta estava fechada e a janela estava coberta por uma cortina. O ar estava denso. Como eu havia baixado o volume do meu rádio, sussurrei freneticamente para a base, dizendo que os homens estavam no hospital.
De repente, escutamos os homens entrarem na sala ao lado. Ouvimos as pessoas do outro lado da parede clamando serem civis. Prendi minha respiração, completamente aterrorizado, esperando para ouvir as execuções. Silhuetas apareceram do lado de fora de nossa janela e ouvimos conversas. Ficamos em silêncio. Então, um bebê começou a chorar e as pessoas começaram, desesperadamente, a tentar acalmá-lo.
Os tiros continuavam a ecoar. O choro do bebê incentivou outras crianças a chorarem. Mas, por alguma razão, a porta de onde estávamos não foi aberta. Após cerca de 40 minutos, um médico congolês entrou e nos disse que os perpetradores do ataque tinham se retirado. As pessoas do cômodo ao lado do nosso foram poupadas. Um homem com uma machete nas mãos havia entrado ali, mas foi embora quando viu que eram apenas civis.
Esperamos até que não ouvíssemos mais tiros para deixarmos a sala. Percebemos, então, que nem todos tivemos sorte: uma mulher desabou no chão, aos gritos. O bebê que ela carregava nas costas fora atingido por uma bala perdida. A bala entrou por baixo do nariz da criança e saiu por trás da cabeça. A menininha morreu imediatamente. Ela parecia estar dormindo, mas seu corpo já estava frio.” O Dr. Marcus Bergman trabalhava com Médicos Sem Fronteiras na República Democrática do Congo desde fevereiro de 2013. Alocado em Pinga, pequena cidade da província de Kivu do Norte, ele levava cuidados médicos às pessoas afetadas pelo conflito enquanto tentava chegar às pessoas sem acesso à assistência devido à insegurança.
No momento, todas as atividades médicas em Pinga e imediações foram suspensas após o aumento da insegurança e ameaças feitas aos agentes humanitários.
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