A Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização humanitária internacional que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por graves crises humanitárias. Também é missão da MSF chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelos pacientes atendidos em seus projetos.
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Listámos cinco informações que precisa saber sobre a importância do aleitamento materno
Mais de 170 países assinalam todos os anos a Semana Mundial do Aleitamento Materno, entre 1 e 7 de agosto, com o objetivo de sensibilizar e promover a amamentação como um direito e uma prática fundamental para a saúde das crianças e das mulheres que as amamentam.
Na Médicos Sem Fronteiras (MSF), aproveitamos esta data para chamar a atenção ao trabalho realizado ao longo das rotas migratórias na América Latina, onde os desafios à amamentação são ainda maiores, e reafirmar a importância de proteger este direito, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.
Historicamente, o corredor migratório da América Latina tem sido um dos mais movimentados e violentos do mundo. Este ano, após uma série de medidas executivas implantadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e por outros governos da região, as políticas migratórias mudaram drasticamente: as principais vias de acesso ao requerimento de asilo foram encerradas e a segurança na fronteira mexicana foi reforçada. Como resultado, registaram-se quedas históricas nos fluxos migratórios, o que levou a milhares de pessoas retidas em várias zonas do México e da América Central.
Estas políticas aumentaram os riscos para pessoas migrantes, que são forçadas a recorrer a rotas e a métodos cada vez mais perigosos em busca de refúgio. Por isso, acabam encurraladas em locais inseguros, onde estão em maior risco de rapto, extorsão e violência sexual.
“Amamentei-o durante toda a rota migratória”, conta María*, uma mãe venezuelana de 34 anos, que viaja com os dois filhos. A jornada começou no Peru, onde o filho mais novo nasceu, há dois anos. Continuou por países como Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Guatemala e México. Agora, María é uma paciente no Centro de Atendimento Integral para Vítimas de Violência Extrema (CAI), gerido pela Médicos Sem Fronteiras no México, onde são prestados cuidados médicos e de saúde mental especializados.
O leite materno, especialmente o colostro, o leite inicial, contém todos os nutrientes e anticorpos essenciais que um bebé precisa nos primeiros seis meses de vida. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é uma das formas mais eficazes de garantir a sobrevivência e a saúde de uma criança.
Ainda assim, menos de metade dos bebés no mundo são amamentados durante este período tão crítico.
Segundo a OMS, melhorar as taxas globais de amamentação poderia salvar a vida de mais de 820 mil crianças este ano. Este número é especialmente relevante em contextos de extrema vulnerabilidade, como o da migração.
Além dos benefícios nutricionais, a amamentação também promove o vínculo entre a mãe e o bebé. O contacto pele como pele, o tempo partilhado e o contacto visual durante a amamentação ajudam a criar uma ligação emocional, essencial para o desenvolvimento afetivo da criança nesta fase crucial.
A amamentação está também associada a inúmeros outros benefícios. Para os bebés, ajuda a prevenir doenças crónicas no futuro e apoia o desenvolvimento emocional e cognitivo. Para as mães, pode ajudar a promover uma recuperação mais rápida após o parto e reduz o risco de doenças como cancro da mama e do ovário, diabetes, hipertensão e depressão pós-parto.
Por fim, a amamentação tem um impacto positivo tanto a nível económico como ambiental, pois não tem custos financeiros e não gera resíduos, sendo uma opção sustentável e acessível.
A amamentação não depende apenas da vontade da mãe. Requer tempo, energia, apoio e um conjunto de condições essenciais:
No entanto, estas condições nem sempre estão garantidas. Em contextos de migração forçada, deslocação ou crises humanitárias, os obstáculos multiplicam-se, o que torna ainda mais difícil manter a amamentação.
Entre o final de 2024 e o início de 2024, a região experienciou uma série de mudanças que afetaram diretamente os migrantes. O governo dos Estados Unidos implementou medidas de imigração altamente restritivas. Entre elas, eliminou a aplicação CBP One, uma ferramenta da Alfândega e Proteção de Fronteiras usada para iniciar pedidos de asilo, e reforçou a segurança ao longo da fronteira entre os EUA e o México.
Estas ações tiveram um impacto imediato e, entre janeiro e fevereiro de 2025, os fluxos migratórios pela América Central e México diminuíram. No entanto, isso não se traduziu em melhores condições.
Embora todas as pessoas em movimento estejam numa situação vulnerável, o impacto é especialmente grave para mulheres e crianças. Nos últimos anos, as equipas da MSF têm encontrado, cada vez mais, mulheres que viajam sozinhas ou com filhos. Mulheres e bebés em trânsito enfrentam frequentemente:
Estas circunstâncias não colocam apenas em risco a saúde da mãe, afetam também diretamente o bebé. A possibilidade de uma amamentação segura e contínua fica limitada.
“Tive muitas dificuldades em amamentar o meu filho porque não me alimentava bem e o bebé estava sempre agarrado ao peito, por isso sentia-me muitas vezes tonta”, explica Yolady Valentina Pérez Salas, uma mãe venezuelana de 22 anos. O filho, Javerson Alexandro, de 18 meses, nasceu no Peru, mas a viagem rumo ao norte começou quando ele tinha apenas seis meses. “Pelo caminho, o meu bebé ficou desnutrido porque comia pouco. Está sempre a querer mamar, e as pessoas dizem que isso já não lhe faz nada, mas já tentei fazer o desmame e não consigo.”
No atual contexto, a MSF tem prestado cuidados médicos e apoio psicológico a mulheres, crianças e famílias em movimento em pontos-chave da América Latina, como o México, Honduras, Guatemala e Panamá, através de clínicas móveis, abrigos e um centro de cuidados especializados.
Entre janeiro e fevereiro de 2025, as equipas da MSF no México, Guatemala, Honduras e Panamá:
As dinâmicas migratórias na América Latina mudam constantemente e obrigam as equipas da MSF a adaptar as atividades de forma contínua. A organização dá prioridade às zonas onde as necessidades humanitárias são mais urgentes, devido à violência extrema e às dificuldades vividas pelas pessoas em trânsito. Também presta apoio a quem foi deportado ou forçado a regressar.
“Geralmente, as mulheres grávidas que chegam às nossas clínicas não tiveram qualquer acompanhamento pré-natal”, explica o responsável pelas atividades médicas da MSF em Reynosa e Matamoros, no México, Ángel Núñez. “Quando chegam, fazemos uma avaliação inicial e entregamos um cartão de gravidez (documento do sistema de saúde mexicano que facilita o acesso a serviços no hospital público no momento do parto). Depois, encaminhamo-las para o sistema público de saúde para seguimento. Em alguns casos, as barreiras financeiras dificultam o acesso e, quando isso acontece, a nossa equipa acompanha-as até ao momento do parto.”
Ao longo das rotas migratórias da América Latina, a MSF tem prestado cuidados abrangentes a mães que amamentam, incluindo assistência médica, alimentação suplementar e equilibrada, e apoio nutricional em casos de desnutrição infantil.
Apoiar mães e bebés durante o período de amamentação é essencial, pois o desenvolvimento saudável de ambos depende disso.
Proteger a amamentação em contextos de crise não pode depender apenas do esforço individual. São necessárias políticas públicas eficazes que garantam o acesso a alimentos, a espaços seguros e, em muitos casos, à possibilidade de descanso para as mães.
*Nomes alterados para proteção da identidade
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