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A médica brasileira Lucia Brum esteve em Monteagudo para apoiar o desenvolvimento do novo projeto de Chagas na Bolívia
A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) deu início a um novo projeto para promover acesso a diagnóstico e tratamento para a doença de Chagas na cidade de Monteagudo, no departamento de Chuquisaca, no sul da Bolívia. A médica brasileira e consultora em doenças emergentes de MSF, Lucia Brum, esteve em Monteagudo durante o mês de março para apoiar as equipes de MSF no treinamento de profissionais da rede de saúde pública da região.
O projeto é baseado em uma estratégia integral – que ofereça acesso a cuidados médicos em todas as fases da doença de acordo com a necessidade de cada caso – e integrada – com a construção de capacidade local de resposta à doença. Lucia Brum explica que o objetivo do projeto é treinar e capacitar os profissionais da região para que, ao final do projeto, eles continuem beneficiando a população de Monteagudo com atendimento de qualidade de forma sustentável. “O que se observou em outros projetos de Chagas, e que foi um aprendizado para nós, é que quando MSF deixava de estar presente em determinado local, e repassava a responsabilidade sobre a administração do projeto para autoridades locais, não se via uma continuidade nos atendimentos, o que contribuía para que a doença continuasse negligenciada. Então, optamos por construir capacidade técnica por meio da formação continuada de profissionais do sistema local de saúde.”
Após a capacitação de equipes do hospital geral San Antonio De Los Sauces – que é a única estrutura para referência de pacientes em Monteagudo –, dos 17 centros de saúde da região e de outros profissionais dos arredores da cidade, os pacientes começarão a ser atendidos. A Bolívia tem a maior incidência de Chagas no mundo e a prevalência da doença na região do projeto é de 70%, ou seja, sete em cada dez habitantes têm Chagas. “A gravidade da situação epidemiológica no país é evidente. Só em Monteagudo, havia uma lista de espera de mais de 800 pessoas aguardando para receber tratamento. Na Bolívia, como há dificuldades de acesso ao tratamento para todas as pessoas, a prioridade é dada a menores de 15 anos”, diz Lucia.
Ela conta que profissionais de MSF vão monitorar o projeto assessorar diariamente as equipes locais, assegurando, assim, que todo conteúdo teórico e prático dos treinamentos tenha sido absorvido e seja posto em prática. Durante a primeira fase das capacitações, 134 profissionais foram treinados e estão aptos para iniciar as atividades de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença de Chagas.
Lucia acredita que este seja o projeto de MSF com maior potencial de impacto em Chagas. “Além da grande prevalência da doença e da enorme necessidade da população, diferentemente de outros contextos, encontramos disponibilidade de profissionais em todos os centros de saúde, e a maioria deles está lá há mais de dez anos. O que falta mesmo é conhecimento técnico e apoio político. Se o profissional não sabe da existência da doença, não a diagnostica e não oferece tratamento. Mas embora os profissionais da região tivessem pouco conhecimento, eles fazem parte da população e convivem diariamente com a doença; muitos sentem na pele a negligência com que a doença de Chagas é tratada, demonstrando grande sensibilidade e disposição para aprender. Como a rotatividade é baixa, estamos otimistas com a ideia de que o conhecimento transmitido por MSF ajudará em ações médicas sustentáveis no longo prazo, mesmo quando não estivermos mais ali.”
De acordo com a médica, a principal meta do projeto, que tem previsão de duração de cerca de dois anos, é garantir que 61.933 mil pessoas da cidade tenham acesso a cuidados médicos em todas as fases da doença de Chagas na atenção primária de saúde. A ideia é que esse modelo de atuação seja replicado em outras cidades no futuro, sem a necessidade de participação direta da organização.
MSF atua na Bolívia desde 1986. Estima-se que mais de um milhão de pessoas sejam afetadas pela doença de Chagas no país. Desde 2002, a organização trabalha continuamente em projetos de Chagas na Bolívia, onde menos de 4% dos pacientes recebem o tratamento de que precisam.
MSF desenvolve projetos de atenção aos pacientes com a doença de Chagas desde 1999, tendo atuado em diversos países da América Latina, como Honduras, Nicarágua, Guatemala, Brasil, Colômbia, Paraguai, e, atualmente, México, Bolívia. Nesses mais de 16 anos de atividades médicas em Chagas, MSF deu oportunidade de diagnóstico a 114.145 mil pessoas. Deste total, 11.106 pessoas apresentaram a infecção, e 8.206 delas completaram o tratamento satisfatoriamente.
Doença de Chagas no Brasil
Para discutir e refletir sobre avanços e desafios relacionados à doença de Chagas, foi realizada a 3ª edição do Ciclo Carlos Chagas de Palestras (CCCP), nos dias 9 e 10 de abril, promovido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). O evento contou com a presença de representantes de laboratórios, estudantes de pós-graduação e atores internacionais. Entre os convidados, estava a médica brasileira de MSF Lucia Brum, que mediou debates e reforçou em seu discurso a necessidade de ampliação do diagnóstico e tratamento para a doença de Chagas.
A pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz e organizadora do CCCP, Joseli Lannes, falou sobre alguns pontos abordados no evento, que em sua terceira edição trouxe como tema o diagnóstico, a terapia e a inclusão do portador. “Há uma falha entre o que os cientistas e pesquisadores geram de conhecimento e o que está disponível ao portador. Precisamos refletir e desenvolver estratégias que mudem o cenário. Neste sentido, um ponto discutido foi que a Fiocruz tem a responsabilidade de buscar soluções de forma mais concreta, seja no apontamento da necessidade de diagnóstico e registro dos casos crônicos, seja na melhoria dos ensaios de diagnóstico e do posicionamento político sobre a produção do medicamento Benznidazol a preços mais reduzidos e de forma continuada no Brasil. Internacionalmente, parceiros como MSF e a DNDi (Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas) também atuam para que se rompa o ciclo de negligência no que diz respeito a Chagas, pressionando por mais acesso a diagnóstico e tratamento da doença.”
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